Uma Vez

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Abro meus olhos e me sento sobre o lençol. Meu olhar desvia para minha mão e foca no anel de noivado. Não demora muito para que todas as lembranças da noite anterior me atinjam em cheio.

Tiro o anel do meu dedo e o deposito sobre a cômoda do meu quarto. Pela primeira vez percebo que o que senti por Jhonny nunca foi amor.

Passo pela porta do meu quarto e caminho até o banheiro no final do corredor. Pelo silêncio absoluto em que se encontra minha casa, provavelmente todos ainda devem estar dormindo. Abro a porta e com cuidado a fecho. Agradeço aos céus por ser o primeiro dia das minhas últimas férias de verão, logo não teria que encarar Rafael se não quisesse.

Dispo-me de minha roupa, ligo o chuveiro e entro na água quente. Gostaria muito que essa água levasse toda a tristeza que está me consumindo. Sinto algo quente escorrer pelas maçãs do meu rosto e não demora até que minha boca fique salgada. Lágrimas caem com a água e eu continuo ali sem me importar com o tempo ou a energia gastos.

Depois de um longo período sob a água, termino o banho sem vontade alguma e volto para o meu quarto.

Por mais que queira me deitar na cama e não me levantar mais pelo resto do dia, coloco uma roupa de ginástica e saio para correr, a fim de espairecer e pensar em uma maneira lógica de dar a notícia para minha família.

***

Volto com os pensamentos mais claros e organizados. Assim que entro em casa, encontro meus irmãos, pai e futura madrasta sentados à mesa, tomando o seu café da manhã.

- Caiu da cama? - Meu irmão mais novo me provoca.

- Não consegui dormir essa noite, na verdade. - João me olha estranho por não ter retrucado como de costume e meu pai resolve interceder.

- Você quer que eu passe um café para você e frite dois ovos?

- Por favor, pai. Irei bater uma água no corpo e daqui a pouco desço. Preciso conversar com vocês sobre algumas coisas.

- Tudo bem filha, pode ir tranquila, nós estaremos aqui te esperando.

Subo as escadas mais uma vez, tiro a roupa e tomo um banho de coisa de 5 minutos. Entro no meu quarto, pego uma roupa de dormir e decido ligar para a Bruna para que ela venha me dar uma força.

Depois de dois toques, minha amiga atende o telefone com uma voz sonolenta.

- Emily?

- Bom dia, bela adormecida. Acordei você?

- Acordou. - Minha amiga solta uma risada sem humor. - Se não for um assunto muito sério, eu juro que mato você.

- E é. - É a minha vez de rir. - Será que você pode vir em casa me dar uma força com o meu pai e os meus irmãos sobre aquele assunto delicado? Preciso muito de você. Eu sai para correr e pensei muito em como dizer, mas ainda não faço a menor ideia.

- Me espere aí fora, chego em dez minutos.

- Não demore.

- Ok. Já chego aí.

Desço os degraus da escada e encontro minha família no mesmo lugar, entretanto, dessa vez, meu café já está posto sobre a mesa.

Me sento, no lugar de costume, ao lado de Jack e meu pai chama o meu nome.

- O que tem a dizer, querida? - Suspiro.

- Para ser sincera, eu nem mesmo sei por onde começar. - Minto. Eu tenho ideia do que dizer, mas isso não quer dizer que eu não precise de apoio. Seria tão mais fácil se minha mãe estivesse aqui. - Então, pedi para que Bruna viesse até nossa casa. - Meu pai concorda com a cabeça e eu me ergo do lugar em que acabei de sentar. - Irei esperá-la lá fora.

Um doce reencontro ( Em revisão )Onde histórias criam vida. Descubra agora