Capítulo 4- Não é uma boa ideia usar uma ideia que não seja atrevida.

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NICOLAS

Quinze minutos depois... as malas couberam. Cada uma posicionada estrategicamente, empilhadas na
ordem perfeita, como um daqueles quebra-cabeças que, se você desmontar, nunca mais conseguirá reunir as peças da forma correta.

Fico muito, muito impressionado.

— Eu disse.

Emma suspira, um sorriso brotando em seu rosto.

— Nunca mais duvide da capacidade de uma mulher em dar um jeito nas coisas.

Abro a boca para começar a argumentar, mas, antes que eu consiga murmurar uma só palavra, sua mão se ergue em um único dedo erguido.
— Calado.

Fecho a boca surpreso por sua petulância. Então a abro outra vez para argumentar e o dedo ataca outra vez.
— Calado.

Quando esfrego os dentes no lábio em vez de falar, Emma prossegue.

— Você estava errado, então permaneça calado.

Bufando, eu entro no carro e espero que ela se acomode ao meu lado, em seguida, dou partida. Nossa viagem até a casa dos meus pais durou cerca de trinta minutos. No começo nós dirigimos em silêncio. Quando Emma começou a ficar inquieta no seu banco, eu quebrei o silêncio.

— Nervosa sobre passar no teste para atriz? —Brinquei e ela sorriu.
— Um pouco. Eu participei de algumas audiências na escola quando criança, mas nunca me chamaram para atuar nas peças. E acho que isso só significa uma coisa. —Brincou também, mas pela forma como ela estava agindo, eu poderia dizer que o seu medo óbvio ia além da questão de ser uma péssima atriz.
— Me diga o que realmente está incomodando você.—Perguntei e ela me olhou com uma careta. —É por causa da viagem?
— Não -Respondeu rápido demais, torcendo as mãos e cruzando e descruzando as pernas.
— Você tem certeza?
— Sim, está tudo bem.—Ela encolheu os ombros.

Embora não acreditasse, eu balancei a cabeça e voltei a me concentrar na estrada. Quando finalmente estacionei na garagem da casa de meus pais, a tensão que pairava no carro aumentou. E quando passamos pelo hall de entrada, achei que Emma teria um ataque do coração.

— Fique calma, vai dar tudo certo.
— Ok—Ela respondeu suavemente.
— Mas tente não parecer tão suspeita.—Aconselhei e seus olhos se arregalaram de horror.
— Eu pareço suspeita?
— Você parece que vai se mijar nas calças.—Brinquei

Ela riu, e eu fiquei feliz por aliviar um pouco a tensão.
— Está bem, está bem. Eu vou manter a calma.

Lentamente, avançamos em direção à sala. E a primeira pessoa que vi foi minha mãe. Ela sorriu alegre e caminhou em nossa direção. Noemi Schiller era extremamente bonita, elegante, apesar de ter passado dos cinquenta. Ela usava um vestido preto de corte reto e seu pescoço e orelhas ostentavam cordão e brincos de ouro. Sua maquiagem estava como sempre impecável.

— Deixe-me ver como você está.—Ela esfrega a mão na minha testa, no maxilar e nos ombros. Depois dá um passo para trás.— Está ótimo. Parece cansado, mas ótimo.
— O caminho foi longo.—Resmungo depois aponto para Emma que nos olha com diversão. — Mãe, esta é minha...noiva, Emma.
— Seja bem-vinda —Minha mãe diz abraçando Emma com força— Estávamos nos perguntando quando nosso filho rebelde iria trazer você aqui, querida. É um prazer recebê-la.
— Obrigado senhora Schiller —Emma agradece mordendo o lábio.— É um prazer conhecê-la. Fico muito feliz por estar aqui.
— Pode me chamar de Mi, todo mundo chama. Se me chamar de senhora Schiller, não vou nem olhar.—Minha mãe diz fazendo Emma rir.
— Está bem...Mi—Ela concorda e caminhamos até a mesa onde todos já estão acomodados.
— Parece que alguém lembrou o caminho de casa, não é?—Mayara provocou.
— Você sabe, eu tenho alergia as minhas irmãs idiotas. Já estou sentindo meu nariz irritado pelo simples fato de respirar o mesmo ar que vocês. —Devolvi beijando sua testa.
— Sempre tão humorado, Nicolas —Nicole revira os olhos e inclina a cabeça para também ganhar meu beijo.
— Estou feliz em ver você também. —Dandara aperta meu queixo.
— E eu, não ganho beijo?—Deive provoca quando passo por ele para beijar Luana.
— Não seja por isso. —Recuei e invés de beijá-lo, dou um beijo estalado na bochecha de sua esposa.
— Desgraçado, não toque nela. —Ele rosna acertando um murro em meu ombro.

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