# Capitulo 23 #

11.6K 556 20
                                    

Respirar os ares irlandeses é tão reconfortante. Este país traz-me uma paz interior que eu nunca poderei explicar. É acolhedor o calor humano que aqui me acolhe, pois porque quanto ao frio, é melhor nem falar.

Poucos são os sítios onde nos sentimos em casa, sem estarmos realmente no nosso lar. Aqui tudo é pacífico, para já não falar que aqui estão todas as raízes do Niall e que ele vivera toda a sua infância nesta mesma cidade até os seus pais se separarem e ele decidir se afastar de tudo para ir viver com a mãe.

Estamos aqui neste país há já dois dias e isto é maravilhoso. Adoro os jantares recheados de gente e risadas que casa do Bobby nos proporciona. Adoro o à-vontade a que toda a gente me deixa e adoro ainda mais o carinho que elas dão ao meu filho.

O João adora estar aqui também, não só estamos a passar umas férias em família como também ele fica a conhecer melhor a família que não vê tanto diariamente. A primeira vez que cá viemos ele era realmente muito pequenino e ao início ainda estranhou o avô e todas as outras pessoas, todos menos o Theo, o seu primo mais velho. Eles são tão parecidos, tão amorosos e o Theo é um rapazinho tão simpático e notasse que ele gosta de fazer amigos e brincar. Tal como o priminho.

Niall: achas que ele não tem frio, amor? – Ele perguntou pela milésima vez, metendo-se em frente ao carrinho do João.

A sua persistência fez-me parar e ele debruçou-se sobre o nosso filho, que parecia muito feliz com o nosso passeio, e apertou mais o seu casaquinho.

- Niall, a ideia não é sufocares o nosso filho. – Eu ri e meti-me ao seu lado vendo um João bochechudo todo avermelhado.

A minha mão passou pelo cabelo do João e ele estava meio que húmido. Ainda acha o Niall que o João tem frio. Homens.

- Ele está a suar amor. Ele não tem frio. – Informei-o e logo abri o fecho do casaco do João até meio.

Niall: tu tens certeza? – Ele encarou-me com a sua famosa sobrancelha elevada, expressão que o nosso filho ganhou dele.

- Tenho amor. Confia em mim. – Caminhei novamente até ao guiador do carrinho do João e comecei a andar calmamente ouvindo a risada do Bobby ao meu lado.

Niall: tu é que sabes. – Ele sussurrou bufando.

Bobby: quando era mais novo e o teu irmão nasceu, eu era igualzinho a ti. A tua mãe fartava-se de ralhar comigo. Acho que o problema dos homens da nossa família é esse, somos demasiado protetores. – Ele falou com toda a sua sabedoria e simpatia deslizando a sua mão pelas costas do Niall e aconchegando depois o seu ombro.

- É, eu concordo com isso dos protetores. – Eu ri e logo fui observada por um Niall ofendido. Ou melhor, ele fingia-se de ofendido.

Niall: tu não dizes-te isso. – Ele riu.

- Queres que repita? – Provoquei-o.

Bobby: ela está certa, eu não vejo outra coisa se não ires sempre ver se o João precisa de algo. Estás sempre tão à volta dele que não o deixas viver como as crianças o fazem… Eles aprendem muita coisa sozinhos.

Niall: o trabalho dos pais é proteger os filhos, ou não? – Defendeu-se – ele é um bebé.

Bobby: sim tens razão mas apesar de ele precisar de segurança, ele precisa também de se sentir apto a ser independente.

- Concordo. – Não sabia que o Bobby era tão sábio nestes assuntos.

Niall: tu? – Ele riu – Tu és a mãe mais galinha que conheço.

Bobby: aposto que só depois da tua mãe. – Ele riu também.

Niall: sim, a minha mãe ainda hoje acha que sou uma criança.

Irresistible 3   (Acabada)Onde histórias criam vida. Descubra agora