2. Mãos à Obra

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Uma última ajeitada no cabelo em frente à porta de vidro e então entrou. Ian estava pronto para sua entrevista na Collins Engenharia, a companhia de uma das famílias fundadoras de O'Village. Era o terceiro dia de entrevista e, como ele esperava, estava se saindo muito bem, assim como os outros quatro concorrentes.

Não era de sua índole sabotar os outros para conseguir algo que queria, mas nesse caso não poderia se dar ao luxo de perder aquele cargo, então deu o jeito em dois de seus concorrentes colocando laxante de efeito imediato no café servido a eles.

Nessa terceira fase teriam que fazer as tarefas que fariam como contratados, mexendo com alguns números da logística. Mais uma oportunidade de trapaça descarada. Ao fim do dia, apenas ele tinha feito tudo como fora ordenado e seus resultados foram perfeitos. É claro, conseguiu o emprego.

— O senhor Collins não admite erros — a chefe do R.H. falou repetidas vezes, mas Ian mantinha seu sorriso confiante no rosto, enrubescendo a mulher. — Você começa amanhã. Esteja aqui às oito horas e seu turno termina às dezoito horas. Cada segundo a mais conta como hora extra, mas isso é algo que raramente é necessário.

— Não se preocupe, não me importo em trabalhar. Agradeço pela oportunidade e saiba que farei tudo perfeitamente, pode ter certeza. Ah, foi um prazer conhecê-la, senhorita Roberts — Ian depositou um beijo nas costas da mão da mulher, fazendo corá-la ainda mais. Ele costumava ter esse efeito sobre as mulheres, mesmo sem se esforçar para isso.

Ian estava na porta da empresa, pronto para pegar um táxi, quando pensou melhor e pensou sou um morador de O'Village, melhor interagir com meus conterrâneos, então ele afrouxou a gravata e foi em direção ao bar mais próximo. Socializar em um happy hour era com ele mesmo.


———


O Shelby Mustang GT500 1967 Eleanor preto estacionou em uma rua estreita, pouco movimentada. Do outro lado da rua, em uma garagem com portão aberto, um careca de barba longa mexia em um motor suspenso sob o capô aberto de um Austin-Healey 3000 vermelho, ano 1960. Megan saiu de seu carro e observou o barbudo por um minuto.

— Eu não faria isso se fosse você — ela disse finalmente, antes que o homem desparafusasse uma parte do lado direito do motor. — Tire isso aí e você não vai conseguir repor o óleo que sairá. Dependendo do dano, estará perdido.

O homem a encarou com cara de poucos amigos.

— E o que uma mulher saberia sobre isso?

— Pelo visto mais do que você, roll-on — ela provocou.

O cara deu um passo ameaçador em direção a ela, mas parou e deu um sorriso arrogante, então voltou a desparafusar. Não precisou de mais três voltas antes de um óleo negro começar a jorrar furiosamente, sujando a roupa já não muito limpa do barbudo.

— Mas que droga, Crash! — alguém gritou vindo de dentro da garagem. — Ahh o Sean vai ficar puto quando vir isso.

O dono da voz era também era careca e alto, mas aí se encerram as semelhanças com o brutamonte. Sua pele era negra, sua barba era perfeitamente desenhada e o rosto tinha traços dignos de um modelo.

— Que merda, Crash. O que você estava fazendo?

— Eu o avisei — Megan falou debochada, ouvindo o rosnar do primeiro em resposta.

Finalmente o recém-chegado notou a presença da mulher ali e franziu a testa.

— E você quem é?

Ride Or Die [Livro I]Onde histórias criam vida. Descubra agora