Capítulo 3

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Território Felino

Zachary caminhava pela floresta do território felino lentamente, pois seu corpo estava dolorido devido ao machucado. Tinha colocado uma camiseta para tentar ao máximo esconder de seus pais para não haver perguntas e proibição de sair de casa.

Ainda estava desacreditado que pouco tempo atrás havia tido contato com um canídeo, nunca na sua vida pensara ter contato com o ser da raça rival, a raça que todos contavam histórias sobre, colocando os mesmos como monstros.

Lembrava-se de Hendrik e perguntava a si mesmo por que não sou como ele? Um ótimo caçador. Não consegui nem ao menos me defender. Não consigo nem ao menos controlar coisas básicas da minha transformação.

Suas garras ainda estavam à mostra o que deixava o garoto apavorado com medo delas não voltarem ao normal a tempo de chegar em casa.

Caminhou mais uns quinze minutos, não pensara ter corrido tanto atrás daquele bendito veado. Já era noite e com certeza sua mãe o daria um sermão de horas.

Olhou para o céu e respirou fundo, percebeu que não havia lua e lembrou-se dos cabelos negros de Hendrik que brilhavam sob a luz do sol a momentos atrás.

Bali, seu pai, sempre contou historias sobre os canídeos. Eles não respeitavam esse lance de que uma espécie deveria se relacionar apenas entre si, não com outras. Quando um felino se relacionava com outro ser de outra espécie, ele seria exilado simplesmente por isso. Zachary achava isso errado e injusto.

Depois de se preparar psicologicamente para o sermão de sua mãe, Zachary girou a maçaneta da porta de casa e entrou respirando fundo logo vendo Cherish levantando-se depressa do sofá e vindo correndo o abraçar.

Graças a Deus, Zachary! - falou ela soltando um suspiro de alívio e apertando o garoto que fez uma careta de dor por causa de seu ombro, mas tentou não demonstrar demais eu pensei que tinha sido roubado, estuprado ou até mesmo morto - o soltou, mas ainda apoiava a mão justamente em cima de seu ombro machucado.

Estou bem mãe - fez uma careta, mas ela não havia percebido — só perdi a noção do tempo.

Você não vai mais sair por um bom tempo! – respondeu ela fazendo uma cara raivosa.

Vamos conversar sobre isso amanhã, sim? Estou muito cansado, corri demais - falou finalmente se livrando das mãos de sua mãe em seu ombro e do sermão que ela daria.

Ela olhava desconfiada para o menino que andava com as mãos no bolso da calça jeans. Apesar de muito irritada, Cherish realmente se importa com sua criação, como ela já "perdeu" seu filho mais velho para esses rituais de novo líder, pois o mesmo agora dedica sua vida aos treinos e derivados, ela não quer perder Zachary, por isso não o deixa treinar, ela quer que ele e seu filho mais novo, Caleb, fiquem sempre debaixo de suas asas, ou melhor, patas.

Quando fechou a porta do quarto Zachary suspirou aliviado e retirou as mãos do bolso da calça encarando as mesmas, suas garras ainda insistiam em ficar amostra. Agradeceu do fundo do coração por sua cauda não aparecer também. Seria constrangedor e mais difícil de esconder de sua mãe.

Resolveu ir tomar um banho para ver se relaxava, tirou a blusa e se olhou no espelho encarando o ferimento. Começou a remover o curativo percebendo que havia o formato certinho de uma mordida. Se ele falasse que era uma mordida de lobo todos iriam rir de sua cara falando que não era possível, Zachary solta um sorriso de canto e termina de se despir.

Já dentro do banheiro, que era em seu quarto, coloca a água no morno e entra embaixo da mesma. Sente seu corpo relaxar e logo depois ficar tenso por causa da água tocando em seu machucando dando uma sensação de dor e ardência. Fecha os olhos com força e antes que pudesse fazer alguma coisa sua cauda da sinal de vida. Como Zachary disse, quando está com dor não consegue controlar coisas básicas da sua transformação.

Entre Presas e Garras: Wild - 1ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora