Capítulo 16

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Chyarah


Ligo o chuveiro, pra abafar o meu choro. Me sento na tampa do vaso, com os joelhos dobrados.

O clima estava bom, ele finalmente tomou atitude. Mas as cenas do estupro, do sequestro me atormentam. No lugar do meu Pietro, vi o Fabio, ouvi a voz do Fabiano.

Ele deve esta me odiando.

Entro debaixo do chuveiro, pra acalmar os nervos.


***


- ei. – Carol enfia a cabeça dentro do quarto. Depois do ocorrido, Pietro não voltou mais pro quarto e eu não sai. Preferi ficar aqui mesmo e poupar minha vergonha.

- oi. – ela pula na cama.

- como você esta ? – ela me abraça forte, resmungo baixo, por conta da dor. – desculpa.

- tudo bem... – nos sentamos encostadas na cabeceira da cama.

- me desculpa por me meter nos seus assuntos. Se eu não tivesse pedido meu primo o favor, nada disso teria acontecido. Desculpa amiga. – ela tampa o rosto com as mãos, escondendo o choro. A puxo pro meu colo, ela deita, colocando a cabeça no meu colo. Fico alisando seu cabelo.

- você não tem culpa, só estava preocupada comigo. Eu faria o mesmo no seu lugar. – exclamo.

- não faria não, você me faria contar tudo, se não ia me ameaçar com uma faca ou nunca mais comprar achocolatado. – rimos, pois é a verdade.

- pode ser. Mas nada disso foi sua culpa. Para com isso. – ela assenti.

- como ta sendo viver com o homem das cavernas ? ele ta estranho. – ela se levanta e senta de frente pra mim. – vocês dois estão. O que houve ?

- sendo direta... ele finalmente tomou atitude, eu correspondi. Mas na hora que ele tava me beijando no pescoço, naquele clima. Não sei o que me deu, em vez do Pietro vi o Fabio, e a voz era do Fabiano, me apavorei amiga. Entrei no banheiro correndo. – não contenho as lágrimas de vergonha.

- ei, eu falei isso com ele mais cedo. É normal amiga... até perguntei a Vih se você estava bem com relação a isso, ela confirmou. – ela enxuga cada lágrima. – não se envergonhe, infelizmente isso é normal. Pesquisei ontem sobre e conversei com o médico no hospital.

- não quero ir num psicólogo. – já deixo avisada. Por mais que eu precise, não curto falar certas coisas com quem eu não conheço.

- eu sei. – ela ri da minha cara, sabe minha opinião. – eu e a Vih estaremos aqui pro que precisar. Pode ser por mensagem, telefonema ou pessoalmente.

- obrigada. – ela me conta tudo que conversou com o médico e o que achou na web sobre e que a mente dá depois de um trauma. Até que eu não estou no caso de muitas que ela me contou, que achou em sites.


***


- janta. – Pietro bate na porta e entra equilibrando uma bandeja.

- sem fome. – minha voz sai falhada. Depois passar a tarde com a Carol, almoçamos juntas e tal. Eu tive alguns pesadelos nos cochilos, me irritei comigo mesmo e chorei a cada pesadelo que me acordava.

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