Capítulo 6-Bobeira é não viver a realidade!

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NICOLAS

— Terra para Nicolas. — Disse Dex, estalando os dedos perto da minha orelha, me fazendo agitar minha cabeça e me inclinar para trás na minha cadeira, percebendo que minha mente tinha divagado.

Isso não era típico eu me dispersar assim, nem um pouco. Contudo, meus pensamentos ainda estavam na cena que aconteceu no quarto. Ela estava ali, seu corpo tocando o meu, seu cheiro impregnado em minha roupa, em minha pele.

— Desculpe, — falei, balançando a cabeça para o meu cunhado que, a julgar pelo sorriso malandro e pelos olhos divertidos, estava gostando de me ver distraído. —Sobre o que você falava?
— Nada que seja tão interessante quanto a sua noiva. — Ele provocou.
— Deixe a merda do seus pensamentos longe dela —Rosnei antes que eu parecesse me conter.
— Oh, porra—Ele falou, inclinando-se para frente, rindo ligeiramente. —Com certeza você virou um camisolão.
— Cresça algumas malditas bolas, cara. E deixe minha vida em paz.
— Não, não acho que podemos fazer isso. —Disse a voz de Deive do lado e virei-me para encontrá-lo de pé na porta do escritório, seu corpo desmedido quase ocupando todo o espaço. — Uma vida tão agitada, a ponto de foder no chão e ser pego pela mamãe é algo que precisa de atenção não acha?

Jesus Cristo. As fofocas na minha família deixam a fábrica de boatos envergonhada. Não existia tal coisa como privacidade na família Schiller. Se minha mãe soubesse , meu pai também sabia. Então, a partir daí, todos os demais membros.

— Puta que pariu! Eu não acredito nisso. —Dex riu alto.

E nos próximos segundos, minha vida sexual era a pauta da conversa entre os dois babacas.

Ótimo.

— Aposto que não demorá muito para eles serem pego novamente. — Dex disse, balançando a cabeça, sorrindo diabólico.
— Tenho meu dinheiro em...cinco dias? —Deive disse apostando como se eu não estivesse lá.

Dex olhou para mim.
— Não, cara. Nicolas parece um cachorro que não se alimenta há dias quando ver Emma. Eu diria em um dia.
— Jesus Cristo, vocês são dois fodidos — Eu disse de pé.

Peguei meu celular e segui para o quarto.
Eu estava com um humor azedo pra caralho, mas não poderia estar com raiva deles. Se eu estivesse em seus lugares, teria sido o primeiro a apostar. Mas ser a pessoa em quem eles estavam apostando, sim, não era tão divertido. O que me fazia ter calma era o fato de saber que eles estavam
errados.

Eu nunca seria pego com Emma.

Assim que eu passei pela porta do quarto, Emma parou o que fazia e virou a cabeça em minha direção. Ela ergue suas sobrancelhas e, por uma fração de segundos, vejo um fantasma de um sorriso saindo dos seus lábios.

Do que ela acha graça?

— O que você está fazendo?—Perguntei quando Emma pega alguns lençóis no armário.
— Não é óbvio?— Ela não me olhou—Garantindo que eu não durma no chão gelado.
— Qual o problema em dividir a cama comigo?

— O problema não é você, e sim no fato de ser um homem.
— Você é virgem?—Soltei e ela me olhou com uma sombracelha arqueada.
— Não. Eu só costumo ter pesadelos, por isso não gosto dividir a cama com um homem.— Ela disse com uma honestidade que me surpreendeu.
— Com quantos homens você dormiu para ter certeza disso ?

Minha pergunta a fez respirar fundo. E o ar que saiu em seguida das suas narinas revelou que eu estava deixando-a muito irritada.

— Não é da sua maldita conta. Então, se você não for ceder a cama para eu dormi sozinha nela, fique na sua.
— Não seja infantil, a cama é enorme. Dá para nós dois dormirmos nela e nem chegar perto um do outro.
― E você vai fazer isso? Vai ficar o mais longe possível de mim?

Eu levantei uma sobrancelha e sorri.

― Não posso prometer.-Brinquei.— Deve ser bom dormir de conchinha.

