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Melanie

- Luke, traz a tua guitarra. - disse-lhe quando nos reunimos todos à noite à volta da fogueira.

- Não sei, Mel, não estou muito à vontade para tocar à frente de toda esta gente.

- Anda lá, Luke, tu tocas bem e ficar aqui a olhar uns para os outros não é uma coisa muito divertida. - encorajou Calum.

Ele levantou-se, murmurando o quanto nos odiava por o obrigarmos a fazer isto enquanto se afastava em direção às tendas.

- Não consigo perceber porque é que ele tem medo de tocar à frente de toda a gente. - comentou Michael.

- Ele deve ter os seus motivos. Eu percebo-o. Sou envergonhada e awkward, de todas as vezes que me obrigam a falar em frente às pessoas fico corada, a tremer e transpirar. Tenho medo de fazer ou dizer alguma coisa estúpida que faça toda a gente julgar-me. - tentei explicar-me.

- É o que eu sinto. - concordou Luke sentando-se ao meu lado com a guitarra na mão.

- Sabes que não tens mesmo de fazer isto, certo? - perguntei.

- Sim, mas tenho que tentar enfrentar o meu medo. Acho que é uma boa oportunidade.

Sorri-lhe levemente e fiz um pequeno aceno com a cabeça para o encorajar. Sei que é difícil. Luke passou levemente os dedos pelas cordas, chamando a atenção dos outros à volta da fogueira.

- Sabes tocar? - um rapaz perguntou rudemente e com um sorriso maldoso.

Apesar de terem medo dos rapazes a maiorida das pessoas naquela escola despreza-os e até goza com eles.

- S-sei. - Luke gaguejou nervosamente.

- Mostra.

- Luke, relaxa. Vais tocar bem, tenho a certeza. - sorri-lhe.

- Q-que música que-querem que can-cante?

- Uma dos All Time Low. - disse-lhe Ashton.

- E se eles não gostarem, ou se me julgarem? - ele perguntou baixinho. Acho que não queria que ninguém o ouvisse. No entanto, eu ouvi.

- E se eles não gostarem? Eles perdem. Tu gostas, eu gosto e tenho a certeza que eles também gostam. - disse olhando para os nossos amigos. - E se te julgarem? Deixa julgar, tenho a certeza que és incrível. Não lhes ligues.

Inclinei-me ligeiramente para a frente e dei-lhe um beijo na bochecha fazendo com que os dois corássemos.

- Mas vais tocar ou não? - alguém perguntou.

Ele ignorou e respirou fundo, os seus dedos ágeis começaram a criar uma bonita melodia. "Therapy", uma música por mim já conhecida. Enquanto tocava e cantava Luke parecia estar no seu ambiente, parecia mais relaxado e, muitas vezes, fechava os olhos. Mas, mesmo assim, continuava a olhar para mim, de vez em quando, talvez para ter a certeza que alguém o apoiava

- Eu disse, foste incrível. - disse-lhe quando acabou de tocar.

Abracei-o de lado, o melhor que podia, sabia que tinha sido um grande passo para ele ao tocar e cantar em frente a esta gente toda.

- Estou orgulhosa de ti, Luke. - disse-lhe ao ouvido enquanto lhe começavam a bater palmas.

- Obrigada, Mel, por me apoiares e perceberes.

- Vou estar sempre aqui para ti, Lukey, sempre.

- Lukey? - perguntou com um sorriso.

- É teu novo nome. - gargalhei.

San Francisco • 5SOS → Lobisomens ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora