Será?

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Entro na sala e me sento na terceira carteira da fila do meio. Uma garota com várias mechas coloridas está de um lado e outra de cabelo castanho na altura dos ombros está de outro.

Antes da chegada do professor, tive a oportunidade de conhecê-las. Descobri que a garota de cabelo colorido se chamava Marina e que a de cabelo castanho se chamava Rebeca.

Depois de três longas aulas de bioquímica, o sinal que indica o início do intervalo bate e as garotas me convidam para comer com elas. Agora que estou fazendo amizades na minha sala, não vou recusar me aproximar mais das duas.

Marina e Rebeca passam pela porta da sala e me esperam enquanto procuro minha carteira. Logo que a encontro, ando até onde as duas estão e seguimos para o refeitório.

- Você já conheceu os pontos turísticos de São Paulo? – Rebeca me pergunta.

- Conheci alguns. Estou morando na república medamigas e as garotas me levaram ao Ibirapuera, a Pinacoteca e alguns outros lugares.

- Você morava em qual país antes de vir para cá? – Dessa vez é Marina quem fala comigo e eu já nem me surpreendo mais por ela ter descoberto.

- Morava nos Estados Unidos. Mas nasci em Londres. Meu pai é francês e minha mãe brasileira. Eles alfabetizaram a mim e aos meus irmãos em inglês, português e francês. Por isso, sei falar as três línguas tão bem. E vocês, nasceram aqui mesmo?

- Eu nasci. Rebeca nasceu em Caldas Novas. É uma cidade praiana do interior do estado. – Isso explica o tom de pele bronzeado da garota. Marina sorri para mim e olha para frente. – Emily, esses são nossos amigos.

Quando coloco os meus olhos nas pessoas que estão sentadas à mesa, o avisto... Sim, o garoto com cabelo cacheado que havia sido rude e arrogante comigo há algumas horas atrás. Com ele estavam sentados mais três garotos, Nicole, Bárbara, Jolie, Victória, que já estava vivendo conosco na república e outra garota que eu ainda não conhecia.

Eu preciso de um tempo para assimilar que o cara de mais cedo é amigo de todas as minhas amigas. Olho para as meninas e dou uma desculpa qualquer, indo até a cantina. Vou aproveitar que já estou aqui para comprar alguma coisa para comer e para beber. Talvez a bebida ajude a desfazer o nó que está presente na minha garganta.

Fico por 5 minutos ou mais na fila, pego um suco de uva, um sanduíche natural com recheio de patê de frango e volto, com a cabeça um pouco mais fria. Sento entre Bárbara e Victória, ignorando por completo o fato de ele estar ali.

- Pessoal, essa é Emily. Ela se mudou a dois meses dos Estados Unidos para cá. Emy, esses são o Gustavo, Louí, Zack e Giiacomo. Ela disse apontando para cada um dos meninos na ordem. E o último eu provavelmente não me esqueceria mesmo... Todos eram lindos e tatuados. Alguns deles, como Giiacomo, tinham piercings também. – Jolie nos apresenta. – Nós seis você já conhece. E essa é Sophie. A última garota parecia não ter ido muito com a minha cara, pois ela me olhava emburrada. Só fui entender o porquê depois... A Jolie se sentou no colo desse tal de Gustavo, a Nicole segurou na mão de Louí sobre a mesa, Rebeca abraçou o Zack e a tal Sophie plantou um beijo na bochecha de Giiacomo.

O que eu não entendo é a razão de tanto ressentimento, já que ela nem me conhecia há alguns minutos atrás.

- Eu me lembrei que preciso pegar uma coisa na república. – Me ergo, mas Jolie me para.

- Você não pode ficar mais um pouco, amiga? Eu já iria lhe falar sobre o nosso time de basquete e a convidar para fazer o teste.

- Eu não sei jogar basquete, Jô. – Minto.

- Não custa nada tentar, Emy. Além do mais, esse ano a faculdade terá vários jogos no intermed, será um bom treino para você. Sophie é a estrela do time. – Jolie olha para a garota de forma cúmplice e isso me irrita um pouco. – Vamos?

Um doce reencontro ( Em revisão )Onde histórias criam vida. Descubra agora