Capítulo 58-O dia de ontem terminou na noite passada, e hoje é um novo dia.

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EMMA

Minha garganta está seca como a terra marrom rachada que se estende através dos vales secos. Engulo, tentando criar algum tipo de umidade, mas tudo o que consigo fazer é enfiar a língua no céu da boca. Confusa, olho em volta do quarto brilhante de hospital e encontro Mayara dormindo em uma das poltronas reclináveis.

Por que eu estou no hospital?

Então eu me lembro. Todas as cenas horrendas desde o sequestro até o resgate retornam e um soluço escapa de minha garganta acompanhado de gordas lágrimas caindo dos meus olhos.

Tudo isso foi real?

Levanto meus braços e vejo o vermelho cru e anéis roxos circulando meus pulsos.

Oh Deus. Realmente aconteceu.

Meus olhos ardem, mas eu estou muito desidratada para criar quaisquer lágrimas.

— May— Eu sussurro. Ela não se move. Esticando minha garganta seca, eu tento mais alto. —Ma.. Mayara!

Os olhos dela se abrem lentamente, piscando pelo sono. Quando ela percebe que estou acordada, ela sacode o pé e corre para o meu lado, segurando minha mão.
— Emma? Graças a Deus! —Seus lábios tremem e seus olhos brilham com lagrimas. — Eles não tinham certeza da extensão dos danos a partir de... — Ela faz uma pausa. — Não é importante. Deixe-me chamar o médico.

Antes que ela possa sair, eu agarro a mão dela. - May?
— Sim?
— Meus bebês...
— Os bebês são tão forte quanto a mãe e o pai deles. —Disse sorrindo e suspirei aliviada.
— E Nicolas, ele está bem?
— Beba, querida. Eles disseram que os
medicamentos a desidrataram. Eles vão colocar um outro saco de soro para ajudar.—Mayara pega um recipiente grande com uma gaze e o coloca entre meus lábios.

Chupo gole após gole de água fria, deixando acalmar a garganta
áspera.

— Obrigada — Digo quando estou satisfeita. — Agora. Como. Está. Nicolas?
— Deixe-me chamar o médico, querida. Ele precisa saber que você está acordado.
— Mayara! — Eu grito, com a voz mais clara agora que tomei um pouco de água.
— Você não pode ficar nervosa, Emma. —Mayara solta todo ar dos pulmões.— Pense nos bebês.
— Tudo bem. —Respirei fundo, soltando o ar lentamente em seguida. — Como está Nicolas?
— Ele passou por uma cirurgia e está fora de perigo. Mas ainda sim, os médicos precisaram colocá-lo em coma induzido.
— O que?
— É apenas apara ajudar na recuperação do seu corpo, Emma. Ele está bem.
— Os Schiller são ossos impossíveis de roer—Naty entra no quarto acompanhada de Marlon.
— Senhorita Bennett! —O médico entrou em seguida, com seu tablet na mão, folheando o que eu assumo que seja o meu histórico. — É bom vê-la acordada.

Ele me dá um sorriso amável.

— Há quanto tempo estou aqui?
— Apenas doze horas—O médico responde. — Mas você estava desaparecida há duas semanas.

Oh Deus. Duas semanas com Marcelo.

Meu estômago se revira com o
pensamento e engulo a náusea. O médico se aproxima e faz seu exame, piscando uma luz nos meus olhos, verificando impressões, folheando as telas no tablet.

— O que você lembra, senhorita Bennett?

Eu narro tudo que me lembro ao médico que depois de terminar suas anotações, me informa que a polícia virá mais tarde para pegar minha declaração em relação ao sequestro.

— Doutor. — Seguro no pulso dele. — E meus bebês?
— Eles são dois milagres. Mesmo com tudo que passou, está tudo bem com sua gravidez. Fizemos todos os exames e você só precisa descansar e ficar em observação.
— Pode deixar que ficamos de olho nela. — Naty diz sorrindo, mas de repente seu sorriso some.

Ela ficou pálida e agarrou a barriga.
— O que há de errado? — Marlon exigiu.
— Eu... eu acho que meu trabalho de parto pode estar começando— Naty respondeu com um sussurro rouco.
— Mas o bebê está previsto por mais três semanas— Marlon argumentou.
— Você esteve sentindo dor nas costas? —Mayara perguntou e Naty assentiu.
— Um pouco. Não mais do que o habitual.
— E sangramento? — Os olhos de Mayara estavam preocupados.
— Um pouco na minha calcinha esta manhã.
— Oh merda, você perdeu seu tampão mucoso— Mayara disse.
— Meu o quê? — Naty questionou
— Isso significa que você está em trabalho de parto.—O médico respondeu — Talvez você esteve em trabalho de parto esse tempo todo. Só Deus sabe o quanto já dilatou.

Por alguns segundos Naty não esboça reação, até que um líquido amarelado estranho colore o chão branco e ela grita de dor.

— Oh meu Deus. A bolsa —Mayara grita.
— Jesus, isso dói.—Naty geme, as mãos esfregando sua barriga redonda de basquete.
— Respire. Apenas respire, como nos exercícios de respiração naquela aula de parto idiota que fizemos. — Marlon diz, tentando levar a esposa para uma cadeira próximo.
— Que tal se eu torcer seu pau e lhe disser apenas para respirar.— Naty deu um passo à frente, ofegando imediatamente e quase dobrando o corpo.

Como estávamos em um hospital, o processo foi agilizado, e uma enfermeira entrou no quarto com uma cadeira de rodas.

— Aah, meu Deus... aí vem outra!—Naty gemeu novamente quando foi acometida pela dor. — Eu não acho que vou ser muito boa nisso, e dói, Marlon. Isso realmente dói. E é só o começo.
— Marshmallow, é para isso que você esteve treinando.
— Foda-se, Marlon
— Bem, é isso que nos colocou nessa bagunça.— Marlon conseguiu que Naty sorrisse.
— Aaaaaaaaaahhh... por que você fez isso? — Ela perguntou com os dentes entre cerrados.

A enfermeira se apressou em ajeitar Naty na cadeira e encaminhou ela para a ala de maternidade.

Mais um Schiller estava à caminho!

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