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Lydia

Estava parada à porta do dormitório há já quase cinco minutos, mas não tinha coragem para bater. Sabia que ele estava lá dentro e que, eventualmente, ia ter de acabar por bater à porta, mas estava a adiar o momento. Lembrava-me de como tudo tinha acontecido, as memórias a passar pela minha cabeça como um filme da noite em que as coisas voltaram a mudar, a noite que me tinha colocado nesta situação.

A minha colega de quarto, Candace, tinha-me arrastado para aquela festa, queria que eu me divertisse, coisa que não acontecia desde que o ano começara. Um dos amigos da Candace, que tem casa perto do campus da universidade, decidiu dar a festa e convidar imensa gente. Sinceramente, eu não queria ter ido, preferia ter ficado no conforto da minha cama no dormitório, a ver um filme ou uma série. A sala da casa do rapaz estava já apinhada quando nós chegámos e eu sabia que a cozinha também devia estar da mesma forma.

- Lydia, vou buscar umas bebidas, ok? – Candace gritou ao meu ouvido para se fazer ouvir por cima da música.

- Não tragas para mim. Não quero beber. – ela apenas acenou.

A verdade é que não toquei em álcool a noite toda, não posso culpá-lo pelo que fiz. Mesmo que a Candace tenha tentado convencer-me a beber alguma coisa ao longo da noite, eu não cedi e mantive-me bem afastada de todas as bebidas alcoólicas. Olhando para trás, gostaria de dizer que a culpa de o que aconteceu ter acontecido foi do álcool, mas nem isso posso fazer. A culpa foi inteiramente minha e do Michael.

Já tinham passado algumas horas desde que tínhamos chegado à festa, mas a noite ainda era uma criança para todos os jovens presentes naquela casa e a festa ainda se iria estender noite adentro. Um dos motivos que me levou a hesitar, quando a Candace me convidou pela primeira vez para vir com ela (ela acabou por desistir e, basicamente, atirar com a roupa para cima de mim e obrigou-me a vir com ela, foi o saber que ela ia acabar por me deixar sozinha enquanto ia ter com o namorado, por isso não me surpreendi quando isso mesmo aconteceu. Estava a tentar encontrar uma cara conhecida no meio do mar de corpos a dançar quando uma mão no meu ombro me assustou.