Morando Sozinho

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Por Martin

O ponteiro marcava cem quilômetros por hora, mas comparado a minha mente, a carro estava parado. Eu tentava dirigir tudo pelo que tinha passado naquela noite, como eu poderia ter ficado bêbado com uma única dose de vodka? Não fazia o menor sentido. Outra coisa que estava me deixando bem irritado era o fato de meu membro não amolecer desde o acontecido, pensar no beijo e na forma que segurava o rapaz contra a árvore também não estava ajudando em nada. Assim que chego em casa, espero por outra festa ou tumulto feito por David. Mas tudo estava silencioso, silencioso até demais.
Entro na sala, nada, então subo por o segundo andar, a porta de seu quarto está fechada, há apenas uma fresta, ouço algo estranho vindo dali.
-Por favor, David, eu não quero fazer isso. - era Hillary.
-Não? Mas eu quero, e quando eu acabar, você vai gostar.
Nessa hora abro a porta e me deparo com com minha empregada acuada em um dos cantos do quarto como uma presa indefesa, e David tentando atacá -la.
Ele se vira com uma expressão surpresa.
-Que merda você estava tentando fazer? - pergunto furioso.
-O que está fazendo em casa?
- Hillary, vá para a sala, eu e esse cretino vamos ter uma conversa.
Ela sai apressada, espero para então explodir.
-Você estava tentando estuprá -la, tem noção do que isso significa?
-Defina assim, prefiro chamar isso de amor unilateral.
-Cara, você não tem ideia da vontade que estou tendo de cortar sua garganta, para que pare de falar essas bobagens, quer saber, vai embora, eu não posso me imaginar morando com alguém do seu tipo. Durma em um hotel, na casa de um amigo, até no relento se quiser, mas aqui não, amanhã pode vir aqui e buscar suas coisas.
-Você não pode fazer isso.
-Mas é claro que eu posso, essa casa é minha, e se não vier, colocarei fogo em tudo.
-Tudo bem, já que você prefere defender a empregadinha. - e com isso ele vai embora.
Eu fico ali por um tempo, pela parede de vidro vejo o carro de David indo embora, então desço para me encontrar com Hillary, ela está no sofá, visivelmente abalada.
-Não precisa mais se preocupar, ele não vai mais te incomodar.
-Foi horrível. - diz ela me abraçando.
-Se quiser denunciá -lo a polícia, vou depor a seu favor.
-Não, quero a polícia envolvida nisso, só peço uma, se possível, eu gostaria de ficar longe dessa casa por uns dias, são muitas lembranças.
-Tudo bem, eu arranjo alguém para te substituir nesse tempo.
-Não se preocupe, eu tenho um amigo que pode me substituir, só não garanto a alimentação, mas quanto ao restante pode ficar tranquilo.
-Tudo bem, se ele é de sua confiança pra mim está bom, pode mandar que ele venha. Vou chamar um táxi para te levar até a cidade e pode ficar em um hotel, eu acerto tudo depois.
Quando o carro chega e ela parte, me deixando só.

Por Que Eu? ( Romance Gay )Onde histórias criam vida. Descubra agora