Capítulo 11

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As paredes se aproximavam a cada passo furioso de Clarissa. Parecia que se fechariam em torno dela a qualquer momento e a esmagaria até a morte. Ela queria quebrar alguma coisa, gritar até ficar sem voz e chorar no ombro da única pessoa que a entendia de verdade, Jonathan.

- Precisa de algo, alteza? - Perguntou Will, caminhando apressado para acompanhar o ritmo de Clary.

- Talvez eu precise de sexo selvagem depois do Jornal. Mas agora o que eu quero você não pode me dar. Então por que não vai procurar algo mais útil para fazer enquanto eu vou atrás de quem realmente pode?

will se encolheu e parou na metade do caminho, deixando Clary avançar sozinha pelo corredor. ótimo. O cara era grudento e ela precisava de espaço.

Jonathan não estava no quarto, então provavelmente estaria no estúdio do EM, ajudando seu pai. Clary bateu a porta do quarto atrás de si e seguiu para lá. Não precisou bater na porta do estúdio, no entanto, pois ela se abriu assim que Clary fechou seu punho e o aproximou da madeira. Jonathan estava de pé do outro lado do batente, parecia tenso, mas sorriu para ela.

- Oi. - Disse ele, meio hesitante.

- Preciso de você. Pode me levar para algum lugar longe o suficiente? - Pediu Clary, com a voz estrangulada. Ela estava à beira de mais uma crise de choro, mas olhar para o rosto angelical do melhor amigo a deixava razoavelmente sob o controle de suas emoções.

- Claro. Mas o que aconteceu? - Perguntou ele, franzindo suas claras sobrancelhas.

Ele sabia que havia algo de errado. Ele sempre sabia.

Clary forçou um sorriso.

- Agora não. Vamos. - Clary puxou Jonathan pelo braço para o corredor. - Para onde vai me levar?

- É uma surpresa. - Jonathan sorriu conspiratoriamente, colocando um braço sobre os ombros de Clary.

O dia estava meio nublado, não a ponto de chover, mas fechado o suficiente para deixar uma cor cinza-escura no céu. Clary precisou tirar os sapatos para acompanhar o passo de Jonathan, que andava cada vez mais rápido pelo estreito caminho de terra.

Eles estavam indo para algum lugar pela floresta. Clary quase nunca ía à floresta. Tinha medo de cobras e de possíveis animais rastejantes com patas e caldas que podessem existir por ali.

Da janela do seu quarto não se era possível ver os altos pinheiros que juntos à noite, pareciam aterrorizantes. Mas quando chovia em Bevelly, Clary ficava imaginando uma cena de Supernatural se passando bem ali, a centímetros de onde ela estava deitada. Esse pensamento a incomodava e sempre a fazia perder qualquer resquício de sono que estivesse começando a adquirir.

- Acho que estamos longe o suficiente. - Jonathan interrompeu os devaneios de Clary. Ela olhou para ele e deixou escapulir um longo suspiro.

- Luke não me queria hoje na reunião do jornal. Ele acha que eu atrapalho. Essas meninas mal chegaram aqui e já estão fazendo com que as pessoas que eu gosto me deixem de lado. - Disse ela, apertando mais firme a mão de Jonathan que segurava.

- Eu nunca deixaria você de lado. - Jonathan sorriu. Ele tinha vários sorrisos e Clary sabia identificar cada um deles. Aquele era o sorriso tranquilizador. Ele estava tentando tranquilizá-la.

- Eu sei disso. Só que eles deixariam.

- Então eles são uns idiotas.

- O Luke levou uma delas para o nosso terraço, Jonny. - Clary fez biquinho e abaixou a cabeça. - Eu ainda não acredito. Certo, você levou uma garota para lá e nós meio que brigamos por causa disso, mas sei lá. O Luke ter feito isso me deixa mal de um jeito que me irrita. Eu não deveria ser tão sensível. Fomos ensinados a enfrentar diferentes tipos de situações com um sorriso no rosto. Mas eu simplesmente não consigo. Isso quer dizer que eu tenho defeito?

A Seleção - O Chamado Para a RealezaOnde histórias criam vida. Descubra agora