→E x t r a C i n c o←

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Calum

- O que achas que deva fazer para o nosso encontro? – Alex, o meu colega de quarto, perguntou.

- Não sei. Acho que onde levas uma rapariga num encontro depende de como ela é. Eu não conheço a Ella... Não te posso ajudar.

Alex abriu a porta do café e entrou comigo atrás de si. Ele tinha, finalmente, ganho coragem para perguntar a Ella, a rapariga de quem já gostava há um ano e meio, se queria sair com ele, mas não sabia o que fazer para o encontro e queria que eu o ajudasse a descobrir o que fazer.

- Eu preciso mesmo de ajuda com isto, Calum. Sabes que sou horrível com raparigas.

- Eu já não tenho namorada desde a Emma, Alex, e nós começámos a namorar quando ela tinha dezasseis anos, acho que não as coisas eram diferentes nessa idade. Tens vinte anos, tenho a certeza que consegues pensar nalguma coisa.

- Bom dia! – uma voz alegre cumprimentou ao nosso lado. – O que vão pedir?

Olhei para a rapariga com um dos aventais com o símbolo do café onde nos encontrávamos parada ao nosso lado. Tinha o cabelo ruivo e a pele pálida, os olhos verdes eram como uma floresta densa e as sardas nas suas bochechas e nariz davam-lhe um ar de criança. Era bonita.

- Pode ser um café simples, por favor. – Alex pediu e deu-me um pontapé por debaixo da mesa.

- Para mim pode ser o mesmo. – olhei chateado para o Alex.

- Ok, eu já volto com os vossos pedidos. – a rapariga sorriu.

- Não faças esse ar de chateado, Calum. – ele riu. – Estavas a olhar para a rapariga há demasiado tempo. Devias agradecer-me por te ter safado de passares por pervertido.

- Oh, cala-te. Tens alguma ideia para este teu encontro com a Ella? – tentei mudar de assunto.

- A única coisa que me ocorre é o típico jantar e ida ao cinema.

- Tem razão, Alex, precisas mesmo de ajuda.

- Mas tu não estás a fazer grande coisa.

- Estão aqui os cafés. – a rapariga de antes pousou-os na mesa com um sorriso. – Vão querer mais alguma coisa?

- Para já não. – respondi.

- Espera! – Alex exclamou quando ela se estava a afastar.

- Sim?

- Bem, tu és uma rapariga, certo? – perguntou. – Bem, claro que és, pergunta estúpida. – murmurou logo a seguir para si mesmo. – É que eu preciso de ajuda.

- Sim, eu sou uma rapariga. – ela não parecia achá-lo estúpido e querer afastar-se de nós a correr, pelo contrário, parecia divertida. – Com o que é que precisas de ajuda?

- É que, bem, eu convidei uma rapariga para sair e eu gosto mesmo dela, mas não sei mesmo que fazer para este encontro.

- Ruth! – a mulher atrás do balcão chamou.

A rapariga olhou para ela e depois para nós antes de suspirar. – Eu tenho de ir trabalhar. – disse. – Mas, se quiseres que eu te tente ajudar, espera que eu acabe o meu turno, ok? É só mais meia hora.

- Obrigada...

- Ruth, sou a Ruth que a minha chefe estava a chamar. – riu levemente.

- Eu sou o Alex e este é o Calum. – apontou para mim.

- Então até daqui a meia hora, Alex e Calum.

- Bem, se te vou ser sincero, nunca esperei que tu fosses ter coragem para pedir conselhos à cerca do teu encontro a um estranho. – ri-me.

- Lá por tu não teres coragem para fazer isso não quer dizer que eu não tenha. – ele bebeu um pouco do seu café.

Levantei as mãos em rendição e rimos os dois.

***

Ruth tinha acabado o seu turno e veio ter connosco, tal como prometido, para ajudar o Alex. Fez-lhe perguntas sobre a rapariga que ele queria convidar para sair e esteve calada durante uns minutos antes de responder, mas o que ela disse surpreendeu Alex.

- Então tu achas que devo convidá-la apenas para passar um tempo comigo no meu dormitório? – Alex olhou para ela espantado.

Ruth acenou.

- Disseste que ela é uma pessoa simples, que não liga muito às grandezas e que é muito chegada aos amigos, que gosta de passar tempo com eles e aproveitar com as pessoas de quem gosta. Tenho a certeza que vai gostar de passar um tempo contigo, sem interrupções e só a aproveitar. Vai de certeza gostar mais do que de uma ida a um restaurante chique, pelo menos acho que sim, tendo em conta o que disseste sobre ela. Guardar uma coisa mais formal para um encontro futuro é uma boa ideia, na minha opinião.

Alex olhou para ela pensativo, não parecia acreditar que fosse capaz de conquistar uma rapariga apenas a conversar e ver um filme no seu dormitório, ou talvez nunca tivesse pensado no assunto. Ruth sorria enquanto bebia o café que tinha trazido ao vir para a mesa onde nós estávamos, parecia divertida com a reação do Alex. Eu, por outro lado, ainda não tinha dito quase nada desde o início da conversa e, agora que pensava no que a Ruth dizia, sabia que era realmente uma boa ideia, enquanto estivessem os dois sozinhos no dormitório, porque não haveria distrações, teriam mais hipóteses de se conhecerem bem. Alguns dos melhores encontros com a Emma foram passados na casa um do outro a ver filmes ou simplesmente a conversar.

- É claro que tens de ter em conta que talvez ela não esteja à vontade para estar sozinha contigo no dormitório. Tenta deixar claro que não vais tentar nada para o qual não esteja preparada, até porque é apenas o primeiro encontro. – fez uma pausa. – Não estás a pensar envolver-te com ela no primeiro encontro, pois não?

Alex corou.

- Não! Claro que não. Para isso há tempo, se as coisas funcionarem.

- Fazes bem, não me parece que ela fosse apreciar muito que tentasses dar um passo maior que a perna no primeiro encontro. Podias estragar tudo. – bebeu um gole de café. – Achas que ela vai ter problemas em estar sozinha contigo num quarto?

Ele pensou um bocado antes de abanar a cabeça.

- Não. Aliás, já estivemos sozinhos tanto no meu dormitório como no dela várias vezes a estudar.

Ruth acenou em compreensão.

- Então não me parece que vás ter problemas.

Com um último gole no café, levantou-se da mesa e pegou no recibo da conta, tirou uma caneta da carteira que tinha na mão e escreveu um conjunto de números que só podiam ser o seu número de telefone.

- Se precisares de alguma coisa, Alex, é só telefonares. – disse o nome dele, mas entregou-me o papel a mim.

Sorriu-nos aos dois e deixou o seu olhar parar em mim durante algum tempo antes de se virar para sair do café.

Sabia que a voltaria a ver.

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Hey,

Bem, o que acharam deste extra? O Calum conheceu a Ruth, falei dela no epílogo quando a Melanie estava a contar ao Blake que o Calum tinha uma namorada.

O que acharam?

Pergunta: O que acham da maneira como eu escrevo? Que idade acham que tenho pela minha escrita?

O próximo extra será no ponto de vista da Melanie!

Adoro-vos,

bia xx

San Francisco • 5SOS → Lobisomens ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora