Apenas uma partida

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Olhei em direção à arquibancada e lá estava ele sentado, me acompanhando com o olhar.

"Boa sorte" foi o que ele murmurou da última vez em que o olhei, tranquilizando-me.

Caminho para o centro da quadra e Nicole me olha, como se tentasse saber como estou e se conseguirei jogar.

- Eu estou bem. - Faço um movimento com os lábios e logo em seguida ouço o som do apito de Jolie, a capitã do time.

Bárbara e Sophie jogam dois ou um antes que o jogo comece. É Sophie quem vence e ela escolhe a bola, portanto escolhemos o campo e ficamos com a meia quadra do lado direito.

Sophie joga a bola para Jolie e a mesma dribla três meninas do meu time, lançando a bola de dentro da linha do garrafão e marcando os primeiros dois pontos para o time adversário.

***

Já estamos no final do quarto período de dez minutos com uma diferença de dois pontos de vantagem para o time de Sophie.

Quando chegamos no intervalo de dois minutos entre o terceiro e o quarto período, as meninas já estavam bem desanimadas. Mas, pedi para que não desistissem. Agora, quem está perdendo as esperanças sou eu. O time adversário nos bloqueia de todas as maneiras possíveis, de forma que não conseguimos roubar a bola.

Como se o meu pedido de ajuda fosse atendido, percebo uma falha na marcação de uma das meninas do outro time e imediatamente olho de Bárbara para a garota. Sendo a mulher esperta que é minha amiga, ela não demora muito para entender.

Tudo acontece muito rápido: a garota recebe a bola, Bárbara a rouba e joga para mim que, por sorte, estou sem marcação. Algumas garotas ainda tentam impedir que eu finalize minhas passadas, mas o impedimento é em vão.

Chego à linha de três pontos, flexiono levemente os meus braços e pernas, miro a cesta e estendo simultaneamente meus membros flexionados. A bola faz uma curva e acerta a cesta em cheio, marcando três pontos para o meu time, no momento em que a partida acaba.

Eu não sei porquê ao invés de estar pulando e comemorando junto com minhas amigas, meus olhos são atraídos para Giiacomo. Não sei se depois do que ele fez por mim ele irá me tratar menos friamente. Entretanto, fico feliz por ter tido o apoio dele desde o início do meu choro até o final da partida. Naquele momento eu precisava de um ombro amigo.

Ao contrário do que esperava, Giiacomo me olha intensamente sem desviar os olhos dos meus e sinto instantaneamente um frio na barriga, que antes não sentia.

Se eu estava com medo do que estava por vir? Não por causa da possível relação com Giiacomo, a minha atitude era a única coisa que me amedrontava, porque eu havia jurado que nunca mais me envolveria com outro homem e já estava pensando em fazer isso de novo.

Balanço a cabeça de um lado para o outro tentando me desvencilhar destes pensamentos e me junto às minhas amigas que, nesse momento, já conversam em um canto da quadra.

- Nós estamos pensando em sair para comemorar. - Fala Nicole. - Você quer ir?

- Para onde vocês estão pensando em ir?

- Bárbara deu a ideia de irmos ao The Blue Pub às sete.

- Fechou. - Digo, enquanto amarro o meu tênis. - Vou voltar para a república para tomar um banho. Tenho aula de angiologia após o almoço.

- Tudo bem. Nos encontramos mais tarde na república então. - Imito o gesto de um beijo e me viro com a intenção de sair dali. Assim o faço, ignorando totalmente a atual presença ou ausência do Giiacomo na quadra. Mais cedo ou mais tarde nos encontraríamos outra vez e eu analisaria qual seria o tipo de comportamento dele.

Um doce reencontro ( Em revisão )Onde histórias criam vida. Descubra agora