Entre Presas e Garras: Wild - 1ª Temporada

Capítulo 35

Território Felino

O clima na casa dos Nikolaevich estava pesado, Cherish havia chegado em casa e estranhamente estava calada, ficava pensando que a verdade estava em sua cara, porém não percebeu; aquela história da planta provava que tinha algo de errado com seu segundo filho, mas mesmo assim não havia feito nada para evitar essa tragédia, agora estava lá, aflita sem saber o que ia acontecer com seu jovem leão. Caleb naquele momento estava na casa de sua babá, apesar do garoto já ter doze anos, Bali e Cherish não queriam que o filho mais novo ficasse no meio daquele clima tenso.

Bali tentou mais uma vez contato com Darius, porém falhou assim como das últimas vezes, a única coisa que lhe restava era falar com os Feilong; apesar de não ser fácil contata-los, Bali conseguiu — com um pouco de dificuldade — marcar um encontro para ainda hoje, ser o líder dos felinos e também Maxwell, pai de Isaac que tem grande influência, ajudou muito, ambos irão encontrar-se com alguém da família Feilong.

Os Feilong são uma família de panteras, sendo a maioria deles negras, eles são mercenários — vamos assim dizer — que fazem trabalho por dinheiro, seja desde ser guarda de alguém importante até um assassino de aluguel, mas não pense que é fácil contrata-los para algum serviço, além de ter muito dinheiro existe a famosa burocracia, eles gostam de conhecer a pessoa, falar com elas pessoalmente e querer entender mais sobre o porquê alguém os pagaria para fazer tal serviço. Eles têm um treinamento bruto, até mais pesado que os treinamentos que os futuros líderes felinos recebem. Uma criança da família Feilong começa o treinamento quanto completa doze anos, não importa se é homem ou mulher, o treinamento é igual para ambos, se sobressai quem tem mais dedicação.

...

Bali e algum membro da família Feilong marcaram de se encontrar em um restaurante japonês apenas frequentado por pessoas com certo status. O líder dos felinos reservou uma mesa discreta para que não chamasse atenção o fato de ele estar se encontrando com um mercenário, Maxwell disse que infelizmente não ia poder comparecer, pois sua mulher estava totalmente descontrolada e poderia fazer alguma besteira, por isso teria de cuidar dela.

Depois de alguns minutos esperando, um homem com cabelos grisalhos aparece bem à frente da mesa onde Bali se encontrava, o leão levanta e ambos se cumprimentam com um aperto de mão, logo depois se sentam.

— Bali, do que precisa? - pergunta o homem com um sorriso amarelo nos lábios, seus olhos castanhos encaravam os do leão líder.

— Preciso de sua ajuda, Athos - responde Bali.

Athos Feilong era atualmente quem mandava em todos os Feilong, seu pai havia falecido há muitos anos e deixado o legado da família com ele.

— Como posso ajudá-lo?

— Meu filho Zachary está em perigo - Athos encara-o para que prossiga — ele está em território canídeo, preciso que o resgate.

Feilong fica levemente surpreso com a revelação e respira fundo.

— Por que ele está lá?

— Eu não sei ao certo, mas parece que ele passa para o outro lado há meses.

— E você só foi descobrir agora?

— Zachary é muito fechado, apesar de eu conversar com ele, ele não se abre comigo, não conta o que está sentindo, o que está pensando, ele consegue esconder e disfarçar muito bem.

— Entendo, então você quer que eu o resgate?

— Sim.

— Você tem ideia de onde ele possa estar?

— Não, provavelmente em alguma prisão.

— Isso é desanimador, não tenho noção do tamanho do território canídeo e suas prisões, mas eu tenho certeza que são muitas.

— Por favor, eu pago o que for! - diz Bali desesperado.

Athos olha ao redor e fica com uma expressão pensativa, até que volta a encarar Bali.

— Tudo bem, conversarei com a melhor pessoa da minha família para que ela faça o trabalho.

— Muito obrigado! - Bali levanta da cadeira e estende a mão, Athos a pega e ambos se despedem — Ah, Athos - chamou o líder antes que ambos fossem embora — não conte a ninguém desnecessário, não queremos que isso vire um caos, não é?

— Absolutamente não - respondeu Athos sorrindo amarelo e então ambos seguiram caminhos opostos.

Território Canídeo

Violeta e Nicholas já sabiam que o filho havia sido preso em flagrante enquanto estava sob presença de dois felino, a família Gandares estava em total desespero, queriam de todo modo falar com Darius, porém o líder canídeo não estava atendendo ninguém no momento.

A família de Hendrik e Alishie se encontravam em uma sala onde havia algumas cadeiras com um acento afofado, perto de uma porta havia um balcão e atrás dele estava uma moça que era a recepcionista, os Gandares e os Alighieri estavam esperando há horas para falar com Darius e não iam sair de lá ate conseguir conversar com o líder canídeo.

...

Um guarda colocou uma bandeja com dois pratos de comida dentro da cela onde se encontrava Zachary e Isaac, o leão se levantou rapidamente e foi em direção as grades.

— Moço, por favor, me diz o que está acontecendo! - diz Zach desesperado e o guarda simplesmente o ignora — filho da puta! - esbravejou o felino enquanto estava prestes a chutar a bandeja de comida, mas parou ao ouvir a voz se Isaac.

— PARA! Você está louco? Se chutar isso vamos morrer de fome aqui - disse o loiro.

— Eu não estou com fome - falou o leão enquanto sentava na cama.

— Bom, eu estou - o loiro seguiu em direção à bandeja e sentou-se frente a ela — vou deixar um pouco para você caso mude de ideia.

— Pode ficar a vontade - fez uma careta.

— Até que não é tão ruim, já comi coisas piores.

— Acho melhor você comer - gritou alguém, era uma voz feminina, provavelmente Alishie havia acordado — não sabemos quanto tempo ficaremos aqui, acho que será muito já que quem vai tratar do nosso caso é o líder Friedrich, e mesmo não sendo frequente que isso acontece, sempre demora porque existe uma grande burocracia envolvida.

Zachary não responde, apenas respira fundo e deita na cama encarando o teto.

— Zachary você precisa permanecer forte e por isso tem que comer alguma coisa - ao ouvir a voz de Hendrik o coração de Zach da uma leve palpitada, queria vê-lo.

— Tudo bem, vou comer - respondeu o menino enquanto levantava-se da cama e seguia em direção a Isaac que se deliciava com a comida como se fosse a melhor coisa que ele havia colocado em sua boca.

— É só o namoradinho falar que você faz né? - disse Isaac rindo.

— Cala boca! - responde o leão não ligando para as asneiras que o amigo estava soltando.