Mas quando de repente...

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Um barulho se fez audível contra minha janela.

Olhei para o visor do despertador assustada. Os números brilhavam no relógio: três horas da madrugada. Mesmo com medo, decidi me levantar da cama e me aproximei da janela na ponta dos pés. Assim que olhei através do vidro, achei estar sonhando ou ter visto uma miragem... Parecia um vulto atrás das plantas do jardim.

Peguei o taco de beisebol, que meu irmão havia deixado em meu quarto, posicionei-o atrás do meu corpo e desci os degraus até parar em frente a uma figura um tanto conhecida.

Era Jhonny a pessoa que estava no meu jardim, por detrás das plantas de Nathaly, completamente cambaleante. Por um momento, me peguei decepcionada com ele. Jhonny estava bêbado.

– Emy, eu preciso falar com você. – Mesmo as palavras tendo saído enroladas, eu ainda as entendi.

– O que você veio fazer na minha casa três horas da madrugada, Jhonny? – Indaguei irritada e vendo-o se aproximar, dei dois passos para trás. Ao observar que eu não cederia, tornou a insistir.

– Por favor! – Implorou deploravelmente... – Eu juro que só preciso de 5 minutos.

– Está bem! – Concordei me dando por vencida.

Encostei a janela e ainda na ponta dos pés, desci cuidadosamente até o primeiro andar.

Tão cuidadosamente quanto desci os degraus da escada, abri a porta da sala de estar, tendo uma visão mais nítida do homem que invadira meu jardim...

Jhonny se aproximou, agarrou o meu braço e me puxou até a árvore da casa dos nossos vizinhos. E ao invés de tentar fazer qualquer coisa para evitar, apenas me deixei ser levada por ele.

Já que ele havia se "esforçado tanto" para estar aqui, daria a ele uma oportunidade de me explicar o que fazia ali tão tarde. Afinal, mesmo apesar de tudo, Jhonny ainda era meu amigo... e minha curiosidade gritava bem alto – não pude deixar de acrescentar.

– O que está fazendo na minha casa Jhonny? Por que você bebeu? – Despejei mais uma vez sobre ele.

– Porque eu preciso de você Emy, não está vendo?

– Jhonny eu estou namorando o seu melhor amigo! Por favor, não faço ou diga qualquer coisa da qual irá se arrepender quando estiver um pouco mais são.

– Eu não me importo... Quero você.

– E você acha que é desse jeito que as coisas funcionam Jhonnatan? Você acha que pode em um momento pisar em mim, enquanto te quero e esfregar a sua namorada maravilhosa na minha cara e no momento seguinte, quando percebe que me perdeu, acha que pode vir até a minha casa bêbado, dizer que precisa de mim e várias outras frases clichês, que eu simplesmente vou voltar correndo para você como se fosse uma cachorrinha? – Dei um passo para trás, me virei e quando estava prestes a entrar para dentro da minha casa... Senti, mais uma vez, a sua mão áspera agarrar o meu braço e então ele me puxar para dentro dos seus braços e minha boca ir de encontro a sua.

Quanto mais eu me debatia a fim de me livrar dos seus braços, mais apertado o seu abraço ficava. Conforme o beijo foi se desenrolando, eu parei de lutar e me entreguei de vez com a consciência pesada, mas me entreguei e aproveitei o momento.

O problema não seria durante o beijo, e sim amanhã pela manhã. Como eu teria coragem de encarar o Jhonny no colégio e o mais importante: como contaria para o meu namorado o que aconteceu no jardim da minha casa?

Eu tentei resistir, juro que tentei...

Um doce reencontro ( Em revisão )Onde histórias criam vida. Descubra agora