Balada

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Algumas horas depois que cheguei em casa, no dia em que fui ao píer de Santa Mônica, recebi uma mensagem de um número desconhecido, e curiosa, li para descobrir quem era.

Era o tal Rafael que havia salvo a minha vida na praia de Santa Mônica. Depois de muita conversa, ele acabou relevando que me vira na praia e tinha se interessado. Mas, não conseguira falar comigo antes... então, quando viu uma pessoa se afogando e notou que a pessoa era eu, resolveu aproveitar a oportunidade e pedir meu número ao meu irmão. Achei uma coincidência muito estranha... entretanto, ainda era uma.

Ele me cobrou o encontro, que marcamos para o dia seguinte. Ele passou o endereço para mim e me pediu que colocasse uma roupa bem bonita.

(...)

Algumas horas antes do encontro, escolhi um vestido simples na cor vinho, tomei um banho, sequei o meu cabelo, vesti a roupa, coloquei um scarpin preto e fiz uma maquiagem leve.

Depois de pronta, aproveitei que meu irmão também iria até alguma outra festa e peguei carona com ele. Quando desci na calçada, fui até o segurança, dei o meu nome e o homem alto de costas largas permitiu que eu entrasse logo.

Embora tenha visto caras muito bonitos olhando para mim, ainda não havia visto Rafael. Então aproveitei a deixa para me aproximar do bar e beber uma dose de bebida. Afinal, fazia tempo que não saia e, de fato, curtia o momento, sem pensar na minha situação com o Jhonny, na saudade que sentia das nossas conversas.

- Pode me ver uma dose de tequila, por favor? - O garçom afirmou com a cabeça e se afastou para preparar o meu drink. Hora ou outra eu tirava meus olhos do garçom e varria todos os pontos claros da boate.

- Aqui está.

- Obrigada.

Peguei a tequila na mão e virei a dose com tudo. A tequila passou queimando pela garganta.

Quanto mais eu varria a pista, mais meus olhos eram atraídos para a pista de dança e mais me batia a vontade de ir até o centro do tapete iluminado e dançar como se fosse a última vez. Porém, a minha vergonha não me permitiria. Qual seria a melhor solução para acabar com a minha vergonha? Virar mais uma tequila ou misturar bebidas. E eu voto pela segunda opção. Vou ficar bêbada de uma forma muito mais rápida.

Virei para o garçom mais uma vez. - Uma dose de Jack Daniels.

O garçom prepara a dose de wisky e bate no balcão a minha frente para ver se consegue chamar minha atenção, o que funciona.

Pego a dose, viro com tudo e já começo a me sentir um pouco mais tonta, visto que não sou forte para bebida alcoólica.

Acho que vou dar um tempo para ver se faz mais efeito e vou retocar a minha maquiagem. Caminho até a placa onde o banheiro é indicado. É tão estranho se sentir observada... eu devo estar ficando louca por me sentir assim.

Uso o banheiro, retoco o batom, dou um jeito no meu cabelo e volto até o espaço interior da boate.

Ao invés de me sentar, caminho diretamente até o meio da pista e no mesmo momento, por obras do destino, Dangerous Woman da cantora Ariana Grande começa a tocar no som da balada e sem qualquer medo eu começo a movimentar o meu corpo nas batidas da música.

Sério, eu acho que eu não estou em mim, porque essa definitivamente não era eu, mais já que eu vou mudar... eu adorei essa nova Emily, minha vida mudou, e mesmo que minha cabeça me avise para ter cautela, o meu coração me diz que eu preciso disso para conseguir seguir em frente.

Quando abro os olhos, meu olhar se cruza diretamente com o motivo por trás da minha vinda até aqui... Rafael. O seu cabelo estava ainda mais escuro do que me lembrava e seus olhos ainda mais azuis.

- Hey, Emily. Desculpe pelo atraso. Estava na casa de um amigo e acabei tendo um imprevisto por lá.

- Oi. Está tudo bem. - Por quê tenho a impressão de que as palavras não saíram como deveriam?

- Você quer conhecer a minha casa?

- Mas você não acabou de chegar? - Disse, ou tentei e fui em direção a ele, mas tropecei em meus próprios pés e fui amparada pelos seus braços.

- Já enjoei daqui.

- Eu quero ir para casa.

- Eu te levo. - Ainda bem que tenho um cara tão legal como amigo.

A última coisa da qual me lembro é de ter sido guiada por ele até o carro e depois ter sido colocada na minha cama. Após isso, não me lembro de mais nenhum detalhe, simplesmente apaguei.

Um doce reencontro ( Em revisão )Onde histórias criam vida. Descubra agora