Quando o cano de um revólver pousou sobre a cabeça de Clary, medo e preocupação se deserolaram dentro de Jonathan. Ele temeu que algo podesse acontecer a ela, que ela viesse a se machucar gravemente, e se desesperou ao perceber que a intenção dos assaltantes era a de levá-la em um sequestro. Eles a reconheceram, sabiam que iriam ganhar um bom dinheiro levando a princesa. Mas Will foi mais rápido. Ele veio por trás, também com um revólver em pulso firme, e desarmou o cara encapuzado que tinha Clary como refém.
Ambos os assaltantes foram contidos com algumas cordas que Marie-Anne, a garçonete peituda, trouxera para ele. Jonathan segurou Clary em seus braços e a apertou firme, ela chorava, tamanha era o seu choque. Ela nunca tinha sido exposta a este tipo de coisa, o palácio sofrera ataques antes, mas ela não via a coisa de perto, pois estava sempre protegida em um dos luxuosos quartos do pânico.
- Tudo bem, Clary. - Jonathan tentava acalmá-la, enquanto a tinha embalada nos braços. Não se preocupou com Maya, que apesar do susto parecia serena. - Tá tudo bem.
Marie-Anne trouxe um tipo de chá gelado feito com erva-cidreira e camomila para ela, e Jonathan forçou o líquido garganta abaixo para sua amiga. Quando viu que ela estava mais calma, ele a levou para o carro junto com os outros, e apertou o pé no acelerador, conduzindo-o rumo ao castelo.
- Isso vai sair nos jornais. - Clary disse, ainda abalada. - Trará mais agitação para o povo, desestabilizará ainda mais a situação.
- Não foi culpa sua. - Jonathan a defendeu, tirando seus olhos por um minuto da estrada para fitá-la o rosto.
- Não, é culpa da Maya que me arrastou até aquele shopping. Eu não devia ter saído de casa, foi uma péssima ideia.
- Como eu ia advinhar que você seria feita de refém? Você que tem um radar sobre cabeça, queridinha. Não ponha a culpa em mim.
Jonathan notou pelo quanto do olho, Clary ranger os dentes.
- Colocar a culpa um no outro não resolverá nada. - Argumentou ele, tentanto evitar uma briga. - Clary, não fique preocupada com a repercussão. Foi um assalto, acontece com as melhores pessoas.
- Não devia acontecer comigo, não agora.
- Infelizmente, as leis do universo funcionam do mesmo jeito para você. Ele não te favorece pela sua posição. Acostume-se. - Maya estava sentada em um dos bancos de trás, mas sua voz um tanto adocicada soou tão venenosa que a impressão que Jonathan teve simulava sua presença bem ao lado dele.
- Maya, cala essa boca! Não foi na sua cabeça que alguém apontou um revólver. Dê um tempo para Clary. - Ele a repreendeu, sua voz soando um pouco alta demais.
- A garçonete chamou a polícia. - Will deixou sua voz elevar-se a cima, depois de ter estado a noite toda em silêncio. - Os caras foram detidos e levados para depor. Se o rei souber o que aconteceu com a filha dele, que é óbvio que saberá, a cadeia não será suficiente. Ele condenará os dois à morte, e isso será desastroso para o reino agora.
- E o que você sugere que façamos? - Jonathan o questionou. - Se é que existe alguma coisa a se fazer.
- Os jornais pipocarão notícias sobre o acontecimentos pelos próximos dias. O caminho mais inteligente é pintar uma situação para distrair as pessoas. Os eventos no castelo são tão magnéticos quanto um imã de geladeira.
- A festa de aniversário da Clary.
- Não sei se ainda quero uma festa. - Clary parecia avoada, seu rosto estava mais pálido do que o normal, a voz um pouco titubeante.
- A festa poderia ser uma boa. - Will concordou com Jonathan. - Todos voltariam os olhos para o castelo, para você, alteza. Eu voto à favor da festa.
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A Seleção - O Chamado Para a Realeza
FanfictionPara trinta e cinco garotas a "seleção" é uma grande chance de vida. Para Clarissa Collins, uma piada cruel. A linda princesa de Nápoles é jovem, inteligente, sagaz, e sempre tem tudo o que deseja, exceto a total atenção de sua família. Toda sua con...