Extra 25

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Estava mesmo a precisar de um banho relaxante, agora sinto-me em paz.
O dia de ontem foi cansativo mas fez-me perceber que a minha família é a melhor coisa que tenho neste mundo. Um simples jogo de golfe fez-me ver que eu posso perder o meu emprego, posso perder o meu marido, posso-me perder a mim mesma mas nunca irei perder o amor daqueles dois seres que nasceram de mim e que desde esse dia são a minha razão de viver.
O fato de eu e o Niall nos estarmos a dar bem, confesso que ajuda muito neste meu novo estado. Ele voltou e trouxe a paz e a felicidade de novo a esta casa. Não sei se isso implica o aceitar de novo na minha vida mas sinceramente, não estou a pensar nisso.
Não crio espectativas na minha cabeça, já passou o tempo em que eu esperava algo de quem quer que fosse, mas sinceramente também não estou para meter fantasmas entre nós. Um dia de casa vez, esse é o meu novo lema.
Não quero ser uma pessoa que guarda rancor, grita ou que não perdoa, não quero ensinar isso aos meus filhos. Quero ultrapassar os meus problemas, quero ultrapassar-me a mim mesma diariamente. Renovar-me, evoluir como pessoa.
Aprendi muito com as falhas da minha vida. Só estamos sozinhos se realmente quisermos estar sozinhos.
Os miúdos já estão a dormir, eles estavam cansados. Hoje fomos passar o dia a casa da mãe Niall. O Greg veio juntamente com a Denise e o Theo vieram visitar a família, ou seja, foi diversão para toda a gente!
O Theo é como o ídolo dos primos e ele é uma criança tão educada e amorosa. É, acho que é esse o charme dos Horan, já não falando na sua safadeza.
O Niall não perde uma oportunidade para me atacar. Faz uma gracinha aqui, mete uma mãozinha ali, lança sorrisinhos e deus mais sabe o quê que vai naquela cabeça. Eu vou dar em maluca!
Não quero ser fácil, desta vez se ele me quer tem que penar por isso mas também não sou de ferro. Não sei se estou decidida a o ter de volta, não entendo sequer se tanto a minha cabeça como o meu coração o perdoaram mas sei que quero entrar neste jogo e ver até onde ele vai.
Provavelmente este jogo irá acabar numa cama, até porque a vontade não me falta e eu posso ver que ele também quer. Mas na vida não basta querer e ele vai ter que entender que ele pode querer jogar mas sou eu quem dá as cartas.
Espalhei pelo meu corpo o creme com o aroma que eu sei que ele adora e acabei por vestir uma camisa de noite, com alças finas e de tons rosa claro. Claro que não a escolho por acaso, ela é curta, tão curta que basta eu andar para que se veja as cuecas de renda preta que eu vesti. Posso dizer que o decote não é enorme mas é o suficiente para se notar o pequeno pormenor de eu não ter sutiã.
Tomei rumo ao andar de baixo, rezando para que ele ainda não se tivesse ido deitar ou todo este investimento não iria valer de nada.
Ao entrar na sala vi a luz da televisão, ajeitei o meu cabelo molhado que estava com um ar selvagem e caminhei até ao sofá. Fiquei frustrada por o ver vazio.
Que raio!
Saí da sala e vi que a luz da cozinha estava acesa, é ali onde ele está.
Sorri enquanto caminhava pelo corredor mas quando entrei naquela divisória meti a minha expressão mais neutra.
Ele estava a olhar para o micro-ondas, o seu corpo coberto por uns calções pelos joelhos e uma t-shirt e o seu cabelo sexyvamente bagunçado. Existe a palavra sexyvamente? Bem, não importa, ele parece ser tirado dos meus sonhos também.
- Oi. – Falei para que ele notasse a minha presença.
- Boas. Queres pipocas? Estou a fazer salgadas como gostas. – Ele falou sem olhar para mim.
- Não, obrigada. Vou só beber um chá para me ir deitar. – Enquanto falava deslizei o meu corpo pela cozinha, de uma maneira sensual.
- Ahh eee-está bem. – Pela sua gaguez, ele já meteu os olhos em mim.
Apesar de querer muito ver o seu rosto e de ter o prazer de o ver encavacado, irei ter muito mais prazer em o ver a trepar paredes.
Parei em frente ao armário onde de situava os chás e abri o armário situado ao nível da minha cabeça. Eu sei que o chá está na prateleira de cima e que eu não o consigo alcançar, mas mesmo assim estico-me o máximo que consigo. Sei que agora ele consegue ver o meu rabo.
