Capítulo 23 -O passado está na tua cabeça. O futuro nas tuas mãos!

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NICOLAS
Outubro de 2008.

— Foi um prazer fazer negócios com você, James. — Era impossível disfarçar a o entusiasmo em minha voz.

James Monter era um empresário do ramo de tecnologia, e eu havia acabado de fechar com ele em uma parceria. Esse seria um novo empreendimento que eu estava com fé que seria um sucesso, a reputação dele no cenário empresarial era lendária, e eu precisava mostrar a meu avô que estava pronto para assumir a empresa.

— O prazer foi meu. — Ele apertou minha mão.

Me despedi com um aceno e deixei duas notas de cem sobre a mesa. Já fora do restaurante, apaupei meus bolsos e me dei conta que esqueci meu celular. Então volto para dentro e sigo até a mesa onde James e seus sócios ainda estão, agora distraídos pelo decote da atendente que sorri animada.

— Com licença, cavaleiros, algum de vocês viram meu celular? — Questiono e James balança meu apralho no ar.
— Preste mais atenção, meu jovem. — Ele me entrega o celular.
— Pode deixar.— Eu disse tentando soar o mais seguro possível.

James concordou com um aceno de cabeça e me virei em direção a saída. Não conseguir dar mais que um passo antes de trombar com uma garçonete que deixou um prato com alguma espécie de molho virar sobre mim.

— Desculpe-me, não foi minha intenção. Por favor, me desculpe... Eu não... — Começou a falar, desesperada.
— Está tudo bem, só me diga onde fica o banheiro.

Ela me indica a direção e sigo desfazendo o nó de minha gravata. Quando passo em frente a uma porta que dá nos fundos do restaurante, escuto vozes conhecidas.

— Como eu iria adivinhar que Nicolas estaria aqui?— Era quase impossível confundir aquela voz naturalmente suave.

Era Clarice.

— Ele podia ter nos visto juntos, sua demente!— A outra voz era de  Edward, e ele parece está furioso.

Mas que diabos os dois fazem aqui?

— Mas não viu!
— Foda-se, qualquer passo falso e iremos cair.

Nesse momento, minhas pernas fraquejam e preciso me apoiar na parede para não cair. Sinto meu peito se resumindo a pó.

— Eu não aguento mais isso. —A voz de Clarice se torna chorosa — Não posso continuar com isso. 
— O que diabo está acontecendo? O que você não está me contando? —Ele estala.
— Ed, por favor...
— Por Favor? Que diabos está acontecendo com você, Clarice ?!—Ele grita, sua voz ecoando através do espaço aberto, enquanto ele bate com o punho no que imagino ser a parede.— Ultimamente você tem andado muito estranha. Quando tudo está tão perto de dar certo, você parece estar correndo para fora da porta.
— Por que você está gritando comigo?!— Ela grita também.
— Porque você tem um trabalho a fazer e não está sendo feito! —Ele diminui o timbre de sua voz— Por que não está sendo feito?
— P-Porque...
— Porque o que? — Ele sibila
— Porque eu quero desistir.
— O que quer dizer com você quer desistir?
— Ed, por favor, não fique bravo comigo.
— O que quer dizer com você quer desistir?
— Eu não posso... eu não posso mais fazer isso.
—  Não me diga que você se apaixonou?
— Eu sinto muito, Ed. Eu nunca pensei...
— Você é nada para ele, exceto uma ilusão, Clarice. — Ele fala, lhe interrompendo.
— Eu amo ele.
— Isso é besteira, Clarice. Logo essa merda passa. Você sabe muito bem que único homem que você ama sou eu.
— Eu achei que sim, mas Nicolas me provou que não. Com ele eu tenho tudo o que sempre sonhei. Tudo que você prometeu e não me deu
— Então, e agora?—Edward grita—Você acha que ele te ama também?
— Sim.
— Você está cheia de merda. — As palavras dele raspamcom irritação.— Você não tem ideia do que você está dizendo. Você está tão envolvida com essa mentira que está comprando essa falsa realidade. Mas é falso. Não é real.
— É sim.
— Não é. Então deixe essa merda de lado e cumpra com nosso acordo.
— Eu não posso fazer isso com Nicolas. Não posso continuar com a merda do plano.
— Foda-se Nicolas! Ele é o peão. Ele sempre foi o peão, e você, a rainha.
— Mas às vezes a rainha cai.
— Não. —Ele diz com firmeza — Eu não vou deixar você cair.
— Eu já caí, Ed. Eu quero desistir. Vou terminar isso; vou me casar com Nicolas, e ninguém nunca vai ter que saber sobre nós.

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