Vesti umas calças de ganga, uma sweater bordô com umas letras brancas estampadas e calcei uns ténis. Penteei o meu cabelo, à pressa e borrifei umas gotas de perfume pelo meu corpo.
O barulho do carro do Niall já se ouvia lá fora, reconheceria este som em qualquer lado.
Um som incomodativo começou a soar, a campainha tocava como se o mundo fosse acabar. Suspirei e desci as escadas a correr. Ele é tão idiota!
Assim que abri a porta vi a sorriso dele enquanto continuava a tocar a campainha.
- Já aqui estou, importas-te de parar? – falei irritada saindo pela porta e fechando-a.
- toquei à campainha, viste? – ele falou num tom de brincadeira.
Lembrei-me de hoje mais cedo lhe ter dito que ele deveria tocar à campainha como toda a gente.
- ouvi, sim. És ridículo. – falei passando por ele enquanto revirava os olhos.
Caminhei direta para o carro dele, vendo que ele não me acompanhava. Olhei para trás e ele observava-me com um meio sorriso em seus lábios.
- não vens? – perguntei-lhe e ele começou a andar.
Bufei e entrei no carro sentido logo um grande contraste do frio da noite com o calor que se concentrava dentro do carro.
Ele entrou em seguida e logo meteu o cinto.
O carro começou a trabalhar e tomamos caminho. Eu rezava para que aquela viagem fosse a mais curta e silenciosa possível. Encostei a minha cabeça ao vidro da janela e fiquei a mirar a paisagem.
Confesso que dentro daquele carro o clima resumia-se a nervosismo. Eu não sabia como haveria de estar, não estou preparada para estar no mesmo espaço que o Niall. Estamos tão perto.
- podes falar… - a voz do Niall soou mais baixa que a musica, que até agora, preenchia todo o espaço entre nós.
- não tenho nada a dizer. – respondi rapidamente.
- estás amuada porquê?
- talvez porque fui obrigada a vir. És tão chato! – observei-o por breves instantes e aumentei o som da música para que a conversa não continuasse.
Logo a música desapareceu e eu encarei o Niall confusa com o que ele acabara de fazer.
- preciso que me respondas a algo, depois podes continuar nessa tua investida de não me falares. – ele falou antes de eu sequer poder reclamar por ele ter desligado a música.
- O que queres? – confesso, tenho medo do que ele me vai perguntar.
- já não me amas? – ele falou olhando-me nos olhos e eu virei a cara olhando e frente.
Centrei o meu olhar no vermelho do semáforo. Porquê isso agora?
- o que isso importa? – falei sem o encarar.
- importa e muito (t.n). – a sua voz suava calma – só queria saber se o amor acabou.
- não, o amor não acabou. O que acabou foi a paciência. – respondi vendo o semáforo ficar verde. – Arranca.
Ele nada disse, o carro começou em andamento e os meus olhos começaram a ver a paisagem a passar.
- pensei que me conhecias. – a sua voz soou fraca.
- eu também.
- eu só precisava de espaço. – ele continuou.
- espaço? E eu e os teus filhos ficávamos onde? – elevei a minha voz virando-me para ele.
- eu não te fazia feliz? – odeio quando ele me responde com outra pergunta.
- o que achas? Não és burro nenhum, Niall! Sabes perfeitamente que eu fui muito feliz contigo e que me sinto mal com toda esta situação. Mas não dava mais, chegou a uma altura que eu já não estava feliz!
Num movimento brusco o Niall encostou-se à berma da estrada, parando o carro.
- Tu entendias-me sequer? – o seu olhar encarou o meu.
- Não! Não entendia, tu nunca falavas comigo! – elevei a minha voz.
- porque pensei que soubesses, que não precisasse de palavras! – ele elevou mais a sua voz sobressaindo-se da minha.
Lágrimas escorriam pelo meu rosto, eu não conseguia mais segurar-me. Eu estava ali totalmente vulnerável, totalmente de alma despida em frente a ele e ele simplesmente me olhava.
- o que fizeste ao meu Niall? O que aconteceu connosco? – perguntei soluçando com o choro.
- não sei… - ele sussurrou encarando as minhas pernas.
- eu estou aqui a chorar, totalmente em baixo e tu não fazes nada. Já nada te importa, é isso?
Ele respirou fundo e as suas mãos bateram, duas vezes, fortemente contra o volante do carro.
