Paranóia

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Por Martin

Seria possível Oliver não sentir mais por mim? O fato era que desde nossa conversa ele nem ao menos me dirigia a palavra, agia como se fosse apenas um empregado, como se não tivéssemos vivido nada juntos, durante o almoço preparou o comida e me deixou sozinho na mesa, foi comer em seu quarto.
Francis podia não ter me conquistado, mas parecia bastante vitorioso no final das contas, pensar nele me deixou com raiva, prometi a mim mesmo que se não fosse feliz com Oliver jamais procuraria ele, mas algo me dizia que se não fosse com Oliver, não seria com mais ninguém.
Antes me considerava hétero, então me descobri gay, mas depois do que tinha vivido não conseguia pensar em mais ninguém além dele, tinha me transformado em uma espécie de oliversexual.
A tarde ele foi para a casa de Travis, me ofereci para levá -lo mas ele me ignorou, subiu em sua bicicleta e partiu. Fiquei sozinho naquela maldita mansão, aquelas paredes estavam me espremendo, não importava o cômodo, tudo me lembrava ele.
Sentia seu toque em minha pele mas no fim não passavam de lembranças passadas.
A noite começava a cair quando Oliver chega, desço para recebê-lo, pendurado em suas costas há uma aljava cheia de flechas novas, me aproximo dele, precisa desesperadamente de sua atenção, seu perdão, seu amor.
-Precisamos conversar.- digo.
-Não, não precisamos, e se me der licença eu preciso tomar um banho e dormir. -diz ele passando por mim como se fosse um obstáculo.
-Não, eu disse que precisamos conversar. - digo agarrando seu braço, não aceitaria ser ignorado.
Nesse momento ele puxa uma faca que provavelmente estava em sua cintura e põe em meu pescoço, aquele me deixa com medo, sabia que o antigo Oliver não seria capaz de me machucar, mas aquele, era uma caixa de surpresas.
-Nós não temos nada sobre o que conversar, tudo já ficou muito bem resolvido, você destruiu nossa história e ponto final. Se continuar me atormentando eu juro que não pensarei duas vezes antes de puxar essa faca.
Solto seu braço e ele se vai, tomo um banho e me deito na cama, sozinho, me debato na cama por alguns minutos até conseguir cair no sono.
Estou amarrado em uma cadeira, estava frio, o silêncio permanece por alguns segundos, então uma voz surge, familiar mas difícil de se reconhecer.
-Você é um tolo, pensa me conhecer,pensa me controlar, mas está enganado, sou indestrutível, incontrolável, minha ira vai destruir tudo, matar todos, e a culpa será sua.
É então que aparece o dono da voz, era Oliver, que agora apontava seu arco em minha direção.
-Por favor, não faça isso, eu te amo. - suplico.
-O amor não existe. -diz soltando a flecha que vêm em minha direção.
Nesse momento acordo gritando, meu corpo estava soado, ninguém vem para perguntar se estou bem.
Me deito novamente, aquele amor estava me destruindo.

Por Que Eu? ( Romance Gay )Onde histórias criam vida. Descubra agora