- E-eu gosto! Quer diz, eu ajudo. – Ele aproximou-se de mim e tirou uma carteira de chá e segurou-a na mão.
Os seus olhos encontraram os meus e as suas pupilas estavam dilatadas.
- Obrigada. – Sorri-lhe enquanto lhe tirava vagarosamente o chá da mão.
Nos meus lábios formou-se um sorriso sedutor e o seu olhar caiu sobre eles. Acabei por morder o meu lábio inferior antes de lhe virar costas e caminhar até à cafeteira elétrica para meter a água aquecer.
- As pipocas já não estão? – Encostei-me ao balcão vendo-o petrificado a olhar para mim.
A sua boca estava aberta e os seus olhos centrados no meu decote, no entanto desceram depois até as minhas pernas. Sorri por o ver naquele estado.
- Niall? – Chamei por ele mas ele não mostrou nenhuma reação.
Confesso, isto é melhor do que eu poderia imaginar. Dá-me um certo gozo o ver desta maneira e aquela sensação das borboletas no estômago volta.
Malditas borboletas. Maldito irlandês. Maldito amor!
Acho que me quero perder no meio desta maldição toda e fazer dela algo bom.
- Niall! – Elevei a minha voz e vi que ele acordou para a vida.
- Ahn? – A sua maneira atrapalhada fez-me rir.
- As pipocas… Já estão prontas. – Tentei não rir.
- As pi-quais pipocas? – O seu olhar estava confuso e eu pontei para o micro-ondas – Ahh as pipocas! Pois, eu estava a fazer pipocas. – E rapidamente caminhou até ao micro-ondas.
Sei que ele está nervoso pelo fato dos seus atos seres atrapalhados. Ele tira o saco das pipocas do micro-ondas e prega por ter-se esquecido que aquilo estaria quente. Atira o saco de papel com as pipocas para cima do balcão e leva os dedos à boca.
- Porra, queimei-me!
- Queres ajuda? – Aproximei-me dele e a minha mão caiu sobre o seu bíceps.
- Não. Está tudo bem. – Ele sorriu em modo de agradecimento e afastou-se de mim.
Ele estava nervoso, mais do que eu pensava.
Voltei a caminhar até à cafeteira e enchi uma caneca com a água quente juntando depois a carteirinha do chá.
Voltei a encara-lo e ele olhava para o meu rabo enquanto segurava a traça de pipocas. Confesso que agora a nervosa era eu, o seu olhar parece estar em fogo e o fogo começa a queimar as minhas bochechas.
- Vais ver um filme? – Tentei acabar com aquele silêncio.
- Uhum… – O seu olhar encarou o meu – Queres ver comigo?
- Pode ser. – Peguei na minha caneca sorrindo.
Isto é tão estranho! Parecemos dois atrasados mentais que não se conhecem e nem sabem do que devem falar.
Ele começou a andar e logo o travei com a minha mão no seu peito.
- Primeiro as meninas. – Pisquei-lhe o olho e rodei o meu cabelo para trás das minhas costas.
Ele soltou uma risada e mordeu o seu lábio inferior enquanto me olhava de cima a baixo.
Comecei a caminhar em frente a ele, saindo da cozinha. As minhas ancas moviam-se da maneira mais sensual que sei e eu sei que ele vinha mesmo atras de mim.
- Hum… Cheira bem. – A sua voz soou baixa atras de mim – Estás a usar aquele creme que te trouxe de Milão no nosso quarto aniversário de casamento?
O meu coração começou a palpitar mais forte e eu soltei um pequeno sorriso. Ele lembra-se.
- Sim. Gosto muito dele. – Respondi enquanto caminhava até ao sofá.
- É uma ocasião especial? – Ele ficou parado ao lado sofá vendo-me a sentar.
- Não me parece, porquê? – Encarei o seu olhar.
- Só o costumavas usar em ocasiões especiais, ou quando me tentavas seduzir. – Ele piscou-me o olho e sorriu safadamente.
- Então é isso? Achas que te estou a seduzir? – Cruzei as minhas pernas vagarosamente, inclinando-me um pouco para ele.
Ele soltou um riso e revirou os seus olhos num modo convencido. O seu corpo caminhou até mim e ele sentou-se mesmo ao meu lado, a uns miseráveis centímetros de mim.
- Tenho a certeza. – Lambeu os seus lábios enquanto o seu olhar passava pelas minhas pernas.
