San Francisco • 5SOS → Lobisomens ✔

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Luke

Saber que a Melanie e a Megan já falam conosco e não guardam ressentimentos é como ar fresco a entrar nos pulmões depois de ter estado fechado num espaço pequeno mais de uma semana e, saber que elas estão dispostas a deixar-nos restaurar a confiança que as fizemos perder, com o segredo que guardamos é como um peso levantado dos ombros. Sei perfeitamente que nós podíamos ter evitado tudo isto se lhes tivéssemos contado mais cedo, se bem que não sei se a sua reação seria diferente. Acho que elas perceberam que não tinha sido fácil dizer-lhes. Tínhamos de confiar nelas primeiro, saber que elas não iriam contar a ninguém porque problemas desses já nos chegou na Austrália. Ser lobisomem é perigoso, há pessoas que nos consideram um perigo para a humanidade e eu percebo isso porque muitas vezes não nos conseguimos controlar a nós mesmos mas, no entanto, também sei que a nossa geração é muito menos perigosa do que as gerações de alguns séculos atrás.

- Luke. - Michael disse com uma voz preocupada quando atendi o telefone. - Tens de vir já para casa do Ashton, está aqui a alcateia quase toda.

- Porquê? - perguntei confuso.

- Não sei mas tenho a certeza que é importante e nada bonito.

- OK, vou só dizer à minha irmã e à minha mãe. Podes telefonar ao Jack e ao Ben?

- Sim, não te preocupes apenas vem.

Desliguei o telefonema e fui até à sala onde a minha mãe estava a ver um programa de remodelações de casas na televisão. Contei-lhe do telefonema do Michael e ela, preocupada, levantou-se logo do sofá e disse-me para ir chamar Lydia.

- Lydia. - bati à porta do seu quarto.

- O que queres, chato?

- Prepara-te para irmos para casa so Ashton.

- Porquê? - ela abriu a porta confusa.

- Não sei. O Michael ligou. - quando disse o nome dele os olhos da minha irmã iluminaram-se e ela sorriu levemente mas decidi ignorar isso, por agora. - Estava preocupado e apenas disse para irmos para casa dos Irwin que já estava lá quase toda a alcateia.

- OK, eu vou-me preparar rápido e já vou ter contigo e com a mãe ao carro.

Acenei em concordância e saí de casa em direção à garagem onde a minha mãe já nos esperava.

- Já telefonei ao teu pai. Ele disse que já lhe tinham dito e que já estava lá. Aos teus irmão ainda não liguei.

- Não é preciso. Pedi ao Michael para o fazer quando ele me telefonou.

- Está bem então. A tua irmã demora?

- Já estou aqui.

***

- Entrem, entrem. - Anne Marie, a mãe de Ashton, disse ao abrir a porta de sua casa com um ar preocupado.

- O que se passa, Anne? - a minha mãe perguntou.

- Não sei. Ainda não nos contaram. Estavam à espera que estivéssemos cá todos ou, pelo menos, um representante de cada família.

Enquanto a minha mãe ficava a falar com Anne eu e a minha irmã fomos até à parte de baixo da casa, que era como uma cave, onde já estava grande parte da alcateia. Theo acenou-nos com a mão e nós fomos até ele. Lydia sentou-se ao lado de Michael e, apesar de eu saber que o objetivo era ser discretos, reparei no pequeno movimento que fizeram para unir as suas mãos e entrelaçar os seus dedos. Não gosto que o Michael e a minha irmã estejam numa relação ou o que quer que seja. Tenho medo que ela saia magoada de tudo e eu não quero ver a minha irmã magoada. Se estivéssemos noutra situação teria dito alguma coisa a respeito do pequeno gesto mas sabia que não era o momento certo por isso esperaria até ser uma boa altura e, aí, confrontá-los-ia a respeito de tudo isto entre eles.

- Estão todos a ouvir-me? - a voz de Mr. Skye fez-se ouvir.

Apesar de não ser lobisomem, o avô de Daniel tornou-se num homem muito respeitado pela alcateia. Ter falado com tanta gente e ter tentado saber o máximo a respeito de lobisomens depois de o seu filho e nora terem sido mordidos foi um ato perigoso, um lobisomem podia ter levado a sua curiosidade para o lado errado, podia ter pensado que o seu objetivo era causar algum dano e não ajudar a sua família e tê-lo ferido gravemente ou pior ainda. No entanto, passado tantos anos já não é visto como um ato mal calculado mas sim um ato corajoso.

- Quero que todos vocês conheçam Max Williams, um dos nossos lobisomens viajantes, tem informações preciosas mas perigosas para todos nós.

Começou a ouvir-se um pequeno burburinho na sala, murmúrios vinham de todas as partes, todos se questionavam o que se estava a passar, que informações Max traria. Eu sabia bem que os lobos viajantes era imprescindíveis, podem mesmo salvar uma alcateia com as informações que trazem e é graças a um lobo viajante em particular que eu, Michael, Ashton e Calum, juntamente com as nossas famílias conseguimos sair da Austrália, se não fosse por esse lobo não estaríamos aqui hoje.

- Venho do Sul do Canadá. As coisas estão um caus por aqueles lados. - Max começou atraindo a atenção de todos. - Todos os lobisomens estão em perigo neste momento, não apenas os lobos que vivem no Canadá mas também os americanos e todos os outros à volta do mundo.

- Mas o que se passa? - perguntou preocupada uma das fêmeas.

Quando estamos em alcateia não nos referimos uns aos outros como "homens" ou "mulheres" porque, na realidade, quando estamos em alcateia somos todos lobisomens, lobos, e por isso referimo-nos como "machos" e "fêmeas".

- Caçadores, caçadores é o que se passa.

Logo depois de "a bomba ter sido soltada" começaram a ouvir-se murmúrios por toda a sala. Todos falavam com quem estava ao lado num misto de espanto e medo. O nosso grupo, no entanto, estava mudo. Nenhum de nós sabia o que dizer. Ouvir a novidade foi como um murro bem forte no estômago e eu tinha a certeza que se me pusesse de pé ia cair.

- Como assim caçadores?

- Bem, - Max suspirou. - Todos sabemos que há bastantes grupos de caçadores, tanto de lobisomens como de outras criaturas míticas à volta do mundo. Um dos grupos no Canadá, de alguma maneira, descobriu a alcateia local e começaram a fazer aquilo que tão bem sabem. Disparar para capturar ou matar. Ninguém está a salvo por isso vim o mais rápido que pude até aqui, a São Francisco, para vos informar a fim de estarmos preparados quando a altura chegar.

- Não sabe se a altura vai chegar. - Calum disse com uma voz fraca.

- Diz-me, rapaz, realmente acreditas que não vai chegar? O que os impede de também nos descobrirem? Eles são treinados para nos encontrar... é o que fazem. Temos de estar preparados para quando esse dia chegar.

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Hey, eu peço desculpa por não ter publicado no sábado mas estive sem net :(

Para vos compensar, publico o próximo capítulo na quarta.

Anyways, como foi o vosso regresso às aulas? O meu foi bom.

O que acharam do capítulo? Parece que há um novo perigo... Opiniões? Previsões?

Até quarta,

bia xx