16. Cada Um Em Sua Equipe

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Os dedos de Ian tamborilavam na mesa em sintonia com o tique-taque do relógio. A sala era tão branca que lembrava um consultório médico. Há quanto tempo estava ali? Vinte? Trinta minutos? Nem ele sabia dizer, mas parecia uma eternidade. Não pela espera e sim pelo incômodo que sentia dentro de si desde a noite passada.

As palavras de Megan rodavam em sua cabeça sem parar. De manhã quando tentou abrir a porta que ligava a sala secreta ao apartamento da parceira, viu que estava trancada e aquilo era um sinal claro de "estamos com problemas". Ian odiava isso. Odiava brigar com as pessoas e ainda mais com quem gostava. Ele e Megan tiveram implicância um com outro por muito tempo antes de se tornarem colegas e então amigos, mas nunca chegou a ser uma briga séria.

Ian suspirou e ao mesmo tempo a porta se abria atrás dele. Ele levantou para receber um Ben sorridente.

— Knight! — Ben apertou sua mão. — Desculpe a demora, cara. Fiquei preso em um compromisso. Precisei contratar transporte de terceiros em cima da hora por incompetência de certos funcionários.

— Tudo bem, entendo como essas coisas são.

— Pois é. Enfim, sente-se e fique a vontade.

Ian obedeceu e acompanhou com os olhos o chefe sentar na própria cadeira.

— Então, pensou sobre o assunto?

— Até demais. Não posso negar que você despertou meu interesse e curiosidade, Collins.

— Essa era a intenção. — Ele sorriu.

— Bom... Deu certo. Estou dentro!

O sorriso de Ben se aumentou.

— Eu sabia que você tinha potencial, Knight. Você será um parceiro valioso, eu tenho certeza. Venha, para falar desse assunto temos que ir a outro lugar.

Desta vez Ben estava no próprio carro, que Ian identificou como uma BMW. Eles saíram do centro da cidade e entraram no bairro conhecido por seus diversos bares, prostíbulos e casas de jogos. Ben estacionou na frente de um bar com um letreiro de neon vermelho escrito "Paradise" sobre as portas.

Dentro do lugar, a decoração era vermelha, havia sofás circulares vermelhos distribuídos pelo lugar e poltronas enfileiradas posicionadas de frente a um palco; na parede esquerda estava o bar e na direita haviam vários postes de pole dance sobre um palco menor. Não foi difícil notar que aquilo era uma boate, mas como ainda estava cedo, tudo estava claro e pessoas iam de um lado para o outro limpando.

Ben cumprimentou a todos que passaram por ele e foi direto para uma porta aos fundos, seguido por Ian. Eles subiram dois lances de escada até o primeiro andar e seguiram por um corredor velho até a última porta. Atrás dela havia uma sala mal iluminada, no centro uma mesa circular com várias cadeiras ao redor e apenas uma janela no fundo, mas uma cortina grossa a cobria.

Um homem de cabelos grisalhos e cicatriz que cortava da testa a bochecha estava sentado ali, lendo alguns papéis, mas quando levantou o olhar deu um grande sorriso, mostrando o dente de ouro.

— Jovem Ben, não esperava você aqui hoje — o homem disse levantando-se para cumprimentar o mais novo.

— Não foi planejado, Joe. Quero que conheça alguém — Ele apontou para Ian. — Este é Ian Knight, mais novo sócio no negócio.

Joe o olhou dos pés a cabeça com desprezo.

— Não é bom colocar mais gente no projeto, chefe.

— Oras, você mesmo disse que estavam tendo problemas com os números. Estávamos em risco de algo transparecer na empresa e não queremos isso, certo?

Ride Or Die [Livro I]Onde histórias criam vida. Descubra agora