Capítulo 19

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Território Canídeo

Hendrik estava caminhando lentamente em direção ao local de sempre para encontrar Zachary, mesmo não sabendo se o outro estaria lá ou não. Mas dessa vez pegou um caminho diferente, um caminho mais longo, pois seu pai pedira para pegar algumas folhas roxas de uma árvore que ficava um pouco distante. Para que seu pai queria isso? Não sabe.

Quando seus pés se encontravam com as folhas secas no chão soava um barulho agradável, fazendo com que o lobo pisasse em mais folhas secas para repetir o som. O moreno enrosca o pé em alguma coisa e vai direto para o chão, só não bate a cara na terra porque colocou as mãos para amortecer a queda. Senta-se no chão e olha para o local onde seu pé ainda estava preso, observou o objeto e percebeu que era uma corda, ela estava suja e provavelmente estava ali há muito tempo.

Uma corda presa no chão? Pensou. Desprendeu o pé da mesma e observou ao redor do objeto. Passou as mãos para afastar as folhas que cobriam o local e percebeu que aquilo não era terra, e sim madeira. Tirou todas as folhas de cima e percebeu ser um alçapão. Um alçapão no meio do mato? Pensou.

Levantou-se e segurou a corda, puxou-a para cima, não abriu. Botou mais força no que estava fazendo e ouviu um ruído, estava cedendo. Fez mais força e a porta se abriu fazendo voar um pouco de terra e Hendrik cair sentado no chão. Arrastou-se até o buraco no chão e olhou para dentro, estava escuro, mas dava para ver o chão, não era muito fundo. Pegou o celular no bolso e ligou a lanterna, apontou-a para o lugar e foi correndo a luz pelo local. Não dava para ver muito, apenas alguns colchonetes no chão.

Resolveu criar coragem e descer lá embaixo, afinal o que demais pode haver lá? Pensou. Posicionou-se e pulou para dentro fazendo as poeiras se movimentarem e logo em seguida o menino tampa o nariz e tosse de leve para tirar aquele pó que havia entrado na garganta.

Direcionou o celular ao redor e conseguiu ver melhor o que se encontrava lá. Não era muito grande, parecia um esconderijo. Tinha uma estante no canto direito com alguns mantimentos, provavelmente velhos e estragados, pois estavam cobertos de poeira. No canto esquerdo havia os colchonetes que tinha visto antes de entrar. Olhou a frente e viu um pequeno armário, abriu as portas e as mesmas rangeram preguiçosamente, ninguém as abria fazia um bom tempo, e dentro da mesma tinha umas caixas empoeiradas. Olhou para trás e viu uma escada, provavelmente para ajudar a sair do esconderijo, ao seu lado havia alguma coisa curiosa, Hendrik se aproximou e viu ser um interruptor de luz, apertou-o e nada aconteceu, claro que não. Pensou e riu irônico. Direcionou a lanterna do celular para o teto e observou um bocal próximo a entrada/saída, mas estava sem lâmpada. Talvez seja por isso também. Pensou.

Concluiu que o lugar estava abandonado e que talvez o antigo dono estivesse morto, por isso precisava de um novo dono, que no caso seria ele mesmo, Hendrik Gandares.

Não precisou da escada para sair dali. Fechou a portinhola e a cobriu de folhas novamente para ninguém que passasse ali percebesse que havia um esconderijo bem abaixo de seus pés.

Depois de mais alguns passos encontrou a árvore de folhas roxas que seu pai pedira para pegar. Guardou algumas em um pote que havia na mochila e seguiu caminho para o lugar que sempre ia encontrar Zachary, o rio. Até agora não entende como eles não guardam aquela parte, é tão fácil passar de um lado para o outro.

Sentiu um cheiro familiar. Ele estava ali. Hendrik vê uma pessoa sair do meio das árvores, mas não era qualquer um, era uma pessoa que já conhecia, era Zachary. Hendrik tenta segurar o sorriso, mas como não estava conseguindo deixou escapar um leve riso e rezou para que Zachary não percebesse. Conseguiu ouvir as batidas do mais novo acelerar quando seus olhares se cruzaram de longe.

Entre Presas e Garras: Wild - 1ª TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora