Território Canídeo
Depois do beijo — que não se sabe quanto tempo durou — eles se separaram, ambos estavam envergonhados, porém Zachary estava mais vermelho que Hendrik. Eles começaram a caminhar em silêncio, na verdade não sabiam sobre o que conversar. Ia demorar algumas horas até Isaac e Alishie aparecerem.
— Você quer comer alguma coisa? - pergunta Hendrik.
— Pode ser.
— Eu arrumei aquele "esconderijo" - fez aspas com a mão — e coloquei alguns alimentos no armário, podemos ir lá e comer até Alishie e Isaac chegar.
— Tudo bem.
O silêncio ainda dominava o ar em volta deles, era possível ouvir o som de grilos e das folhas secas que se amassavam embaixo de seus pés. Alguns minutos se passaram e eles chegaram ao destino desejado, Hendrik abriu a portinhola e Zachary pulou lá dentro, o lobo pulou logo em seguida. Estava escuro, ficou mais ainda quando o moreno fechou a porta de madeira, porém logo em seguida tudo se clareou quando a luz foi acessa.
Zachary olhou ao redor com mais clareza, a última vez que esteve ali não conseguiu prestar atenção no ambiente porque estava passando muito mal. Olhou para o colchonete — que agora estava mais macio, pois havia mais dois embaixo — e lembrou-se que ali foi onde eles deram o primeiro beijo, sentiu um arrepio percorrer seu corpo e se assustou quando ouviu a voz grossa de Hendrik chamar sua atenção.
— Como está seu pé?
— Melhor, não foi nada grave - disse o menor encarando o lobo que estava de costas procurando alguma coisa no pequeno armário de madeira. Prestou bem atenção nos músculos das costas do canídeo que estavam bem marcados com aquela camiseta preta, lembrou-se que passou a mão por toda aquela extensão.
— Zachary, estou falando com você - disse Hendrik olhando para trás enquanto encarava o felino que parecia viajar no mundo da lua.
— Hãn?
— Perguntei se você quer coisa doce ou salgada.
— Doce.
Hendrik voltou sua atenção no armário e Zachary decidiu sentar-se sobre o colchonete. O lobo começou a se aproximar com dois pacotes de bolacha recheada e sentou-se ao lado do leão.
— Espero que goste de chocolate.
Zachary apenas assentiu e pegou o pacote que o outro estava oferecendo. Começaram a comer em silêncio, eles não sabiam o que falar. Hendrik, impaciente, viu que o leão comeu apenas uma bolacha e estava com seus olhos focados no chão, como se estivesse rolando uma briga muito interessante ali, ou talvez estivesse já que o felino tem uma ótima visão.
O lobo colocou o pacote que estava segurando no chão e depois pegou o que estava com o leão fazendo o mesmo o olhar confuso. Hendrik, sem aviso prévio, colocou a mão no rosto do menor e o beijou, Zachary ficou sem reação, porém, quando caiu em si, correspondeu ao beijo. Hendrik foi deitando o felino sobre o colchonete sem quebrar o beijo. Ouviu o coração do menor acelerar, ele estava nervoso e com medo daquilo tudo, pensou em parar, mas se o mesmo não o empurrou então quer dizer que ele também quer, não é?
Hendrik distribuiu vários beijos no rosto de Zachary, na bochecha, na testa, no nariz, o que fez o menor rir, mas logo soltar um pequeno gemido quando o lobo avançou em seu pescoço dando-lhe uma lambida. O menor apoia suas mãos no ombro do moreno para a qualquer momento poder impedi-lo de fazer algo que ele não quisesse que acontecesse. Hendrik voltou a beija-lo e com sua mão começou a explorar toda a região do tórax do menor por cima da camiseta, até que acidentalmente esbarra no mamilo do leão fazendo com que o mesmo apertasse seu ombro e arfasse entre o beijo.
Depois de perceber o que havia feito, soltou um sorriso malicioso e colocou a mão esquerda lentamente por baixa da camiseta do mais novo esperando por uma reação positiva ou negativa. Enquanto passava os dedos sob a pele do menor, além de sentir que o mesmo estava arrepiado, sentiu também a cicatriz que havia ficado por causa da arranhada que ele havia levado do maldito guepardo. Hendrik hesitou em continuar, encarou os olhos bicolores do garoto que estava abaixo de si e viu que os mesmos lhe dava permissão para continuar.
Hendrik sobe mais a mão, porém dessa vez encarando toda a feição do felino que o encarava de volta, era como se estivessem presos no olhar um do outro. Passou o dedo indicador no mamilo do menor e instantaneamente o rosto do mesmo ficou vermelho. O lobo encarou a boca do outro que estava semiaberta, e como não conseguiu resistir, começou a beija-lo. Era um beijo calmo, porém intenso. Hendrik não queria assustar o menino, mas estava difícil de controlar aquele desejo todo.
Depois que tirou a mão de baixo da camiseta do leão, Hendrik segura a mão do mesmo e a leva para cima da cabeça prendendo-o no colchonete. O canídeo se encaixa no meio das pernas do felino e consequentemente suas ereções se roçam. Zachary se assusta e aperta a mão do maior, quase o machucado, pois suas garras acabaram de aparecer. Hendrik para o beijo e olha para a mão do mais novo confuso e o mesmo tampa o rosto.
— O que aconteceu Zachary? Eu te machuquei? - pergunta o moreno preocupado. O leão nega com a cabeça, mas continua com a mão sobre o rosto — então o que aconteceu? - Hendrik toca na mão do felino e o mesmo se arrepia.
— Quando eu... - a voz do mais novo sai abafada.
— Quando você...? - insiste o moreno.
— Quando eu fico... - Zachary tira a mão de sobre o rosto e respira fundo olhando para o lado — quando eu fico excitado não consigo controlar a transformação - disse em disparada, Hendrik levou alguns segundos para raciocinar as palavras ditas com certa velocidade.
— Eu faço você ficar tão louco assim? - disse Hendrik brincalhão.
— Também, mas... - responde Zach meio receoso — todas as vezes que eu fiz sexo minhas garras apareceram, porém só a garota que eu perdi a virgindade as viu, o resto foi tudo no escuro e sem muito toque.
Hendrik encara o felino a sua frente que estava com as bochechas rosadas. A expressão do lobo não demonstrava nada, porém por dentro ele estava gritando de ciúmes, mas não tinha muito o que fazer, ele não tinha direito de cobrar nada do leão. Zachary sabia muito bem que o moreno estava irritado com o que acabara de dizer, por isso passou os braços sobre o pescoço dele e o abraçou, trazendo-o para mais perto de si.
— Só as garras apareceram? - pergunta Hendrik enquanto respirava próximo ao pescoço do menor, inalava todo seu odor doce que tanto amava.
— Só.
— Então vou fazer você perder todo o controle.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Entre Presas e Garras: Wild - 1ª Temporada
WerewolfUm universo alternativo onde o mundo é dividido em duas partes: os seres humanos felinos e os seres humanos canídeos. Vive cada um no seu canto com seu território. Cada povo com suas regras e ideologias, cada grupo em seus respectivos lugares sem co...