Theo
Estava sentado no sofá da sala a olhar distraidamente para a televisão ligada. Se me perguntassem não saberia dizer o que estava a dar. O meu pai e a minha mãe estavam na cozinha a fazer o jantar e o meu irmão estava no quarto. Tinha-lhes perguntado se podia convidar uma pessoa para vir jantar connosco e eles aceitaram. Vi os olhos da minha mãe iluminarem-se e um sorriso nascer, tanto na sua cara, como na cara do meu, quando lhes perguntei; estão à espera que eu traga uma rapariga para jantar, sei que sim.
A minha perna batia no chão com o nervosismo, as minhas mãos estavam transpiradas e tremiam, tinha medo da reação deles, são meus pais e, mais que tudo, quero que me aceitem como eu sou, mas tenho receio do que eles vão pensar.
A campainha tocou e eu levantei-me rapidamente do sofá. Respirei fundo antes de abrir a porta, queria estar calmo para este jantar, mas sabia que não iria conseguir.
- Olá, Theo.
- Mark. - cumprimentei. - Entra.
Depois de eu fechar a porta ele pegou na minha mão e apertou-a na sua ao reparar que esta tremia. Olhou para mim com carinho e preocupação, mais que ninguém sabia que o que eu estava prestes a fazer era difícil.
- Não tens de fazer isto hoje se não estás preparado.
Respirei fundo. - Eu sei que não, Mark, mas eu não quero esconder quem eu sou.
Antes de ele poder responder a minha mãe chamou o meu nome da cozinha. Olhei para o Mark mais uma vez e dei-lhe um beijo na cara antes de o puxar para a cozinha atrás de mim.
O meu irmão já estava sentado à mesa, a olhar para o telemóvel que tinha nas mãos; a minha mãe olhava para a porta, na expetativa; o meu pai tentava disfarçar, mas também ele queria saber quem é que ia entrar naquela cozinha comigo. Senti a mão de Mark apertar a minha e entrámos na cozinha.
A cara da minha mãe mostrou uma expressão confusa quando olhou para o rapaz atrás de mim, como eu disse, partiu do princípio que eu traria uma rapariga.
- Boa noite. - Mark quebrou o silêncio que se tinha instalado. - Sou o Mark.
- Boa noite, Mark. - a minha mãe sorriu finalmente. - Sentem-se. Vou já servir a comida.
- Não ligues aos meus pais, Mark. - o meu irmão riu. - Eles estavam à espera que o Theo trouxesse uma namorada e não um amigo para jantar. - levantou-se para cumprimentar Mark com um aperto de mão. - Sou o Drew, o irmão mais velho do Theo.
Mark riu, forçadamente, depois de ouvir o comentário do meu irmão à cerca de eu trazer uma namorada para este jantar.
- Venham sentar-se. - o meu pai chamou da mesa.
Mark preparou-se para ir, mas apertei a sua mão, escondida atrás das minhas costas, com mais força e ele parou.
- Há uma coisa que eu tenho de dizer antes de começarmos a jantar.
- O que se passa, filho? - a minha mãe pousou a travessa com a comida na mesa e olhou para mim.
- O Mark é... - engoli em seco. - O Mark é o meu namorado. - desviei-me para o lado para as nossas mãos entrelaçadas ficarem à vista.
O silêncio na cozinha ficou pesado. A minha mãe olhava para nós com a boca ligeiramente aberta; o meu pai tinha uma expressão ilegível na cara; e o meu irmão olhou para mim, depois para Mark e finalmente para as nossas mãos e encolheu os ombros.
- Está bem. - ele disse. - Agora podemos comer?
Olhei para ele surpreendido. Não estava à espera que ele reagisse tão bem, esperava pelo menos um pouco mais de surpresa, mas estou contente por saber que ele não se importa.
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San Francisco • 5SOS → Lobisomens ✔
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