Novos Ares

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Graças aos cinco despertadores que coloquei a cada dois minutos, consegui me levantar da cama no horário previsto: cinco da manhã.

Abri a porta com cuidado e fui rumo ao banheiro. Eu não faço a menor ideia de como a minha amiga não acordou com tantos despertadores programados. Embora tenha resmungado, não acordou.

Abro a porta do banheiro, entro e a encosto, no mesmo instante em que acendo a luz.

Assim que me olho no espelho percebo enormes olheiras e me arrependo por ter dormido tão tarde.

Tiro toda a minha roupa e abro o chuveiro na temperatura mais quente possível. Depois de jogar água no corpo, desligo o chuveiro, faço minha higienização pessoal e desço para preparar o nosso café da manhã. Graças aos bons céus, já tinha feito o check-in do meu voo, logo depois de comprar a passagem pelo aplicativo, ou estaria ferrada.

Frito ovos, fervo salsicha, faço feijão, bacon, waffles, panqueca, bagel com gergelim, French toast. Não é que eu ame cozinhar, o fato é que cozinhar me deixa menos ansiosa, ansiedade que era causada pela viagem aérea, logo eu não teria muito como evitá-la. Além disso, já deixar o café da manhã pronto para o restante da casa é algo bom, visto que seria minha amiga quem me levaria ao aeroporto, com o carro do meu irmão. Então, todos continuariam dormindo.

Saio da cozinha e volto ao meu quarto. Estou até com dó de acordar a Bruna. Ela parece tão serena enquanto dorme. Me aproximo da minha amiga e chamo o seu nome três vezes até que ela abra os olhos.

- Está quase na hora amiga. - Bruna só falta pular da cama. Ela se ergue de rompante e corre em direção ao banheiro. Enquanto minha amiga se apronta, pego um papel e escrevo um recado para o meu pai.

"Pai, ia acordar vocês mas por ser muito cedo, senti pena e achei melhor deixar vocês dormirem. Dei um beijo em cada um de vocês antes de ir e já preparei o café. Não demorarei a retornar. Quando sentirem minha falta, estarei voltando."

Ouço passos no corredor e minha amiga entra no quarto.

- Você já comeu? - Nego com a cabeça. - Vamos comer?

- O café está sobre a mesma, você pode ir na frente. Só vou colocar isso sob a porta do quarto do meu pai. - Mostro o bilhete para minha amiga e ela assente, se afastando.

Minha amiga sai e eu imito o seu gesto. Entretanto, ela vai em direção ao lado oposto ao meu.

Ando pelo corredor na ponta dos pés e empurro o bilhete pela pequena fresta aberta da porta do quarto do meu pai. Fico em pé e volto a caminhar na ponta dos pés, até que desço os degraus completamente.

Quando a cozinha entra no meu campo de visão, tenho um vislumbre de Bruna, enquanto come.

- O que está achando da minha comida? - Bruna enche a boca, faz um sinal de jóia e eu caio na risada, sentando-me ao seu lado.

- O Rafael te mandou alguma mensagem?

- Sinceramente, eu não faço nem ideia. Neste meio tempo, não sentei para ler todas as mensagens recebidas e não parei para ver todas as ligações perdidas. - Sinto como se a comida entalasse na garganta e tomo um gole do meu café. - Podemos não falar sobre isso?

- Desculpa.

- Tudo bem.

- Você não vai acordar o seu pai e os seus irmãos? - Nego.

- Acho melhor não. Ontem, quando desci para pegar um copo de água, eles ainda estavam acordados e já era mais de meia noite. Eles estão cansados... deixei um bilhete no quarto do meu pai e assim que eu estiver dentro do avião, esperando a decolagem, mando uma mensagem para o meu pai.

Um doce reencontro ( Em revisão )Onde histórias criam vida. Descubra agora