Charlie 8 anos
Lizzi 7 anosDepois de deixar Lizzie no colégio, eram apenas Doug e Lucy no carro, ela tentava não olhar para ele, já haviam se passado quase dois meses desde que retornaram de Danbourshire, e eles continuavam falando apenas o necessário um com o outro, o sonho que teve, foi o primeiro de muitos, e ela já não suportava mais aquele silêncio, aquela distância, mas sabia, sabia que se ele se aproximasse outra vez, ela não seria capaz de resistir. Ela estava tão perdida em pensamentos que não reparou que estava encarando ele pelo retrovisor, e quando deu por si, aqueles olhos verdes, encontram seus olhos castanhos, e ele sorria, sim, e ele tinha um sorriso lindo, sedutor e diabólico. Sem qualquer explicação, Doug manobrou o carro para uma rua pouco movimentada e encostou o carro.
- O que está fazendo? - Lucy perguntou, já sentindo seu coração acelerar.
- Parando o carro, antes que eu provoque um acidente.
Sem meias palavras, ou explicações, ele pulou para a parte de trás do carro, onde Lucy estava.
- Não! - a voz dela já tremia, e ele nem tinha tocado nela.
- Lucy... - ele tocou a bochecha dela com o indicador, fazendo uma doce carícia, que provocou todo tipo de reação no corpo desesperado de Lucy.
- Não Doug! - ela virou o rosto, afastando-se do toque dele.
- Por que é tão teimosa? - ele se afastou até a outra ponta do banco. - Você quer isso tanto quanto eu.
- Não sei do que fala! - ela mordeu o lábio, desviando o olhar dele.
- Não banque a obtusa! - ele se aproximou um pouco, pegando a mão dela - Lucy, você sabe o quão bom isso poderia ser. - ele começou a fazer círculos na parte de cima da sua mão, com a ponta de seu dedo indicador. O gesto parecia inocente, porém enviava pequenos choques em partes do corpo dela que ela desejava manter adormecidas.
- Pare com isso Doug! - ela puxou a mão bruscamente - Trabalhamos para os Edwards e só! Eramos amigos, e agora você estragou tudo, e a única coisa que quero é que me deixe em paz.
Ele olhou nos olhos dela, estava sério, e por um momento Lucy sentiu uma pontada de culpa, ela foi rude, mas estava naquela casa por um motivo, ela tinha uma missão e uma promessa a cumprir, e não podia falhar, ou se entregar apenas por não conseguir controlar seus impulsos. Por Deus! Ela era adulta, e sabia muito bem lidar com aquilo, ele era apenas um homem como outro qualquer, lindo como o inferno, mas apenas um homem.
- Doug - ela suavizou seu tom de voz - Você só está confundindo as coisas - ela dizia isso mais para ela mesma, do que pra ele - Passamos tempo demais juntos por causa do nosso trabalho, e ficamos amigos, acabamos estendendo nossa convivência para além do obrigatório, então é normal que tenhamos confundido um pouco as coisas. - ela respirou fundo e engoliu seco.
- Bem - ele continuava encarando-a muito sério - Não estou confuso quanto ao que sinto. - Lucy ia protestar, mas ele levantou a mão indicando que não havia terminado - Você é uma mulher bonita, e eu realmente adoraria levar você para a cama, e despi-la de todo este pudor que você se cobre. Mas se você prefere bancar a celibatária, trancando seus desejos e jogando a chave fora, quem sou eu para faze-la mudar de ideia. - Dito isso, ele pulou para o banco do motorista outra vez, ligou o carro e seguiu como se nada houvesse acontecido.
Choque era pouco para definir o que Lucy sentia, ela estava boquiaberta, sua boca estava seca, e ela simplesmente não conseguia pensar direito. Ele realmente havia dito, com todas as palavras que suas intensões eram puramente carnais. Devasso! Desgraçado! Eram as palavras que borbulhavam em sua mente, e pela primeira vez em muito tempo, ela se sentiu irada. Assim que ele parou o carro na entrada da mansão, ele desceu e abriu a porta para ela, que desceu, e virando-se para ele, lhe deu uma bofetada, deixando-o sem ação.
- Espero que da próxima vez, você se lembre que sou uma mulher de respeito, e não me faça mais propostas indecorosas e sujas, como seu fosse - ela não conseguia formular a palavra - Como se eu fosse...
- Uma mulher? - recuperado do choque, ele decidiu que não ficaria mais calado - Uma mulher! Santo Deus Lucy! Você sequer consegue dizer um palavrão, ou ofender alguém. - ele manteve o tom de voz baixo, porém furioso
- Do que exatamente você esta me acusando? - a raiva chispava nos olhos dela
- Não é uma acusação, é uma afirmação! Você é tão cheia de pudores, e recato, que nem se permite ser mulher.
- Ora seu... - Ela levantou a mão para lhe dar outro tapa, mas desta vez, preparado ele segurou seu pulso, e virando-a repentinamente, ele a imprensou contra o carro.
- Safado? - ele sussurrou em seu ouvido - Tarado? - a voz dele era quente, e sensual - Sou tudo isso, e se você se permitir sair desta casca, poderá comprovar por si mesma, e descobrir que também gosta. - ele passou a língua pela mandíbula dela, fazendo Lucy tremer. - Sabe, você é uma mulher ardente Lucy, só precisa se libertar.
Ele a soltou, e seguiu para a casa, deixando Lucy completamente zonza. Ela entrou, e escondendo-se na dispensa, ela deslizou até o chão, e se permitiu chorar.
Não era a primeira vez que alguém a chamava de puritana, ou que criticava seu excesso de recato, a verdade é que seu ex-namorado Dorman, estava sempre criticando-a, então Lucy se convenceu de que era tudo verdade, então ela simplesmente desistiu de tentar. Os poucos encontros que teve ao longo dos anos que sucederam ao termino do namoro foram desastrosos, e ela tinha cada vez menos vontade de se relacionar. Agora ouvir Doug jogar tudo isso em sua cara, dizendo que a culpa era dela, que ela não tentava foi demais, ele não tinha ideia do quanto ela já havia tentado, então ela apenas desistiu...
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Lembranças do meu coração [Contém Cenas Hot Em Alguns Capítulos]
RomanceLizzie sempre sonhou com a liberdade, Charlie sempre a teve. Duas crianças, dois mundos. Verões repletos de aventuras, uma amizade sincera que nasce da pureza de corações infantis. O tempo passa.... A amizade se transforma em amor, um intenso e ine...