Ela atraiu uma respiração afiada.
― Vou dormir aqui mesmo então.—Ela cobriu o espaço em que dormiria com um cobertor grosso.
― Você não pode estar falando sério.
― Por que você não vai dormir? Me deixa em paz.
― Você vai acordar com dores no corpo todo se dormir ai.
― Isso é problema meu.
― Tudo bem!-Lenvantei as mãos - Eu prometo que não vou tocá-la e vou manter distância de você.
― Não confio em homens que voltam atrás nas suas palavras. Mas agradeço a sua preocupação.-Diz com todo sarcasmo possível.
― Eu já entendi qual é o seu problema.
— Serio? —Ela inclinou a cabeça. — E qual seria, Sherlock ?
— Você tem medo de dormir comigo.

Sua sobrancelha se levantou quando ela me avaliou por um segundo.
― Claro, porque você é um convite ambulante a um sexo maravilhoso.
― Ainda bem que reconhece, Senhorita Bennett. Mas pode vir se deitar comigo, eu prometo tentar frear você, caso tente me atacar.
― Você deve ser muito feliz com toda essa imaginação.

Ela da uma risada.

— Fique feliz com ela essa noite, querido.

Teimosa pra caralho!

― Quer saber? Faça como quiser, mas não diga que eu não avisei—Rosnei irritado.

Ela dá de ombros e entra no banheiro. Quando sai, só penso que aquela diaba só podia está de sacanangem comigo.

— Você só pode está de sacanangem.—Falei incrédulo, meus olhos fixos na camiseta comprida que ia até um pouco abaixo da bunda, deixando suas coxas torneadas à mostra.
— Só consigo dormi assim —Fez um coque bagunçado nos cabelos mostrando seu rosto delicado.—Espero que não se importe. —Sorriu toda inocente e tive a certeza que estava mentindo.

Ela queria me provocar.

Precisando de ar, segui para fora do quarto ouvindo sua risada assim que alcanço o corredor.

Diaba.

Dou um tempo para poder abaixar a ereção que aquela filha da mãe conseguiu só de sair daquele jeito e quando subi as escadas novamente, rezei para ela está dormindo. Chegando lá, a vejo deitada no chão, estava sonolenta, mas ainda acordada, claro que por causa do desconforto. Pensei em dizer que eu tinha avisado que não dava para dormir ali, mas acabei por pegá-la em meus braços e carregá-la para a cama.

O porquê de eu ter feito isso, eu não fazia ideia.

Fiquei encarando-à. Seus olhos fechados, as pálpebras vibrando suavemente, sua boca relaxada e semiaberta. Seus cabelos espalhando o perfume deles pelo quarto. Por um segundo o ambiente ficou quente, e lá estava eu excitado de novo.

Feiticeira do caralho!

Ela consegue me provocar mesmo sem ter a mínima intenção e o mais estranho disso tudo é que eu quero deitar ali, ao seu lado, e apenas sentir o seu corpo próximo ao meu.

Foda-se. Foda-se. Foda-se.

Eu andei em torno do lado da cama e deitei. Claro, mantive minha bunda em cima das cobertas e tão longe quanto eu podia dela. Eu estava confuso pra caralho. Eu nunca conheci uma mulher perigosa assim, que me fazia fazer merda que eu não queria fazer e considerar merdas que eu não queria considerar.

Maldita mulher.

Embora não estivéssemos nos tocando, eu podia sentir Emma ao meu lado. Ela me esmagava com a sua presença na cama. O cheiro do seu perfume, seu cabelo caindo em camadas pelo travesseiro, sua coxa nua deslizando para fora do edredom. Clarice tinha sido a última mulher com quem eu tinha deitado em uma cama sem transar. Claro, ficávamos de conchinha e isso geralmente levava a uma ereção e a sexo, mas só seu corpo suave fazia algo comigo. Ele me acalmava.

E eu estava começando a me sentir da mesma forma com Emma.

Eu não sei quanto tempo fiquei lá, perdido em um mar de sentimentos, mas quando a escuridão começou a se aproximar, me deixei cair no sono ao lado de uma mulher sem ter transado com ela pela primeira vez na minha vida.

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