Seria Celine àquela hora em sua cabine?
Antonio, depois de ouvir as batidas, largou o maço de papeis sobre a mesa e foi abrir a porta. Estava certo, era ela... E do jeito que recuou quando o viu, parecia que duvidava quanto a ser ele mesmo, o homem parado no vão da porta. Ele se afasta, ela, apesar do estranhamento, entra. Não o encara de imediato, primeiro fixou o olhar num ponto em direção ao terraço. O mar estava calmo e brilhante. Depois, ela se virou, com a expressão neutra foi explicando:
- Achei que tivesse ido com Thor para o continente.
- Não, Thor tem carta branca para finalizar a edição do projeto. Tenho meus próprios assuntos para resolver. - Ele faz, indicando a mesa coberta de papéis. - Outra coisa, eu não deixaria o iate sem avisá-la.
- Se quiser posso ajudá-lo. - Ela oferece, ignorando a última parte do que ele disse.
- É para isso que você veio? - Ele pergunta; a mágoa ressurgia em seu peito.
Celine não responde. Antonio a distância entre eles. Ela estava diferente, sem o disfarce. Com a ponta dos dedos, ele afasta o ombro do vestido. A pele dela se arrepia com seu toque, mas isso não o comove como antes.
- Está usando um biquíni. Por acaso pretende entrar no mar dessa vez.
Celine não desvia os olhos dos dele. Responde com uma negativa muda. Ele segue os movimentos dos lábios dela com uma expressão de desgosto, sua mágoa começa a ceder lugar a raiva. Celine não estava ali para fazer as pazes, para dizer que queria continuar o relacionamento dos dois.
Ela viera pelo mesmo motivo de sempre!
- Escusami, foi tolice da minha parte perguntar. Então, o que veio fazer aqui?
- Antonio...- Ela começa, depois pestaneja como se planejasse uma mentira. - Eu me vesti para sair de lancha com Bianca e os outros. Eles foram mergulhar em um arrecife perto daqui. Eu me preparei para ir com eles, mas não pude. É que eu me dei conta de que esse é.... bem...
- O último dia. - Ele completa, sem paciência com a enrolação dela.
Celine baixou os olhos, parecia constrangida. Ele não teve pena dela, foi peremptório quando disse:
- Quero que vá à festa comigo.
- Festa?!
- Sì, à festa. - Ele repete, ofendido pelo modo como ela arfou as palavras, como se ao invés de um convite tivesse levado um soco na boca do estômago. - Eu já fiz esse convite antes, é sobre a festa que abre a feira de Mônaco. Não se preocupe com sua volta para América, eu providenciarei tudo.
Celine, irritada com o autoritarismo dele, reagiu:
-Não preciso que providencie nada, sou adulta, sei me virar sozinha. Não vou abrir mão das minhas reservas. Voltarei para Baltimore amanhã, assim que o iate atracar. Não há uma cláusula naquele maldito contrato que me obrigue a ir à essa festa.
- É claro que não é obrigada. Mas nós formamos uma equipe desde o começo, quero que esteja ao meu lado na festa que celebrará o lançamento de Dionísio. - Antonio corre os dedos pelo alto da cabeça e suspira, impaciente. - Seja sensata Celine, seu trabalho está sendo posto em evidência. Nessa festa, terá oportunidade de conhecer gente muito rica e influente no mundo negócios. Pense nos contatos que poderá fazer.
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O segredo de Celine - Livro 1 da série Dionísio
Romance- Gosto de fazer parte de seus segredos, perla... Ele disse, provocativamente. Será que aquele maldito italiano seria capaz de por tudo a perder apenas para acariciar seu ego sórdido de conquistador? Uma carreira meticulosamente planejada indo água...