Ride Or Die [Livro I]

7. O Minhocário

Megan dirigia seu carro em direção ao setor de oficinas de O'Village. Se quisessem percorrer os supostos túneis, precisariam de veículos menores. Ela chegou à entrada da oficina de Sean Walker e abaixou o vidro. O segurança noturno a reconheceu e sorriu.

— Megan, no que posso ajudá-la a essa hora?

— Trabalho de última hora. Sean me pediu para pegar umas motos que deixaram aí. Trouxe ele para cada um levar uma — ela respondeu, apontando para Ian com a cabeça.

— As guardadas na garagem H?

— Exatamente.

— Vou pegar as chaves.

Não demorou nem 10 minutos até que ele voltasse com as chaves.

— Vou deixar meu carro lá, depois volto para buscá-lo e deixar as motos. E Albert, Sean pediu completa descrição sobre isso, certo?

— Minha boca é um túmulo!

Ela sorriu e assentiu. Megan deu a volta no lado de fora do prédio, atravessou o pátio e chegar ao antepenúltimo portão da extensão da oficina. Com um aperto no controle, o portão começou a se erguer, deixando a mostra três Kawasaki Ninja 300, uma verde, uma vermelha e uma preta.

— A vermelha é minha — Megan se apressou.

— Você sempre fica com as melhores — Ian reclamou no banco do passageiro.

Os dois saíram do carro e tiraram as duas motos para que Megan estacionasse o Mustang dentro. Ela fechou o portão e guardou o controle na mochila que carregava, então entregou a chave da moto preta para Ian

— Próxima parada: docas.

As docas ficavam em uma pequena península ao sul da cidade, mas a entrada oficial para o túnel era um pouco mais abaixo, em uma área de descarga. Eles chegaram lá sem muita dificuldade já que a estrutura se tornou uma espécie de marco histórico. Parecia um cilindro de concreto semi enterrado no chão. Na parte plana mais alta, duas portas de aço enormes estavam fechadas, com uma placa de ferro que dizia "Entrada do Minhocário. Fechado". De ambos os lados havia portas menores para pedestres, que também trancadas.

Eles pararam em frente à entrada esquerda e Ian pegou ferramentas dentro de sua mochila para destrancar a porta. Não demorou muito para que se ouvisse um clique. Ele empurrou, mas a porta não se mexeu mais que um centímetro. Ele tentou novamente, mas percebeu que algo servia de barricada.

— Tem alguma coisa atrás da porta — ele disse.

— Vamos tentar a outra.

Ele fez a mesma coisa na fechadura da porta à direita, mas encontrou algum obstáculo para abri-la também.

— Mesma coisa.

Megan suspirou e disse:

— Vai ter que ser do jeito difícil. Um de nós entra pela escada de emergência do prédio administrativo, vem até aqui e tira o que está tapando a porta enquanto o outro fica com as motos aqui fora.

— Eu vou. Só me deixe o mais perto possível de lá e fique escondida. Vou ficar com o ponto ligado, te aviso quando abrir para você trazer as motos.

— Certo.

Megan montou na moto vermelha e Ian subiu na garupa. Era madrugada de domingo para segunda, havia pouquíssimos seguranças e apenas alguns postes estavam acesos, então Megan aproveitou os pontos cegos para deixar Ian na porta dos fundos do prédio.

— Tome cuidado — ela disse ao deixá-lo.

— Sempre tomo.

Ambos assentiram e então Megan se afastou. Ian conferiu o bloqueador de sinal, que apagaria qualquer aparelho elétrico em um raio de cinco metros. Nenhuma câmera ou alarme detectaria sua presença, em compensação, nada de luz também. Ian colocou seus óculos de visão noturna assim que destrancou a porta, então entrou.