Noivos por acaso

Capítulo 45-E o passado querendo voltar a ser presente

EMMA

Eu estava com meus globos oculares presos no documento sobre a elaboração de uma apresentação para um grupo de investidores, mas eu realmente não conseguia me concentrar em nada. A empresa não era a mesma quando Nicolas não estava lá. Claro, eu estava ocupada e tinha bastante trabalho a fazer por um mês, mas a expectativa de vê-lo durante todo o dia estava faltando. Ele só tinha ido por algumas horas para Chicago em sua viagem de negócios, mas eu sentia falta dele desde a primeira hora. E como complemento ainda tinha o nervosismo do casamento, que só faltava cinco dias.

Cinco dias!!!

Eu estava no ápice da ansiedade. Toda vez que escuto a palavra "casamento", umas borboletas que se alojaram no meu estômago batem as asinhas.

Eu só quero casar e mais nada!

Fecho meus olhos e não posso acreditar. Só tenho que agradecer a Deus. Em poucos dias irei começar uma linda história. Uma história que já não se escreve só. Duas vidas . Dois mundos que se unem em um só objetivo.

A felicidade mútua.

Um misto de emoção, ansiedade, alegria, frio na barriga e felicidade, tomam conta de mim. Estou me sentindo como se eu estivesse vivenciando um daqueles fenômenos que ocorrem durante o sono onde você não sabe ao certo se está acordada ou sonhado. Mas diferente do que a maioria das pessoas costumam dizer em situações como essas, eu estou completamente bem.

Um pouco assustada, mas a felicidade sobrepõe qualquer outro sentimento.

Eu estava perdida em pensamentos quando o meu celular tocou sobre a minha mesa. Era uma mensagem, e quando vi o nome de Lisa na mesma hora lembrei que eu tinha pedido para ela e Nicole me encontrarem no ateliê para minha última prova do vestido.

Salvei os arquivos que eu estava trabalhando e peguei minha bolsa. Me apressei em sair da empresa e peguei o primeiro táxi que parou. Antes de ir para o atelier, eu decidi passar em casa para um banho rápido. Não estava me sentindo confortável naquele tailleur, então pedi para o motorista me esperar e segui para o apartamento, indo direto para dentro do banheiro. Após tirar minhas roupas, escorreguei para o chuveiro. Debaixo da ducha, deixei a água levar consigo todas as minhas ansiedades e nervosismo. A cada gota que escorria pelo meu corpo, sentia os músculos relaxarem e o pensamento flutuar. Por mim eu ficaria horas aqui, apenas divagando sobre minha vontades e expectativas, mas como a vida nunca é feita somente daquilo que a gente quer, desligo o chuveiro após dez minutos.

Eu me senti mais leve. Leve e feliz.

Vesti um vestido de tecido leve que tinha uma faixa que amarrava na cintura, e quando fui dar o laço, percebi que ele já estava um pouquinho menor. Minha silhueta estava ligeiramente mais rechonchuda, mas eu estava muito feliz.

Tudo que eu queria era ver minha barriga crescer logo.

Penteei os cabelos e os deixei soltos, caindo sobre meus ombros. Borrifei um pouco de perfume e calcei minhas sandálias de salto plataforma. Quando peguei o casaco e a bolsa, algo chamou minha atenção, e eu olhei para o espelho. O sangue se esvaiu do meu sistema na hora e o casaco caiu bruscamente no chão. Minha respiração ficou acelerada e um grito escorregou por minha garganta quando avistei dois homem corpulento na porta.

— Cale a porra da boca!—Uma arma se projeta em minha direção e ambas as minhas mãos voaram para minha barriga.

Sem dizer uma palavra, eu balancei a cabeça de um lado para o outro, desejando acordar desse pesadelo em que eu certamente me encontrava.

Mas nada aconteceu.

— Se vire. —Um dos homens ordenou e lentamente eu me virei. — Boa, menina.

Ele me encarou com um sorriso sinistro.

— Agora se coloque de joelho.
— Por favor...—Eu chorei e lágrimas quentes escorreram pelo meu rosto.
— Agora, porra. Caso contrário, eu irei colocá-la —Ele ameaçou e me abaixei até conseguir ficar ajoelhada.
— Não me machuque. Você pode ficar com tudo. Qualquer coisa. Só não me machuque.—Implorei segurando minhas mãos em sinal de rendição.
— Oh, meu chefe vai tirar tudo de você. Mas não vai ser dinheiro ou qualquer outra coisa material.— Ele se aproximou e me agarrou pelos ombros, me puxando do chão.— O que ele vai tirar vai ser físico.

Sua ameaça fez meus joelhos enfraquecerem, e se ele não estivesse me agarrando com tanta força, eu teria entrado em colapso no chão. Minha mente girava com pensamentos fora de controle.

Quem era o chefe? Por que ele havia
dado ordens a esse vândalo sobre mim?

Minha mente corre, tentando montar um quebra-cabeça para o qual eu não

tenho todas as peças. Não consigo ter um pensamento coerente, apenas o meu instinto.

— Por favor, não — Eu implorei novamente.
— Cale a boca! —Ele largou um dos meus ombros para me dar uma bofetada que fez minha bochecha picar. — Não diga mais nenhuma palavra, sua vadia. Ou eu vou acabar com você, não importa o que o chefe tenha dito.

Eu deveria ter acatado sua ordem, deveria ter calado a boca, mas porra, todos os meus sentidos gritam, CORRA, e é tudo muito rápido para eu resistir, para formar qualquer plano real. Então, com tudo que sobrou de mim, eu empurrei o homem, e como ele definitivamente não esperava por isso, acabou voando para trás, tropeçando no tapete e caindo no chão.

— Sua puta estúpida. — O outro homem me agarra pela cintura, me levantando e me jogando na cama.

Eu imediatamente tento rastejar para fora, mas ele me dá um tapa que faz meu crânio aquecer. Seu golpe faz parecer que a cacos de calor agonizante, desabrochando da minha têmpora. Atordoada e temporariamente chocada demais para me mexer, eu não consigo perceber quando o outro se levanta do chão.

— Você vai se arrepender por ter feito isso! —Ele se aproxima de mim

Minha cabeça lateja e meu sangue corre em meus ouvidos. Eu abro minha boca para responder, embora o que eu deveria dizer?Em vez disso, começo a chorar, fazendo sons incoerentes.

— Eu disse para manter a porra da boca fechada! —Antes mesmo que piscasse, seu punho batia no lado da minha cabeça.

O mundo girou em torno de mim em uma onda vertiginosa antes que a cortina escura do meu pesadelo se fechasse.