Capítulo 48

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Território Felino

Apollo prestava atenção em todo o plano do pai para invadirem o território inimigo. Primeiro eles iam usar dardos para derrubar os guardas que estavam próximos ao rio, teriam de tomar cuidado, pois os mesmos têm uma arma que eles não têm: a Azxcui, é um líquido desenvolvido pelos canídeos onde eles anulam os genes animais tanto de felinos como de canídeos, fazendo a pessoa não conseguir se transformar durante dois dias, os mesmos usados em Zachary, Hendrik, Isaac e Alishie.

— Mas pai, eles vão estar escondidos assim como nós, eles não vão ficar de cara na margem - comentou Apollo.

— Por isso teremos de atrai-los.

— Mas eles vão ouvir os barulhos das armas.

— Estamos desenvolvendo um protótipo de arma silenciosa, não só no momento de atirar, mas também no momento de manuseá-la, como puxar o gatilho, trocar as balas e etc.

O futuro líder apenas assentiu e continuou ouvindo o pai falar.

— Vamos usar sapatos fornecidos pelos Feilong, onde o barulho do pisar no chão diminui oitenta e sete por cento, será muito útil, pois estaremos em uma floresta e existem folhas no chão. Tente ao máximo evitarem pisar em folhas secas.

Todos assentiram.

— E mais uma coisa, meu filho Zachary está naquele território por vontade própria, ele provavelmente não vai querer ceder, então se ele não cooperar quero que atirem dardos tranquilizantes nele.

— Você não pode fazer isso! - disse Apollo.

— Sim, eu posso. Ele é meu filho e não está seguro naquele lugar, nem ele e nem o canídeo que está com ele. Eles podem ser as pessoas que mais se amam no mundo, porém não é possível para eles ficarem juntos, eles simplesmente não tem para onde fugir já que metade do mundo é canídeos e a outra metade felino, não tem para aonde eles fugirem, entendeu? - disse olhando diretamente nos olhos de Apollo, percebeu que o pai estava com os olhos cansados, provavelmente não estava conseguindo dormir por causa de Zachary, não pode culpa-lo — e mais uma coisa, não machuquem o lobo que provavelmente estará com Zachary.

— E depois que a gente invadir o território deles, o que vamos fazer?

— Tentaremos falar com Darius, já que ele simplesmente está ignorando nossos chamados, precisamos de novos acordos.

— Porque não podemos simplesmente acabar com essa guerra toda e juntar todo mundo? - disse um guarda inocentemente.

— Você acha que será fácil? Demorou séculos para as duas raças se dividirem, não seria fácil juntar de novo, milhões não aceitariam essa junção e poderia causar mais mortes, sem contar nas nossas ideologias diferentes, se não deu certo no passado, por que daria agora que estão todos cada vez mais ignorantes? - respondeu Bali calmamente, porém sua voz dava medo.

— Os felinos das outras fronteiras já estão sabendo dessa invasão? - perguntou outro guarda.

— Eu já havia avisado todos os comandantes que tomam conta das outras fronteiras que só nós vamos entrar, e que é apenas para eles ficaram de olho para ver se os canídeos não atacam.

Bali deu mais algumas recomendações e então dispensou todos.

Território Canídeo

— Querido, estou com muito medo, Hendrik está lá fora sozinho, sabe-se lá aonde. Os felinos podem atacar a qualquer momento, e se estiver próximo da linha de frente? Se pegarem ele de novo com certeza não vão perdoa-lo - lamentava Violeta.

— Eu sei querida, mas o que você quer fazer, ir atrás dele? Os guardas estão por todos os lados, ele pediu para não avisarmos a polícia, e ele está sempre dando notícias de que está bem, quando ele parar de mandar mensagens ai sim devemos nos preocupar.

— Ele é uma criança ainda!

— Violeta, você nunca tratou ele como uma criança, sempre o levou pra caçar com você desde pequeno, por que só agora você está agindo desse jeito? Ele sabe se virar sozinho, sabe por quê? Porque você o treinou direitinho! - disse Nicholas se aproximando da esposa e dando-lhe um beijo na testa e logo em seguida um abraço.

Esconderijo

Hendrik deitara na cama para tirar um cochilo e acabou dormindo por horas. Acordou meio sem senso de tempo, olhou ao redor do quarto e viu que Zachary não estava no local, levantou-se desesperado, porém logo se acalmou quando viu que tinha uma garrafa de água a menos, o mais novo provavelmente estava tomando banho.

Antes de voltar a deitar, reparou que o lenço umedecido e a ducha higiênica que havia deixado sobre o armário não estava mais lá, procurou em todo lugar e até mesmo no lixo, caso Zachary tivesse jogado fora, mas não estava em lugar nenhum. Começou a criar teorias de que o leão havia levado junto com ele, para, talvez, fazer um teste. Hendrik começou a se animar com a ideia quando ouviu a portinhola sendo aberta e Zachary entrar. O felino segurava uma toalha e suas roupas sujas, que no caso eram de Hendrik, já que o menino não levou nada. Zachary ficou surpreso ao ver Hendrik acordado, desviou o olhar e corou de leve.

— Vejo que acordou - disse o mais novo.

— Sim, por um momento fiquei assustado por não te ver, mas vi que estava faltando uma garrafa e deduzi que fora tomar banho.

— Deduziu certo.

Zachary segurava a toalha com força, como se estivesse escondendo algo, Hendrik percebera, e disfarçadamente voltou a deitar de costas para o mais novo.

— Eu ainda estou com sono, vou voltar a dormir, boa noite!

— Boa noite! - respondeu Zachary.

Por mais que o felino tentasse não fazer barulho nenhum, Hendrik conseguia ouvi-lo claramente, principalmente seu coração que estava acelerado por conta de um nervosismo onde Hendrik não sabia de onde vinha.

Zachary apagou a luz depois de terminar o que tinha para guardar e então deitou do lado de Hendrik, respirou fundo e fechou os olhos.

— Hendrik! - disse Zach virando-se enquanto encarava as costas do mais velho.

— Oi?

— Troca de lugar comigo, você sabe que eu não gosto de dormir na ponta.

— Tudo bem!

Zachary subiu em cima de Hendrik para passar do outro lado e deitar-se na ponta encostada com a parede, mas foi impedido de concluir o seu destino, pois o lobo segurou-o pela cintura fazendo o mesmo se assustar.

— Eu sei o que você fez quando estava lá fora - disse Hendrik com a voz num tom exagerado de malícia, Zachary não precisou responder nada, apenas o fato de seu coração acelerar mais ainda foi o suficiente para entrega-lo.

— Você estava me espiando? - perguntou o mais novo com certa raiva.

— Claro que não, respeito sua privacidade, mas é que eu senti falta de algo que eu trouxe.

— Eu... - o menor simplesmente não tinha o que dizer.

— Por que tem tanto medo? Eu gosto de você, você gosta de mim, o que te impede? - falou Hendrik enquanto acariciava de leve a bochecha do garoto que estava em cima de si.

— Eu não sei, eu realmente não sei. É tudo muito novo pra mim, nunca pensei em ficar com um homem em toda a minha vida. Sei que não devia, mas de certa forma isso mexe com a minha masculinidade.

— Você não vai deixar de ser homem só por isso. Sua masculinidade é tão frágil assim?

— Claro que não!

— Então! Você não vai deixar de ser homem, isso não existe. Já conheci tantos gays que são mais másculos que muito hetero por ai - os dois riram.

— Tudo bem então - disse Zachary por fim dando um beijo em Hendrik.

Entre Presas e Garras: Wild - 1ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora