→T w e n t y N i n e←

967 74 4
                                    

Melanie 

A cidade estava decorada para a época do ano. Anjos, pinheiros e bolas coloridas penduradas pelas ruas, árvores enfeitadas com luzes brilhantes azuis, verdes, vermelhas e amarelas. Música natalícia podia ser ouvida através das colunas colocadas nas esquinas de alguns edifícios. Risos eram ouvidos, as lojas tinham já muitos clientes a fazer as suas compras.

O Natal sempre fora a minha festividade preferida. Sempre apreciei o Natal pelos risos, conversas, canções; liberta um espírito amistoso, familiar. Quando era miúda e ainda estava na Austrália esta época era passada com a família toda reunida, um ano com a família do meu pai e outro com a família da minha mãe. Ao virmos para a América isso mudou, a festividade deixou de ter a reunião da família, era um dia passado com os meus pais, como todos os outros dias do ano; e, mesmo assim, eu continuava a apreciá-lo.

O Natal que mais gostei foi, possivelmente, em Nova Iorque. As ruas estavam pintadas de branco, como um bonito quadro. As pessoas andavam apressadas, saíam e entravam em lojas, mas sorriam. Os risos sempre foram o que mais me fez gostar do Natal. Gosto de ver as pessoas felizes e ouvir risos quando se passeia na rua é sempre uma coisa boa.

- A que loja queres ir primeiro, Melanie?

A minha mãe e eu tínhamos decidido passar este dia juntas. Temos passado pouco tempo as duas. A escola e o seu trabalho têm tornado isso difícil. Agora, com o Natal a uma semana de distância e as férias a começar podíamos, finalmente, passar um dia juntas.

- Não sei. Preciso de comprar as prendas aos meus amigos, a ti e ao pai.

- E já sabes o que vais comprar?

- Não. Não faço a mínima ideia. Acho que só quando vir as coisas é que vou saber que é o que quero comprar.

- Então acho que podemos começar já nesta loja. – A minha mãe apontou para a pequena loja do nosso lado direito. – Depois vamos à próxima e entramos nas lojas que for preciso até tu escolheres aquilo que vais dar aos teus amigos, à tua família e ao teu namorado.

Antes de poder protestar e dizer que ele não é meu namorado como ela insiste em lhe chamar, já a minha mãe tinha entrado na loja. Abanei a cabeça e segui-a.

- Ele não é meu namorado, mãe. – Resmunguei quando cheguei ao seu lado.

- Não é, mas tu queres que seja. E não digas que não. – Com uma gargalhada, levantei os braços no ar, para ela perceber que não ia dizer mais nada.

Olhei à volta da loja e uma moldura branca com pequenas decorações prateadas chamou a minha atenção. Sabia que Megan gostava de coisas que a fazem sentir em casa e amada, coisas pensadas com o coração, com significado emocional. Tinha a certeza que ela ia gostar de uma moldura bonita com uma foto do grupo. E tinha a fotografia perfeita. Pouco tempo depois de Blake ter chegado a São Francisco tínhamos passado uma tarde todos juntos no parque, a brincar como pequenas crianças. Ao pensar na foto, em Megan e Ashton abraçados num dos pequenos baloiços, Luke a empurrar-me no do lado. Katherine às cavalitas de Daniel. Emma e Lydia no escorrega. Michael sentado no chão a falar com Blake e Theo. Calum a rir-se de qualquer coisa que Ashton – ou Megan, - tinha dito. Era uma foto completamente espontânea, as minhas preferidas, tinha capturado um momento em que estávamos a ser nós mesmos e a apreciar o tempo juntos. Um Theo tinha pedido a um senhor que passava que a tirasse e voltou para o lugar onde estava antes sem nenhum de nós se aperceber. Ele era o único que sabia que ia ser tirada e, por isso, era uma fotografia espontânea. Amigos, uma coisa que tinha procurado em tantas cidades e apenas aqui tinha encontrado. Não me importava o facto de eles serem lobisomens, são meus amigos e isso basta. Também eu queria uma moldura para essa foto.

San Francisco • 5SOS → Lobisomens ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora