A Chegada

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Lily? Será que estou imaginando e vendo coisas? Será que estou ficando louca? Tudo bem que é muito fácil ela ter descoberto para qual cidade viria, afinal toda a turma dela era minha amiga. Mas, qual a probabilidade dela saber para qual colégio me mudei? E mais, mesmo que não soubesse o nome do colégio, qual a chance de estar aqui?

Ela não pode ter vindo até aqui apenas para tornar a minha vida um inferno, pode? Antes que ela aparecesse a minha vida estava seguindo um bom rumo. Eu irei me casar, estou, pela primeira vez, realmente amando alguém com quem me relaciono depois de Jhonny. Fugir agora seria uma opção muito ruim?

De repente me lembro da ameaça que havia sido feito por ela na cidade em que morávamos. E as mensagens que venho recebendo vem à tona em meu pensamento. Portanto, engulo qualquer vontade de interrogar Lily e finjo que nunca a vi em minha vida, caminhando em direção contrária até Bruna que me espera do outro lado do corredor.

- Quem é aquela garota? - Pergunta assim que chego até ela.

- Quem?

- A garota nova que estava te encarando com uma expressão nada boa. - Pondero se devo ou não contar a ela. Escolho contar, porque ela foi uma das únicas pessoas que me acolheu aqui.

- Você se lembra de ter ouvido algo que a Julie falou na sua casa, antes que viajássemos?

- Como o que?

- Algo sobre um cara chamado Jhonny e uma garota chamada Lily. - Vejo minha amiga pensar por um momento e uma fração de segundos depois ela olha para mim, parecendo lembrar de alguma coisa.

- Agora que você mencionou... me lembro de ter ouvido sim, algo sobre vingança. - Concordo.

- A garota nova na escola é a Lily.

O sinal do colégio toca, indicando o início das aulas do dia. Minha amiga segura em meu braço e me puxa até uma porta, jogando-me ali e entrando em seguida.

Observei o local, que continha alguns produtos e instrumentos utilizados durante a limpeza. Era como um depósito.

- Amiga? - Olho para a mesma. - Você me ouviu? - Nego. - Se apresse, temos apenas 15 minutos até o horário limite de entrada.

- O que quer saber?

- Quero que resuma essa história para mim. Quem é Jhonny e porquê essa garota quer tanto vingança?

- Não sei se já mencionei que tive um relacionamento antes de me mudar para Los Angeles. - Bruna concorda com a cabeça. - Então... Jhonny foi a primeira pessoa por quem eu me apaixonei. Mas, ele tinha uma namorada e essa namorada era a Lily.

- Nem para você se envolver com uma pessoa menos complicada amiga. - Bruna coloca a mão na testa e balança a cabeça de um lado para o outro. - Mas, eu te entendo, porque a gente não escolhe de quem gostar. E então? Por quê ela quer vingança se era ela a namorada.

- Porque eu e Jhonny fomos nos envolvendo emocionalmente e teve um momento em que não resistimos a tentação. Só que você sabe que a carne é fraca, não é? - Minha amiga concorda mais uma vez. - Nossa química era insana e nós ficamos outras vezes. Eu já era apaixonada por ele. Entretanto, ele se negava a assumir qualquer coisa. Na verdade, eu nunca entendi o que existia entre ele e a Lily que o fazia continuar com ela. Só que um dia, ele chutou o balde. - Respiro fundo. - Ela sabia de todas as garotas com quem ele já tinha tido um caso. Entretanto, ele nunca havia se apaixonado ao ponto de terminar a relação tóxica deles. E comigo foi diferente, desde o começo ele nunca me tratou como só um casinho.

- Nossa. - Foi a única coisa que minha amiga disse por um tempo. Até que recobrou sua atenção e voltou a dizer. - Você acha que ela veio aqui para se vingar realmente ou que foi apenas uma coincidência?

- Eu confesso que não sei, Bruna.

- Quer que eu descubra?

- Como você conseguiria fazer isso? Ela já te viu comigo.

- Eu posso dar meu jeito. Se quiser, eu descubro.

- Tá bom então.

O sinal toca mais uma vez e minha amiga me arrasta pela última vez no dia.

- Agora vamos para a aula, ou chegaremos ainda mais atrasadas.

***

Minha amiga tinha mesmo conseguido o que me prometera: descobrir o porquê Liliane estava aqui. Enquanto isso, eu fugia o máximo que podia.

"Emily conseguiu ser melhor do que eu nunca fui para ele, conseguiu fazer com que ele se apaixonasse. Coisa que nem eu nem nenhum outro casinho dele jamais fez. Vim por causa do trabalho da minha mãe, mas como ela está aqui, vou me aproveitar para tornar a sua vida um inferno. Não vou fazer nada, por enquanto, logo ela vai ser tomada por uma bela surpresa"

Foi o que minha amiga me relatara.

Segundo Bruna isso foi o que sua prima, que era da sala da Lily (por sorte em Los Angeles havia mais de uma sala para o mesmo ano), e tinha se aproximado da mesma, ouviu ao meu respeito.

Depois do que escutei da minha amiga comecei a pensar se ela realmente seria capaz de fazer algo contra mim. No final, conclui que mesmo que ela chegasse a fazer algo em algum momento não adiantava eu ficar ali pensando e sofrendo, só seria pior para mim. Foi a partir daí que decidi fingir que não havia acontecido nada.

Tudo até o presente momento corria bem. Nada que pudesse me preocupar havia acontecido. Meu namorado como sempre continuava me levando e buscando no colégio, e eu continuava o admirando cada dia mais por cada atitude e vivência proporcionada a mim por ele.

Estava chegando o tão esperado dia do baile da formatura, todos estavam muito empolgados e os alunos, a escola corriam a todo vapor para acertar os últimos detalhes da organização da festa.

Garotos convidando garotas, pessoas indo a compra de roupas e muitos acontecimentos prévios a um baile. Já o meu estado de espírito não refletia a mesma ânsia do de outros jovens. Não estava tão empolgada como deveria estar, visto que eu já tinha par e hoje iria as compras com a Bru.

Logo após as aulas, fui para casa e assim que cheguei me deitei na cama para descansar um pouco, já que estava muito cansada.

***

Seria hoje o tão esperado baile. Já tinha ido ao salão e agora estava terminando de fechar o vestido que comprara. Era um vestido dourado de princesa com detalhes muito delicados.

Esse, provavelmente, seria o último dia que veria a maior parte daquelas pessoas. O tempo passou muito rápido desde que cheguei a Los Angeles.

Escuto o meu celular vibrar e o pego. É uma mensagem da Bruna. Olho a hora e me desespero.

Ela deve estar puta da vida, afinal já são 21h30 e nós havíamos combinado de eu pegá-la no seu apartamento às 21h00.

"Poxa, que vacilo em Emily? não acredito que fez isso. Estou a meia hora te esperando. Tento te ligar e chama até cair na caixa postal, mando mensagens e não há nenhum retorno. Você poderia pelo menos ter dado alguma explicação"

Rapidamente teclo uma mensagem para minha amiga, explicando o que havia acontecido.

"Bru, desculpa. Eu fui tomar um banho e me arrumar. O celular estava no silencioso. Só consegui ouvir agora. Em dez minutos estou na frente da sua casa".

Calço as sandálias de salto e saio da minha casa indo até a sua.

Incrivelmente, faço o percurso de 10 minutos em 5 e buzino três vezes até que minha amiga saia com uma cara de poucos amigos.

- Desculpa amiga. - Digo assim que minha amiga segura na maçaneta da porta do carona.

- Eu só não te mato agora para não desperdiçar o dinheiro que gastou e meu tempo também, já que estamos atrasadas. - Solta e eu rio.

- Está pronta?

- Eu nasci pronta. - Depois que minha amiga diz isso, eu piso com tudo no acelerador.

- Baile, aqui vamos nós!

Um doce reencontro ( Em revisão )Onde histórias criam vida. Descubra agora