12. Blecaute

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A porta abriu e Ian começou a aplaudir antes mesmo que Megan colocasse o primeiro pé dentro da sala secreta.

— Olha só quem está aqui! Ela mesma, a Harley Quinn de O'Village. Decidiu voltar à vida real, agente?

— Rá, rá! Muito engraçado, Conighan.

— Você sumiu o fim de semana inteiro, Dresch. Não atendeu uma ligação sequer e nem visualizou minhas mensagens.

Megan suspirou e sentou em sua cadeira.

— Eu estava fazendo o meu trabalho, me infiltrando!

— Na boca do Walker?

Ela estreitou os olhos e depois os arregalou.

— VOCÊ FOI À CORRIDA?! — gritou se pondo de pé.

— Sim, miss Hot Wheels.

— Você é louco, Conighan?! Não é todo mundo que tem acesso às corridas, tem que ser convidado ou algo assim. Imagina se descobrissem que você é meu vizinho, ia acabar com o disfarce!

— Ah, claro! Porque o problema aqui é eu ter ido a uma droga de corrida onde metade da cidade estava e não você estar dormindo com o inimigo! — agora quem gritou foi ele.

— Eu... não estou dormindo com ele.

— AH! Conta outra, Megan. Você sumiu um fim de semana inteiro — Ian repetiu.

— O Walker fez uma after party com a galera da oficina. Ficamos de boa e eu quis participar e mostrar que sou de confiança.

Ian deu os três passos que separavam os dois.

— Eu vi, Megan. Vocês estavam quase se beijando quando um moleque de trancinhas apareceu e vocês dois sumiram.

— Nós fomos para o bar. Bebemos enquanto esperávamos o resto da equipe. Assistimos as últimas corridas e fomos para o apartamento de Sean. Todos nós fomos. Lá bebemos mais um pouco, ouvimos músicas e dormimos. Acordamos e fomos para a piscina, depois pedimos pizza e ficamos nessa. Eu nem sequer fiquei sozinha com o Walker.

— E de lá foi direto para a oficina? Porque, caso não tenha notado, são oito da noite.

— Eu cheguei de madrugada, acordei cedo e fui para a oficina. Quando bati na sua casa ninguém atendeu então imaginei que já tivesse saído... Quer saber, por que eu estou me explicando para você? É meu superior, por acaso?

— Não sou seu superior, mas sou seu parceiro. Preciso cuidar para que você não faça nenhuma merda como se envolver romanticamente com um dos alvos da investigação.

— Vou te explicar uma coisinha, Conighan, nossa missão aqui é nos infiltrarmos nas famílias. Sermos de confiança, descobrir os podres, ser um deles! Eu estudo as pessoas antes de qualquer passo, leio o perfil, faço uma análise e só então me torno exatamente aquilo que a pessoa precisa. Pode ser nossa primeira missão desse tipo juntos, mas não é a primeira da minha carreira.

Ian respirou fundo e então se afastou dela.

— Ótimo, Dresch. Faça o que achar melhor.

Ele deu a volta na mesa e foi para seu apartamento, batendo a porta atrás dele.

Sentia-se um pouco infantil com essa atitude, mas não conseguiu pensar em nada melhor para fazer. O irritava vê-la tão próxima de um playboyzinho babaca como Sean Walker, ainda mais sabendo a quantidade de merda que havia por trás do nariz empinado dele. Mas irritava ainda mais ver os olhos dela brilhando sempre que tinha que ir para a droga da oficina, ou sempre que voltava toda suja de graxa falando extremamente rápido tudo o que fizeram em algum carro.

Ride Or Die [Livro I]Onde histórias criam vida. Descubra agora