Um doce reencontro ( Em revisão )

A família tem um novo membro

Se antes eu pensava na possibilidade de qualquer tipo de relação com Matt, agora isso nem se passava pela minha cabeça.

Eu não quero mais nada com ele, não que ele vá dar alguma importância, já que sou apenas mais uma.

No final, aquela garota tinha total razão: quando ele consegue ficar com quem quer, ele simplesmente quebra o coração da pessoa como se ela não fosse nada. Estou cansada de ser tratada como um nada por todos eles. Primeiro foi o Jhonny, agora Matt, por quê todos os caras por quem eu me apaixono sempre fazem algo do tipo?

Eu mereço mais do que sofrer por alguém que não nota a minha ausência, que não se dedica a mim e a nós. Mereço alguém que ao menos valorize o meu sorriso. Homem nenhum merece as minhas lágrimas.

Talvez eu devesse dar uma chance ao Rafa... ele foi o primeiro que, de fato, cuidou de mim, sem segundas intenções e sem esperar algo em troca.

Não estou tão chateada pelo que aconteceu, porque sei que quando erramos, devemos aprender e não repetir os mesmos atos. Nossos erros nos proporcionam crescer e amadurecer.

Em meio aos meus pensamentos, ouço o sinal do colégio e resolvo ir para casa, acho que dormir um pouco vai fazer com que o tempo passe mais rápido.

No caminho entre o jardim (lugar que já se tornou meu ambiente preferido no colégio) e a entrada da escola, ainda pude ouvir Matt tentar falar comigo. Mas, ignorei totalmente. Depois disso, o caminho até minha casa foi mais tranquilo. Cobri minha cabeça com o capuz do casaco que tinha pego no meu armário, coloquei um fone no ouvido e segui assim, sem ser interrompida.

Logo que cheguei em casa, cumprimentei João que estava jogando videogame, como de costume, e subi para o meu quarto. Deitei na cama e não demorei muito a adormecer.

(...)

Abri meus olhos assustada e prendi a respiração por um segundo, o que me possibilitou ouvir um barulho na minha janela, uma, duas, três vezes.

Erguí-me nas pontas dos pés e caminhei até aquela grande janela de vidro. Quando movi a cortina me deparei com Rafa, ficando parcialmente feliz e me sentindo um pouco culpada por isso.

A ausência do Jhonny não era para doer mais? Quer dizer, a última vez que nos falamos foi na nossa despedida... desde então, ele me manda algumas poucas mensagens. Mensagens que eu tenho preferido não responder, afinal, manter contato enquanto não sei se vou voltar um dia para lá, só vai causar dor tanto a mim quanto a ele.

- O que está fazendo aqui Rafa? - Falo baixo o suficiente para que ele ouça.

- Eu preparei uma coisa para nós, você pode descer?

Deixando-me levar pela minha curiosidade desço e vou até a frente da minha casa. No momento em que chegou, o vejo e me sinto admirada.

Rafael estava muito lindo, com uma camisa social azul, uma calça na cor caqui e sapatos sociais na mesma cor. Ele pegou a minha mão e me puxou até um canto do jardim, deixando-me um tanto surpresa, pois ali havia uma mesa com dois lugares a luz de velas. A noite estava perfeita e para completar este jantar romântico que ele preparou ainda havia naquele céu azul e tão brilhante uma lua de se tirar o fôlego.

Me senti mal momentaneamente, porque teria que o magoar.

- Olha... - preciso tomar coragem. - Isso é tudo muito lindo, Rafa. Mas, eu te disse que hoje meu pai iria trazer a namorada em casa.

- Eu só achei que... - O olhar dele desviou para baixo. - Esquece. Desculpa. - Rafael nem esperou que eu dissesse nada, apenas se retirou dali sem olhar para trás.

Entrei em casa e subi para o meu quarto. Felizmente, meu pai não havia reparado minha ausência, já que estava preparando o jantar, João também não, porque estava como sempre no celular e meu irmão mais velho estava tomando banho.

Fui até o meu quarto, escolhi um vestido simples e fui rumo ao banheiro desocupado do final do corredor.

Eu entendo a falta de notícias do Rafael. Ele deve estar magoado por ter preparado uma surpresa tão bonita e ter levado um fora assim. Mas, ainda assim, isso fazia com que eu me preocupasse. Depois de pronta mandarei uma mensagem para ele.

(...)

Olho o meu reflexo no espelho, dou uma ajeitada no cabelo, passo um gloss labial e lanço uma piscadela para mim mesma.

- FILHA! - Ouço a voz do meu pai, vindo do andar de baixo. - MICHELE JÁ ESTÁ AQUI.

Corro para o meu quarto, pego o meu celular e me apresso em descer a escada. Meu pai não gostava de esperar por muito tempo.

Quando chego ao primeiro andar, avisto meus irmãos sentados à mesa, meu pai mudando a comida do fogão para a mesa e uma mulher loira, alta e de aparência conservada em pé de frente para os meus irmãos, portanto também para a escada.

Meu pai não demora para me ver no topo da escada.

- Filha, essa é a Michele Richards, colega de trabalho e namorada do papai. - Meu pai olha para a namorada e me apresenta. - Michele, essa é a Emily. - A mulher me lança um sorriso simpático e estende a mão, que eu logo pego.

- Prazer Michele.

- O prazer é todo meu Emily. Seu pai falou muito sobre você.

Depois de um curto diálogo, nos sentamos à mesa, meu pai nos serve e eu aproveito a brecha para ver se consigo falar com Rafael.

"Rafa, eu peço desculpas por ter lhe dado aquele gelo. Não estou tendo uma semana muito boa. Gostaria de me desculpar formalmente. Se me der uma chance de me redimir, me encontre amanhã no Pacific Park"

- Filha?

- Sim? - Bloqueio o celular rapidamente e coloco o mesmo entre minhas pernas.

- Michele estava perguntando o que você quer cursar.

- Pretendo fazer publicidade e propaganda.

- Isso é uma enorme coincidência. - Ela sorri para mim. - Eu trabalho na área de criação para uma empresa de marketing. Se você quiser, posso te assistir de alguma forma.

- Seria ótimo. - Sorrio. - Tiro o pano da minha roupa, afasto a cadeira e me ergo. - Amanhã eu tenho uma prova importante do colégio bem cedo, por isso peço licença para me retirar. - Todos concordam com a cabeça e eu subo.

Quanto mais rápido eu dormir, mais rápido o dia de amanhã chegará... e assim menos tempo demorará para que eu o veja.