23. Estratégias

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Megan andava no meio da pista, cercada por árvores altas dos dois lados. A noite era fria e iluminada pela lua cheia no céu limpo. Ela sentia como se tivesse andado por horas pois suas pernas começavam a fraquejar, mas não desistiu. Caminhou até chegar ao ponto da pista que se dividia em duas, formando um Y que se abria cada vez mais. Na sua frente havia um espelho onde seu reflexo sorria, apesar de ela estar séria.

— Escolha — o reflexo perguntou.

Meg olhou para as duas estradas, elas eram escuras e não dava para ver onde dariam.

— Não sei qual escolher — ela admitiu.

— Vai ter que escolher uma.

O espelho de repente não estava mais lá e Megan se viu no limite da estrada, tinha que decidir para onde ir.

De repente dois pares de faróis se acenderam, um em cada pista. Ela levou o braço para frente do rosto, tentando enxergar os motoristas, mas não conseguia identificar nem os carros quem dirá que os conduzia.

— Escolha! — duas vozes diferentes falaram em um uníssono como se estivessem próximas aos ouvidos de Megan.

— Não. Isso é só um sonho. Eu não vou escolher.

Os faróis se apagaram e Megan se viu de frente a seu reflexo novamente.

— Mais cedo ou mais tarde terá que escolher. Não adianta se esquivar.

Meg de alguma forma sabia que era verdade e quis socar o espelho, mas ao tentar dar um passo suas pernas falharam e ela caiu com tudo no chão.

Então acordou em seu quarto. Ela acordou tão lúcida que não parecia estar dormindo profundamente segundos atrás. Se sentou na cama e encontrou Ian dormindo ao seu lado. Os dois tinham passado o fim de semana inteiro em Long Beach, mas foi só entrar em O'Village que todo o peso que sentia carregar parecia ter voltado a seus ombros.

Megan olhou o relógio na mesinha de cabeceira e viu que já estava de manhã, então se levantou e foi tomar banho.

Alguns minutos depois e já estava pronta, preparando o café. Ian apareceu na sala sorrindo.

— Não diga que ia me levar café na cama — Ian brincou.

— Sou boazinha, mas nem tanto, Conighan.

Ele riu.

— Está meio cedo para você, não?

— Não consigo dormir até tarde, você sabe. Fico matando tempo no Mustang quando acordo muito cedo.

— Nunca vi gostar tanto de carro. — Ele balançou a cabeça. — Não vou atrapalhar sua rotina, afinal a missão nos chama.

Meg suspirou e assentiu, então colocou o café numa xícara e entregou a Ian.

— Vamos prolongar nossa folga por mais uns cinco minutinhos — ela disse e sorriu.


———


— Tente ligar agora — Megan falou debruçada sobre o motor do Maverick 1975.

O motor rosnou e respondeu. Uma senhora de 60 anos saiu do banco do motorista sorrindo.

— Você é um anjo, menina. Caiu do céu!

Megan sorriu, mas negou.

— É apenas o meu trabalho.

O carro da senhora havia parado a alguns metros de distância da oficina e quando ela pediu ajuda a alguém que passava, empurraram o automóvel até o portão deles. Meg logo se dispôs a ajudar quando a viu.

Ride Or Die [Livro I]Onde histórias criam vida. Descubra agora