Um doce reencontro

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Pessoa ainda desconhecida (MF)

Eu tinha 7 anos quando descobri o que levou tudo o que aconteceu comigo a acontecer.

Eu jurei para mim mesmo que cresceria bem, sem a ajuda de qualquer outra pessoa, e que me vingaria quando o momento chegasse.

Esse dia custou a chegar, mas chegou... O sofrimento que causarei à Emily será maior do que qualquer estrago que foi causado por ela em toda a minha vida.

Se eu tenho uma certeza, essa certeza é a de que eu nasci para transformar a vida "perfeita" dela num perfeito inferno.

Espero que tenha aproveitado os seus dias bons Emily, porque eles estão muito perto de chegar ao fim...

Emily Fray

Desconfio que meu nome seja até comum, um bom nome. Um nome que combine comigo e defina quem sou: a que sempre busca ser agradável com as pessoas ao seu redor. A verdade é que eu sei o quanto dói ser magoada e não quero ser a responsável por causar esse sofrimento em outra pessoa.

Sou Emily Fray, tenho 16 anos e três irmãos: Nathaly, a mais velha, com 26 anos, que se casou há um mês e já está nos dando um presente antecipado de Natal, Noah (meu sobrinho) com sua chegada prevista para daqui 4 meses. Jack, o irmão homem mais velho entre os dois, e também meu melhor amigo de 17 anos, que estudará no colégio vizinho ao meu este ano... Então graças a Deus, a carona já está garantida esse ano! Além de João com 13 anos, sendo assim o mais novo de quatro irmão e o que menos tem recordações ou se lembra da mamãe.

Minha família morava em Londres até uma semana atrás, mas meu pai decidiu de uma hora para outra mudar totalmente, sem dar nenhuma explicação, o rumo das nossas vidas. Embora, eu ainda esteja em adaptação - uma difícil adaptação - longe da minha doce e poluída cidade londrina e dos meus tão queridos amigos, a decisão do papai é louvável. Mudar com quatro crianças, sozinho para outro país sem ter parentes ou conhecer qualquer outra pessoa? Pode estar sendo difícil para mim e meus irmãos. Porém, depois de tanto refletir, cheguei à conclusão de que está sendo muito mais difícil para ele. Então se ele decidiu se mudar, existe um motivo e ele merece total apoio e espaço. Sei que quando ele estiver pronto, vai ser o primeiro a tomar iniciativa e falar sobre o que tanto o aflige.

Minha mãe faleceu quando eu tinha cinco anos. Sofreu um acidente de carro. Enfim, não acho que esse seja um assunto adequado para essa ocasião, afinal, preciso falar de coisas mais positivas... de negativa já basta a minha saudade do meu lar.

Mudamos para uma pequena cidade, de pouco mais de dez mil habitantes. Pelo o que pude perceber até agora, é uma cidade pacata, na qual todos os cidadãos se conhecem.

A cidade é praticamente conurbada a Nova Orleans, de Luisiana. A única coisa que está favorecendo a minha adaptação é o clima, porque a cidade é chuvosa e eu sou apaixonada por tudo o que chover envolve desde o cheiro da chuva ao tempo nublado. A chuva sempre me trouxe minha maior segurança. Era em meio as tempestades que eu conseguia pegar no sono em noites nas quais mamãe me perturbava em sonho.

As aulas no colégio ainda não retornaram... Como se já não fosse estranho ser aluna nova, ainda estou entrando na metade do ano letivo. O que de fato me deixa tranquila é que eu nunca tive dificuldades em me familiarizar com novas escolas, e Brake High seria apenas mais uma.

Não estou, de jeito algum, faltando com humildade, eu apenas reconheço minhas qualidades, e dentre todas elas está a de ser boa aluna, visto que estudar ou mesmo ler um bom livro sempre foram alguns dos meus passatempos favoritos. Ademais, costumo chamar atenção por onde passo, por causa das belas curvas, herdadas da mamãe, seus olhos brilhantes e de um azul expressivo e seus cachos ruivos, por isso costumo ser bem aceita.

Amanhã será o meu primeiro dia e sinto que este ano tem tudo para ser diferente, para ser o melhor de toda a minha vida, pelo menos assim espero.

Um doce reencontro ( Em revisão )Onde histórias criam vida. Descubra agora