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Melanie

Continuava preocupada com o Luke. Tinha estado a falar com ele ao telemóvel durante quase meia hora. Só desliguei porque ele me disse que estava bem e que eu tenho de me ir divertir para a festa. A minha vontade era ir para casa dele e abraçá-lo para ter a certeza que está mesmo bem.

- Porque é que não vestes aquele vestido preto que compramos nas férias, quando ainda estávamos nos Texas? – A minha mãe abriu o meu guarda-vestidos.

- Não sei, mãe. Preto não me parece cor de Natal.

- Então quais são as cores de Natal?

- Vermelho, verde, amarelo, prateado, dourado... sei lá.

- Bem, odeias amarelo e dourado. Não gostas de ver verde em roupa. Não tens nada prateado e vermelho só tens uma blusa.

- Onde está o vestido preto?

A minha mãe pegou no vestido que estava pendurado e deu-mo para a mão. Depois de me vestir, sentei-me na cadeira da minha secretária e ela começou a desfazer a trança que tinha feito depois de tomar banho. Com a trança desfeita o meu cabelo ficava mais ondulado e encaracolado.

- Agora pões aqueles brincos prateados e calças...

- As sapatilhas. – Sorri. – Não faças essa cara, mãe, sabes que eu não me sinto bem em saltos altos nem sapatos.

- Calça lá as sapatilhas.

Calcei umas sapatilhas com flores e pus os brincos. Peguei no meu telemóvel e, como não tinha bolsos nem queria levar carteira, prendi-o no sutiã.

- Não percebo como é que consegues andar como telemóvel aí.

- Não cai porque o sutiã está apertado e não me incomoda porque já estou habituada. É prático. – Saímos do meu quarto.

- Como achas que está a tua filha?

- Linda, como sempre. – O meu pai riu.

- Acho que vamos ter de ter cuidado com os filhos dos colegas de trabalho do teu pai.

- Não quero nada com eles.

- Eles são bem bonitos, já vi alguns. – A minha mãe piscou o olho.

- O meu namorado também é.

- Namorado?! Desde quando é que tens namorado, Melanie? – O meu pai preparou-se para entrar em modo paternal.

- Desde anteontem.

- É o Luke? – A minha mãe sorriu.

- É claro que é o Luke.

- Então esse Luke tem de vir cá jantar, qualquer dia. Preciso de ter uma conversinha com ele.

- Pai. – Resmunguei. – Não quero que assustes o rapaz. A Liz, a mãe dele, também disse que temos de combinar um dia para um almoço ou jantar.

- Depois vemos isso. Agora vamos.

***

- Oscar, olá. - O homem que abriu a porta cumprimentou o meu pai.

- John. Esta é Michelle, a minha mulher e Melanie, a nossa filha.

- É um prazer conhecê-las. Tens aqui umas senhoras encantadoras. Entrem, entrem.

John é o patrão do meu pai. Indicou-nos o caminho para uma grande sala em sua casa. Muitos dos convidados já lá estavam e ouviam-se conversas e risos. Uma pessoa loira a falar com uma rapariga de cabelo azul chamou à minha atenção.