Capítulo 37-Tudo fica mais bonito quando você está por perto.

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Quatro semanas depois... 

EMMA

Acordei sentindo meu estômago se contorcer em uma forma familiar.

— Droga... —Resmunguei. Minha cabeça latejava e meus nervos estavam desgastados.

Virei de lado e encontrei Nicolas ali, de costas para mim, com o lençol puxado até a cintura.  Não resisti, abraçando-o por trás, correndo minhas mãos por seu abdômen. Eu amava ele tanto, que sentia o medo de perdê-lo, penetrar minha pele e o terror pela possibilidade de morrer correr por todo a caminho até os meus ossos.

Como ele reagirá quando eu morrer?

— Humm... —Gemi só em pensar na possibilidade de morrer.

Eu sei que a única certeza que temos nessa vida é que vamos morrer, mas pensar que posso morrer a qualquer instante trás  o vômito em minha garganta enquanto o quarto começa a girar em torno de mim.

Eu já podia imaginar a porra toda.

Eu estava com uma doença grave e sem cura. Ia ficar pálida, perder meus cabelos e ficar com uma aparência degradante. Nicolas não iria aguentar me ver na cama de um hospital e iria me deixar e casar com a primeira cadela que aparecesse.

E se ele simplesmente se casasse com Amanda?

— Argh!

Pensar nela trás uma náusea grotesca que me faz saltar da cama e correr para o banheiro, onde vômito até minhas tripas no vaso sanitário. Sinto uma onda de náuseas correndo pela minha garganta, juntamente com a bílis e os restos da minha última refeição.

Caralho, eu estou em um estado terminal, tenho certeza.

Isso não é normal. Sabia que estava tudo perfeito demais. Agora eu morro e fim da história.

— O que você tem, princesa?

Sinto duas mãos grandes segurarem meus cabelos enquanto meu corpo continuou vomitando até que eu me senti vazia e, mesmo assim, contrações secas  mantiveram meu estômago contraindo uma e outra vez.

Cada espasmo enviava uma facada de dor para minha cabeça.

— Chega princesa, não vou aceitar mais um não. Você precisa ir ao médico. —Nicolas disse quando me  levantei e dei descarga.
— Eu já disse que quando eu achar que devo ir, eu vou. —Respondi irritada.
— Deixe de teimosia, Emma. Saúde não é coisa com que se brinca.
— Vá se foder, Nicolas!—Espalmei minha mão em seu peito, forçando-o a sair do banheiro — A saúde é minha porra!
— Emma, pare de agir como uma menininha mimada.

Ele suspira irritado.

— Princesa, o que está acontecendo com você? —Tenta tocar meu rosto, mas me afasto.
— Não é da sua maldita conta! —Grito e fecho a porta.

Eu tomo um banho longo e quente, lavando o meu cabelo e tentando o meu melhor para me sentir fresca e limpa novamente. Voltei para o quarto enrolada apenas na toalha, e querendo evitar o olhar de Nicolas, retirei uma muda de roupa do guarda roupa e voltei apressada para o banheiro, saindo de lá apenas quando estava pronta.

— Quero ir para minha casa—Digo sentindo minha cabeça girar e lágrimas queimarem meus olhos.

Era estranho como eu me sentia, uma sensibilidade exagerada, uma vontade de chorar até secar todas as lágrimas.
                                                      
— Tudo bem—Nicolas diz simplesmente e caminha para o banheiro.

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