Aquela sua acção assustou-me levando-me a soltar um grito.
O Niall saiu do carro e vi-o a andar em torno da frente do mesmo, de mãos na cabeça. Eu não sabia o que fazer, eu estava lavada em lágrimas e eu vi que ele também estava totalmente perdido.
Resolvi sair do carro e fiquei a olha-lo.
- Eu perdi o norte. Eu não sabia o que iria fazer à minha vida depois de ficar sem a banda. Sabias perfeitamente que não tinha confiança o suficiente para apostar numa carreira a solo, mas ao invés disso tu só me pressionavas! Eu amo a nossa família mas eu precisava de respostas não de perguntas. Precisava de olhar para ti e que tu entendesses sem eu soltar uma única palavra. Sempre fiz tudo por ti e o que tu fizeste quando eu tentava encontrar o norte? Meteste as minhas malas à porta! – ele falou direto a mim com a cara lavada em lágrimas.
- Achas que foi fácil carregar a nossa família às costas? Ligar-te porque precisava de levar o Noah ao médico e tu nem atenderes? Eu até posso ter errado ao não ser mais flexível contigo mas quando precisávamos de ti, onde estavas tu? Eu tinha uma cama vazia todas as noites, dois filhos para cuidar, e uma dor enorme no peito.
- e por isso resolveste me expulsar de casa como se eu não fosse nada?
- Se era para continuar naquela vida, eu prefiro ficar sozinha, Niall! Ao menos eu não ficaria noites a fio à espera de uma chamada ou mensagem tua de boa noite. Ao já não esperar nada, não sofro.
- estás bem sem mim? Não sentes a minha falta? – ele perguntou num tom quase inaudível.
- estou numa casa cheia de recordações nossas, o que achas? – eu encarei o seu olhar azul, agora vermelho do choro.
- pensei que as memórias não fossem nada, que não importavam. Foram palavras tuas. – falou calmamente, vindo ao meu encontro.
- menti. As memórias são tudo, Niall. – suspirei – as memórias são passado, são histórias, somos nós. E não se apagam as memórias, ou então seria pagar com a própria vida.
- apagar as memórias seria apagar-nos. Desaparecia-mos. – ele interrompeu-me e eu assenti com a minha cabeça.
Estávamos demasiado próximos, a sua mão caminhou até à minha agarrando-a. Ficamos por breves momentos a olhar para as nossas mãos até que ele me fez encara-lo.
- e agora? Vamos continuar assim? – o seu olhar estava escuro, sem aquele brilho tão característico.
- eu não vou dizer que te odeio ou que não vales nada. Não te vou maltratar para ser mais fácil para mim dizer que não dá. Sabes perfeitamente que eu te amo, mas amar as vezes não chega. Fomos felizes mas eu já tomei a minha decisão. Não vamos estragar mais as coisas, não vamos insistir numa coisa que nos destrói. - fiz com que as nossas mãos se descolassem – leva-me para casa, por favor.
Virei-lhe costas e entrei no carro.
Ele ficou algum tempo imóvel no sítio onde o tivera deixado. No que ele estaria a pensar? Foi demasiado difícil meter um ponto final na nossa relação, mas se queremos salvar o carinho que ainda temos tem de ser desta maneira. Separados.
Ninguém disse que seria fácil. Nunca fomos fáceis.
Connosco sempre foi um caos. Somos um caos e sempre o seremos.Olaaa amores!!
Quero comentários sobre esta discussão meninas!! O que acharam do capítulo? O que acham que se vai suceder?
Este é o último capítulo do ano, e quero desde já informar-vos que nos próximos 15 dias vai ser complicado escrever. Eu ando na universidade e o meu semestre acaba dia 16 de janeiro e estas duas semanas são cheias de frequências e entregas de trabalhos por isso vai ser complicado postar frequentemente minhas lindas. Mas depois disso já estarei aqui em peso!! 😉Agora quero-vos desejar um feliz e inesquecível ano novo!! Entrem com o pé direito e eu espero que o ano que se aproxima traga muitas coisas boas para vocês todas!! Sejam felizes, beijinhos. 😘❤❤❤❤
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Irresistible 3 (Acabada)
FanfictionEles perceberam que o maior amor sobrevive as piores condições porque o que eles são um para o outro é algo maior do que qualquer coisa já vista ou existida. Eles passaram por tudo, algo dito e coisas nem imaginarias mas agora eles têm uma chance. A...