→T h i r t y O n e←

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Melanie 

- Quem começa a dar as prendas?
Como amanhã é a véspera de Natal, decidimos juntar-nos todos e dar as prendas que compramos. Estava nervosa, tudo por causa de uma prenda em especial. Esperava que tudo corresse bem.

- Eu posso começar. – Katherine levantou-se para pegar nos embrulhos que tinha trazido.

A troca de prendas não tinha sido combinada. Todos nós tínhamos decidido comprar alguma coisa para oferecer aos outros. Era um gesto que mostrava afeto, não dávamos por obrigação, mas sim pelo prazer de dar.

Fui a quinta a entregar o que tinha comprado. Ashton, Theo e Emma tinham oferecido as suas depois de Katherine.

Levantei-me do sofá confortável em casa de Calum e fui até ao pinheiro decorado para o Natal. Tínhamos posto as prendas por baixo dele.

Como eu previra, Megan adorou a sua moldura, era uma coisa sentimental, uma recordação que todos nós somos como uma família e que vamos estar sempre aqui uns para os outros quando for preciso. Uma família não precisa de ser de sangue, desde que nos conhecemos que temos tido um laço forte de amizade entre todos nós e, mesmo que o tempo acabe por nos separar, e nos faça ir viver cada um para seu lado, sabemos que teremos sempre alguém que estará disposto a ajudar-nos, independentemente da distância.

- Blake, fazes-me um favor? – Entreguei-lhe o seu novo conjunto de pintura.

- Obrigada, Melanie, adoro. – Agradeceu depois de o abrir. – Que favor queres que te faça?

- Quero que entregues isto à Ashley. É a minha prenda para ela. Sei que vais estar com ela hoje.

- Porque é que ela não veio? – Perguntou Lydia.

- Tem de ajudar os pais a organizar o jantar de Natal. O pai dela convidou todos os trabalhadores da sua companhia para um jantar em sua casa. Eu também vou.

- O teu pai trabalha para o pai da Ashley?

- Eu também não sabia. Só soube porque o meu pai me disse que a filha do chefe dele era da minha idade. Perguntei-lhe o nome.

- E como é que sabes que eu vou estar com ela hoje?

- Falei com ela. Queria saber se vinha, ela disse-me que não podia e então perguntei-lhe quando podia ir a casa dela para lhe entregar a prenda. Disse que a casa ia estar uma confusão hoje, mas que se lha queria dar hoje para ta entregar a ti, Blake, que ela ia estar contigo ao fim da tarde.

- Temos um encontro.

- A sério? – Ele confirmou com a cabeça. – Ela não me tinha contado isso. Fico muito feliz por vocês.

- Ela é uma boa rapariga. Ás vezes não tem as melhores atitudes, mas todos nós cometemos erros. Quero conhecê-la melhor, quem sabe se não poderemos progredir para uma relação.

- Isso quer dizer que...

- Sim, Melanie, a minha pequena crush por ti já terminou há bastante tempo. – Riu. - Continuo a achar-te bonita, mas não há mais do que amizade. Sabia que não valia a pena. Era injusto para mim por não aproveitar por estar preso a alguém, e era injusto para ti porque sentes alguma coisa por outra pessoa. Acabava por também ser injusto para ele.

- Então ainda bem. – Sorri-lhe.

- Wow, Melanie, que bom saber que ficas assim tao contente por ter perdido interesse numa relação contigo. – empurrou-me na brincadeira.

Abracei-o: - Desculpa, mas há uma coisa que tenho de fazer.

- Força. Acho que sei o que é. Boa sorte, mesmo que não precises dela.

Sorri e respirei fundo. Estava na hora.

- Vem ao jardim comigo, Luke, quero dar-te a tua prenda.

- Mas... - Não o deixei protestar. Agarrei na sua mão e puxei-o atrás de mim, deixando os outros a rir-se na sala. O som das conversas deles abafado ao fechar as portas de vidro atrás de nós.

- Porque é que não me podias dar a minha prenda lá dentro?

- Quero privacidade. Preciso de estar a sós contigo para o fazer.

- Estás a deixar-me curioso. E ligeiramente assustado.

- Não te assustes, não é nada de mal. Espero.

Ele sentou-se num dos bancos que a família de Calum tinham no jardim. Não perdi tempo com conversas da treta, sabia que se adiasse o assunto, se tentasse dar a volta por caminhos mais compridos, ia acabar por perder a coragem. Não queria isso. Sentei-me no seu colo, com uma perna de cada lado da sua cintura e beijei-o. Ele pareceu surpreendido à primeira mas, logo depois, as suas mãos circularam a minha cintura, uma subindo pelas minhas costas e mexendo nos meus fios de cabelo.

- A minha prenda não é material. – Murmurei contra os lábios dele quando nos separamos.

- Não me importa nada.

Olhei-o nos olhos e suspirei: - Gosto de ti, Luke, gosto muito.

Um grande sorriso espalhou-se pela sua cara. Estávamos tão próximos que o rosado nas suas bochechas era impossível de não ver. Eu sabia que ele era um rapaz extremamente giro, desde o momento em que lhe pus a vista em cima. Mas, ao olhar para ele agora vejo a sua beleza natural. Ele é tão lindo, tanto por fora como por dentro.

- Ainda bem, Mel, porque eu também gosto imenso de ti.

- És tão bonito. – Suspirei. Ele resmungou. – Não me resmungues, Luke, és lindo e ponto final. Não quero saber do teu ego masculino que considera que eu te devia chamar sexy.

- Mel. – Gargalhou.

- Além disso, vou destruí-lo um pouco mais.

Voltei a beijá-lo desta vez mais lenta e suavemente. Conseguia sentir o seu sorriso e era impossível conter o meu.

- Namora comigo. – Acabei por dizer.

O beijo parou. Ele susteve a respiração. Abriu os olhos e olhou para mim, surpreendido.

- Estás a inverter os papéis. Devia ser eu a dizer que és linda e a pedir-te em namoro.

- Bem, Luke, por esta altura já devias saber que eu sou diferente. Gosto de fazer as coisas à minha maneira.

- Sim.

- Sim?

- A resposta à tua pergunta. Sim, Mel, eu quero namorar contigo.

Podia tê-lo beijado, mas não sentia que era a coisa certa a fazer. Abracei-o. A minha cabeça encostada ao seu ombro e as minhas mãos, em punhos, a agarrar a sua camisola com força. Ele deu-me um beijo no ombro e levantou-se fazendo-me pôr os pés no chão.

- Vamos acabar com a troca de prendas. – Entrelaçou os nossos dedos. – Depois vamos dar uma volta. Só os dois.

- Sabes quem me disse para te pedir e namoro se tu não ganhasses tomates?

- Adoras pisar o meu ego.

- Um dos meus hobbies favoritos. – Pisquei o olho. – Foi a tua mãe.

- Não me admira.

- Falamos bastante na noite de Lua Cheia. É uma senhora simpática. – Começamos a andar para dentro de casa.

- Pois é. E agora percebi porque é que ontem ela me disse para arranjar tomates.

- É bom que os arranjes, eu pedi-te em namoro, mas há coisas que não posso fazer. Sou rapariga.

- Melanie!

- O que foi?

- Andas a passar muito tempo com a Katherine.

- Ando, não ando?

Ele riu e apertou a minha mão. Era um sentimento fantástico saber que o podia considerar meu. Sentia que estava no topo do mundo e que nada me podia deitar a baixo. Tudo tinha corrido como tinha imaginado, senão melhor.

San Francisco • 5SOS → Lobisomens ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora