14. O Pagamento

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Noite seguinte do assalto aos caminhões. Megan olhava o bolo de dinheiro que Sean lhe dera mais cedo enquanto Ian terminava de contá-lo.

— Três mil dólares — ele disse pasmo. — Três mil dólares para cada comparsa mais o lucro dele. Dá para acreditar nisso? Não é à toa que ele fica ostentando por aí.

— Eu sei. — Megan suspirou.

Ela tinha noção do perigo que correram para conseguir roubar os caminhões, também sabia que haviam conseguido uma quantidade enorme de drogas, mas ter o dinheiro disso nas mãos era totalmente diferente. Estava em êxtase. Agora entendia na pele porque tantos arriscaram a vida nesse ramo.

— Vamos dar um jeito de entregar isso para o Charles amanhã — Ian disse, colocando as notas em uma sacola de lixo preta.

— Acho que não deveríamos fazer isso agora. Sean pode perguntar ou sei lá, fazer um bolão. Ainda é cedo.

— Tentada a ficar com o dinheiro, Meg?

Megan semicerrou os olhos, mas depois deu de ombros.

— Vai dizer que você não? — ela brincou.

— Podemos dividir dois mil e dizer que seu pagamento foi apenas mil.

Ela riu e puxou a sacola da mão dele.

— Não me ponha no caminho da tentação, Conighan. Não vamos gastar nada, mas é bom guardar aqui por um tempo.

A moça colocou a sacola pesada dentro de uma das gavetas com chave no armário da parede e a trancou. Ian, por sua vez, sentou em sua cadeira e cruzou os pés sobre a mesa no centro da sala.

— E aí, quando vai me contar sua experiência de bandida?

Megan se sentou na cadeira livre e imitou a posição do parceiro, então começou a falar:

— Senta que lá vem história... — Megan contou detalhadamente desde o momento que chegou ao momento que voltaram com a carga roubada para a oficina. —... então ele mandou que alguns distribuíssem a droga e quem ficou, limpou os restos dos samurais do chão.

— Quem diria Megan Dresch, a própria miss simpatia, chefe dos escoteiros desde pequena e exemplo de agente perfeita roubando drogas de um traficante para um traficante. — Ian riu. — Você surpreende qualquer um.

— Apenas parte do meu charme. — Ela endireitou o corpo antes de continuar. — Agora a parte dois da história.

— Ainda tem mais?

— Sim, meu caro Conighan, e é a parte mais interessante...

Megan estava pronta para seguir os outros e limpar os restos das estátuas, mas Sean a segurou.

— Vem comigo. Já está na hora de você entender como funcionam as coisas por aqui.

Eles foram para onde seus carros estavam estacionados.

Sean falou para que ela o seguisse e isso acabou virando uma corrida do setor de oficinas ao setor de mansões de O'Village. Após passarem por algumas ruas sinuosas, o Walker parou em frente à entrada de uma das enormes casas da região. Megan estacionou atrás dele e quando saiu do carro o viu rindo, encostado no Skyline.

— Não foi você quem disse que me venceria numa corrida, Denver?

— Eu venceria se soubesse para onde iríamos e se não estivesse o seguindo. — Ela parou na frente dele, com uma sobrancelha arqueada. — Falando nisso, onde estamos?

Sean olhou para a mansão atrás da moça.

— Onde eu nasci e cresci. Bem vinda à mansão Walker.

Ride Or Die [Livro I]Onde histórias criam vida. Descubra agora