Mesmo separando três malas, ainda haviam algumas coisas que eu teria que deixar para trás. Eu, meu pai e irmãos mais velho e mais novo partiríamos antes do sol raiar.
Nathaly ficaria por aqui. Ela e o namorado ficariam em uma casinha hipotecada, próxima à casa dos pais dele. Seria bom para ela e para o bebê, já que não enfrentariam uma viajem tão longa e cansativa.
Decidi me deitar na cama, a fim de ver se conseguia dormir mais rápido.
(...)
Fiquei, o que se pareceram horas, rolando de um lado para o outro na cama. Não estava conseguindo dormir, então desci pela escada e fui para o jardim, queria observar as peônias roxas compradas pelo meu pai.
Estar no jardim, me fazia esquecer de todos os problemas.
Passados alguns poucos minutos da minha chegada, senti a presença de alguém. E mesmo de olhos fechados eu poderia reconhece-lo. Sim, Jhonny. Ele estava... lindo sob a luz do luar. Fiquei hipnotizada, mas rapidamente me recompus...
– O que está fazendo aqui, Jhonny?
– Eu vim te dizer que te amo, e vim suplicar para que não me deixe. – Encarei os olhos dele e pude ver verdade ali. – Só de pensar em ficar longe de você meu coração dói. Eu faço tudo por você, faço qualquer coisa para que fique ao meu lado. Não vou aguentar se te perder!
Respirei fundo. Embora eu soubesse ser errado por magoar muitas pessoas, ainda sim, meu maior desejo era estar com ele. E se formos priorizar a felicidade dos outros todas as vezes que pensarmos em fazer algo arriscado, só por muitas pessoas estarem envolvidas, nunca seremos felizes.
– Eu poderei confiar que você vai assumir o nosso relacionamento para as outras pessoas? Tem muita gente envolvida nisso. E se nós não decidirmos o que temos e deixarmos claro para todos, acabaremos nos magoando ainda mais. Além disso, eu não sou mais criança para ficar brincando de casinha escondida. Ter que se preocupar o tempo todo em esconder um relacionamento não é nada saudável e um desperdício de tempo.
– Eu disse que te amo. – Disse ainda mais certo. – Eu já fui muito inseguro com relação a nós e não viria até a sua casa, um dia antes da sua mudança para outra cidade se não quisesse realmente ficar com você, se não quisesse realmente namorar você.
Então ele segurou a minha mão, puxou o meu corpo em direção ao seu e plantou um leve beijo em meus lábios. Beijo que eu logo retribui mais intensamente. Dei passagem para sua língua e ele aprofundou o mesmo ainda mais, como se fosse possível. Eu não queria o soltar, tinha medo de o de perder. Tivemos cada briga, passamos por cada raiva desnecessária, cada palavra ruim que dissemos um para o outro. Tudo se dissolvia na intensidade daquele momento.
Jhonny parou o beijo por alguns segundos para me puxar até atrás de uma das árvores de grande porte do meu jardim, encostar-me na mesma e então voltar a colar os nossos lábios. Ele tirou a minha blusa, eu tirei a sua camisa, enquanto pensava no quanto o amava e tinha sorte por estar compartilhando o momento com ele. Quando acabamos percebi que não havia sido uma simples transa, mas sim uma demonstração de amor de ambas as partes.
– Isso ficará para sempre na minha cabeça e no meu coração! – Suspirei pesadamente. – Se eu te dissesse que mesmo depois do que aconteceu ainda irei para Los Angeles, você seria capaz de me perdoar e de vir até aqui para se despedir? – Indaguei com certo medo da reação dele.
– Você precisa mesmo ir? Não tem alguém com quem possa ficar? – Respondeu me olhando com uma pontinha de esperança no olhar. E eu odeio ser a pessoa a acabar com essa esperança de menino.
– Minha irmã mais velha irá ficar aqui na casa do namorado. Mas, eu tenho consciência de que não estou bem. Preciso cuidar da minha cabeça e estabilizar a minha vida antes de inserir alguém nela.
– Tudo bem. – Concordou triste. – Eu entendo, também te amo. E espero que seja muito feliz, mesmo que eu não possa ser quem te fará se sentir assim. – Jhonny soltou o ar. – Amanhã, venho me despedir de você, não vai embora sem me dar um último beijo, promete?
– Prometo. – Plantei um beijo nos seus lábios, agarrei o seu pescoço e depois de finalizar o nosso abraço, decidi subir para o meu quarto. Afinal, eu partiria cedo e a viagem seria longa.
Subi e dormi até de manhã, quando meu pai me acordou.
Levantei da cama, fiz as coisas que estava acostumada a fazer pela manhã, ajudei meu pai e o Jack a colocar as malas no carro, enquanto João jogava qualquer joguinho no celular... já era hora de estar na estrada e nada do Jhonny. Meu pai já estava a ponto de juntar meus fios em um punhado e me arrastar para o carro. Entretanto, uma promessa é uma promessa e eu esperaria até o último minuto.
– Vamos, filha. Seu amigo não virá. – Disse meu pai. Acho que foi nesse momento que eu comecei a entrar em desespero.
– Cadê ele? – Falei com lágrimas nos olhos...
– Estou aqui!
Assim que escutei a sua voz, virei-me para trás e me agarrei ao pescoço dele, deixando um beijo nos lábios do mesmo. Sentirei falta dele.
– Amo você e espero que o destino seja bom conosco, fazendo com que nos encontremos em um futuro próximo.
– Eu também te amo, agora tenho que ir...
– Ok. Faça uma boa viagem.
Entrei no carro com lágrimas nos olhos, porém sem olhar para trás...

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Um doce reencontro ( Em revisão )
RomansaEmily Fray é uma garota que acredita ter perdido a mãe em um acidente de carro aos 5 anos de idade. Ela cresce com a presença apenas de seu pai e de seus outros 3 irmãos. Emily namora, tem amizades, se envolve em algumas intrigas... realidade norma...