Capítulo 5- A arte da sedução é deixar uma pessoa em chamas sem lhe tocar.

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EMMA

Fazia alguns minutos em que eu estava numa luta interna entre abrir a porta e não abrir.

Como eu posso ser tão distraída a ponto de entrar no banheiro e não trazer a calcinha?

Além de ser azarada, eu de vez em quando sou desastrada e desligada. Na verdade, eu sou mais desligada que desastrada. Mas tem dias que eu sou extremamente desastrada e extremamente desligada...como hoje.

Idiota! Idiota! Idiota!

— Porra! —Rosnei baixinho ao me dar conta que não poderia ficar para sempre dentro do banheiro.

Enrrolada na toalha, abri a porta devagar. Quando não vi Nicolas, caminhei rapidamente até a cama e comecei a procurar a minha calcinha. Quando não encontrei, senti o desespero bater com a possibilidade de Nicolas ter encontrado primeiro.

Deus não seria tão mau comigo!

— Está procurando algo, querida?—Uma voz soou atrás de mim e mordi os lábios para abafar o grito de susto.
— Seu babaca! Você me assustou. — Irritada, me virei em meus calcanhares e bati contra um peito duro.

Desenhei uma respiração afiada e seu
cheiro viril encheu minhas narinas.

Droga, eu não esperava que ele estivesse tão perto.

— Desculpe, não foi minha intenção

Ele olhou para cima, seus olhos insondáveis bloquearam os
meus. Um sorriso preguiçoso se espalhou pelo seu rosto e ele lentamente e deliberadamente passou seu olhar para cima e para baixo no meu corpo. Eu segurei a toalha com força, então descansei os braços sobre o peito como uma forma de proteção contra os olhos que estavam
praticamente me despindo.

— Você está procurando por isso?— Pergunta casualmente, tirando um fio dental preto do bolso e esticando ele entre os dedos.
— Me de isso.—Grito irritada.

Eu sentia minhas bochechas quentes e provavelmente meus rosto estava vermelho.

— Me de isso, porra! —Fiquei na ponta do pé para tentar pegar minha peça íntima, mas ele foi mais rápido e levantou o braço.
— Você não acha que isso é muito pequeno? Não deve cobrir metade da sua bunda.
— Não é da sua conta idiota.—Rosnei e o vi jogar a cabeça para trás em uma gargalhada livre.
— Você usa muito isso, Emma? —Sua voz tomou um timbre sinistramente excitante.
— Me de ela.—Pedi tentando não explodir.
— Responda minha pergunta.

Não consegui ler o seu olhar, mas havia algo perigoso na forma como seus olhos brilharam.
— Vá se foder! —Eu grito, saltando do chão, quase perdendo a pequena toalha enrolada em volta de mim.

Eu não consigo alcançar a minha peça íntima, e quando meus pés voltam para o chão, pousam exatamente em cima de uma pequena poça de água que meus cabelos formou. Eu acabo escorregando, fazendo Nicolas e eu nos atrapalharmos e cair no chão, minha toalha caindo aberta enquanto ele cai em cima de mim, seu peitoral pressionado meu corpo nu.

Pai do céu!

Sua boca está tão perto da minha que posso sentir seu hálito quente fazendo cócegas em meu nariz. Minha mão está coçando para traçar sua boca como um mapa e me certificar que sua pele seja tão macia quanto minha intuição está dizendo. Meu braço direito começa a formigar e eu suspeito de AVC.

É aceitável sentir um AVC quando se está nua e preste a ser beijada pelo seu chefe não é?

Eu estava com a respiração frenética, sentindo pela primeira vez a sensação de adrenalina correndo em minhas veias. Mas antes que fizéssemos qualquer movimento, a porta foi aberta.

— Meus amores, eu...

A porta foi fechada e depois de alguns minutos foi aberta novamente.

— E-eu...d-desculpe. Vim avisar que estamos sentindo a falta de vocês. Mas podem continuarem com a fabricação dos meus netos. Nós esperamos.—Noemi suspirou
— Mãe! — Nicolas se move
para sair de cima de mim, mas eu puxo ele de volta.

Seu grande corpo é a única coisa que cobre minha nudez agora.
— Nicolas, se você se mover eu
vou matar você — Eu rosno e ele me olha com a sombra de um sorriso brilhando nos lábios.
— Isso mesmo, não se atreva a se levantar daí, Nicolas Schiller. Eu estou de saída e espero que continuem o que estavam fazendo. Você tem o dever de colocar meu neto nessa barriga linda. —Noemi gritou antes de bater a porta atrás de si.

Um silêncio se estendeu entre nós, e o constrangimento apareceu. Nicolas piscou, e então piscou de novo, apoiando as mãos no chão e forçando o corpo para cima. Ele se virou e me deu tempo para me recompor. Já de pé, puxei o ar com força para dentro dos pulmões e ordenei meus pensamentos. Meu coração estava acelerado, minha boca seca de desejo. Todo o meu corpo o desejava, seu beijo, seu toque, mas por mais tentador que seja, a última coisa de que preciso é uma foda rápida com meu lindo chefe/falso noivo.

Imagine a situação constrangedora que ficaria entre nós?

— Me desculpe, minha mãe é meio complicada as vezes—Disse alisando os cabelos para trás. Minha calcinha ainda em sua mão.

Deus, que dia eu comecei a ver maldade em tudo à minha volta? Por que qualquer movimento desse homem parece que tem um tom sexual para mim?

— Esta tudo bem. Só espero que ela não comente com ninguém. — Eu estava sem jeito, tentando encontrar as palavras certas.
— Isso eu não posso garantir. Aqui na minha família, todo mundo aqui tem o nariz metido nos negócios dos outros. Nada é sagrado, especialmente se tratando de sexo.
— Oh Deus, então eu preciso ir embora — Eu sussurro.
— O quê? —Seus olhos divertidamente iluminados quando ele sorriu para
mim.
— Eu nunca vou ser capaz de enfrentar qualquer um da sua família sabendo o que pode está passando na cabeça deles. Nunca. Jamais.—Respondi e ele ri com vontade agora.

Será que aquela história de que existem anjos na terra é verdade?

Se bem que talvez ele estaria mais para um belo demônio.

— Não seja tão dramática. Ninguém vai dizer nada para você. Sim, você pode receber alguns sorrisos de reconhecimento, mas quem realmente irá lidar com as merdas sou eu.

Bem. Quando ele coloca as coisas dessa forma ele me faz parecer egocêntrica.

— Ok —Eu digo simplesmente, ainda na esperança de que Noemi não espalhe sua conclusão precipitada.
— Bem, agora eu preciso de um banho. —Ele diz e vejo quando guarda minha calcinha no bolso.
— Hey, me devolva minha calcinha.—Estico minha mão.
— Pegue outra. Te asseguro que essa está bem guardada — Sorriu caminhando para o banheiro— E tenho certeza que ela não irá lhe fazer falta.
— Idiota —Gritei quando ele fechou a porta.

Esfreguei minhas mãos no pescoço e tentei amenizar o arrepio e a sensação de eletricidade que corria em meus poros.

Eu tenho certeza que teria um ataque do coração antes mesmo de chegar o fim desse mês.

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