Capítulo 16

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- Beba, Lucy. Não é nenhum veneno mortal. É apenas vodca. - Miguel insistiu, empurrando um copo na direção de Lucy, que ela empurrava de volta para ele todas as vezes.

- Não é a minha praia. - Disse Lucy, pela centésima vez consecutiva. Aquilo já estava ficando cansativo. - Beba você.

Miguel rolou seus olhos para trás. O que havia de errado em beber um pouquinho?

- Me dá isso aqui. - Pediu uma voz feminina, tomando o copo da mão de Miguel e entornando o líquido garganta a baixo, limpando a boca com as costas da mão quando um gole da bebida respingou no canto de seus lábios. - Delícia.

Alasca riu. Miguel estava pasmo.

- Que foi? - Alasca perguntou para o olhar chocado de Miguel, depois se virou para Lucy, que ria e balançava a cabeça. - Não se preocupe, Lucy. Demora para se acostumar. Meu pai tem um amigo que fabrica bebidas de pequeno porte. Cresci entre garrafas de Whisky. Tenho uma tolerância quase perfeita.

- Não arde? - Lucy perguntou, inocentemente. - Só bebi vinho e champanhe até agora.

- Não. Queima um pouco quando a gente bebe, mas é gostosa. Você deveria experimentar.

No palco diante deles, Clarissa tinha roubado o microfone de Jason Mraz e estava cantarolando uma versão inteligível de Best Friend. Seu corpo girava, uma mão envolta no microfone, a outra num copo de bebida. Jonathan, o melhor amigo, não estava perto dela. Ela ria, seu cabelo curto despenteado e contra o vento. Um verdadeiro espetáculo para curiosos.

Quando a música terminou, Clary se virou para a banda que tocava com Jason, pedindo que eles deixassem djs remixarem uma música para ela dançar. Os caras assentiram e se retiraram para o fundo do palco, dando espaço para os Djs Calvin Harris e David Guetta. Os convidados foram à loucura, gritaram e pularam quando os dois subiram no palco e assumiram o controle da festa. Clary se inclinou para Calvin, e surrou algo em seu ouvido, fazendo-o rir e assentir com a cabeça.

- Boa noite, pessoal!  - Saudou Calvin, em um microfone sem fio. - Estão prontos para balançar esses traseiros e levantar seus pés do chão?

Os convidados gritaram, batendo palmas e balançando suas cabeças em concordância.

- A primeira é pedido da princesa. - Disse David Guetta, apontando para Clary à sua frente.

As batidas de Glows começaram a ecoar por toda a extensão do jardim cheio de gente. Inicialmente, Clary movimentou-se um pouco, andando para ambos os lados do palco, enquanto acariciava seu próprio corpo. Então ela jogou o cabelo curto e negro para trás, lambendo seus lábios carnudos e vermelhos, mantendo uma expressão fixa no rosto perfeito para os espectadores.

Suas mãos subiram para seu colo quando ela começou a acariciar seus seios por cima do pano colorido de seu vestido manchado de tinta, em movimentos circulares e lentos, rindo divertidamente e jogando a cabeça para trás. O copo de bebida havia sumido de suas mãos.

Miguel quis subir no palco para tirar sua irmã de lá, não por achar que Clary estivesse fazendo algo de errado, pois ele não achava que ela estava, mas por causa das câmeras espalhadas pelo local.

A festa estava sendo transmitida ao vivo, para o reino inteiro. Seus pais não estavam por perto para ver aquele showzinho, não tinham saído para o jardim. Mas a dancinha sensual de Clary poderia dar em merda, uma merda pública e prejudicial não apenas à sua imagem, mas à imagem de toda a família. E apesar de se sentir tentado a impedir que Clary fosse além, mesmo sabendo tudo o que significava, Miguel se manteve parado em seu lugar.

À medida que Clary foi se soltando, as pessoas uivaram e gritaram encorajando-a a continuar. Ela pareceu gostar daquilo, foi aí que Miguel descobriu: Clary não usava um vestido com espartilho com ele pensara, ela estava vestindo uma saia branca e um corpete justo com tiras.

A Seleção - O Chamado Para a RealezaOnde histórias criam vida. Descubra agora