- O que te faz ter tanta certeza? – Inclinei-me um pouco mais para ele e o seu olhar encontrou o meu.
- Eu conheço-te. – Ele elevou a sua sobrancelha e o seu sorriso era atravessado.
- Ai sim? – Sorri e a minha mão caiu sobre a barriga da sua perna. Acariciei-a sem nunca desviar o meu olhar do dele.
- Confessa que tens saudades minhas, de estar nos meus braços. – A voz era rouca e a sua mão garrou o gémeo da minha perna cruzada.
O seu polegar deixava o rasto de aconchego e assim que o calor da sua mão tocou no meu corpo, eu senti como que eletricidade a correr pelas minhas veias.
- A mim parece-me que és tu quem sente falta. - Provoquei-o sorrindo.
- Foste tu quem não me quis. – Ele piscou-me o olho.
- E continuo a não querer. – A minha voz soou fraca e eu aproximei a minha face da dele. Quero tanto beija-lo!
- Sim, claro. – Ele gargalhou e afastou-se de mim, pegando na taça de pipocas que estava ao seu lado no sofá.
As suas pernas esticaram-se sobre a pequena mesa de centro, a taça de pipocas colocada no seu colo e a sua atenção foi para a televisão.
Mas que… o que aconteceu? 
A minha cabeça está confusa, estávamos num jogo de sedução e quando eu pensava que ele me iria beijar, ele se afasta simplesmente?
Que raio se passa com ele?
Peguei na minha caneca com o chá e dou um golo. Estiquei as minhas pernas pelo sofá e os meus pés tocavam junto à perna dele.
Ele olhou para os meus pés e riu.
Este irlandês está-me a enervar!
- Não me estás a seduzir, ahn? – Ele provocou rindo.
Ele acha isto tudo uma diversão, estou a ver.
- Nem por isso. E não meto creme para te seduzir, mas sim para me agradar. Sou mulher, meu querido. – Ataquei-o.
- Uma mulher linda, diga-se de passagem. – Ele continuava a provocar.
Este elogio não foi o suficiente para curar o meu orgulho ferido por ele me ter recusado. Porque foi isso que ele fez e eu não sei se isto não passa de uma brincadeira para ele.
- Já que há homens que não sabem cuidar das suas mulheres, elas têm de aprender a cuidarem-se sozinhas. – As minhas palavras saíram antes que eu pensasse sequer nelas.
O seu olhar caiu em mim e ele já não continha aquele sorriso divertido no rosto, logo virei o meu olhar pra a televisão fingindo que não queria saber. Não sei o que me deu para ter falado o que falei mas qualquer das maneiras, não irei pedir desculpas porque é o que realmente sinto.
O ar ficou toxico. Eu deveria pegar no meu corpo e ir para o quarto mas ao invés disso quero ver até onde, o que quer que seja que estamos a fazer, vai.
Ele aproximou-se devagarinho. Fiquei confusa quando vi as suas mãos a elevar os meus pés, mas logo o vi a coloca-los sobre o seu colo. Permaneci calada quando ele começou a massajar os meus pés enquanto continuava a ver o filme.
Dei por mim a pensar se o que eu lhe disse o tocou mais do que eu quereria. Talvez esta seja uma forma de ele me recompensar, a maneira que ele encontrou para cuidar de mim.
Deixei-me estar em silêncio mas o meu olhar não saia de cima dele.
Eu não entendo o que ele quer de mim, não entendo o que eu quero dele. Não consigo perceber o que estamos a fazer com a nossa vida.
No intuito de não pensar muito, porque esse acaba sempre por ser o meu maior problema, enviei toda a minha atenção para o filme que passava na televisão.
A certa altura senti o corpo do Niall a tombar, ele adormeceu. Desviei as minhas pernas mais para a ponta do sofá e ele encaixou-se no espaço vazio garrando-me.
A sua cabeça estava sobre a barriga das minhas pernas e os seus braços agarravam-me abaixo dos meus joelhos. O seu corpo esticou-se pelo resto do sofá, com a respiração pesada.
Eu fiquei simplesmente a observa-lo. O seu rosto estava tão sereno, tão meigo e angelical. Parecia de novo o meu Niall.
Mas depois questionei-me, quem é realmente o meu Niall? Aquele homem que ama os seus filhos? O que tem sempre um sorriso no rosto? O ser mais safado que conheço mas porém o mais meigo? Ou Aquele inseguro e às vezes impulsivo?
Ele é tudo de bom e tudo de mau que possui e para além disso, é um ser humano. Se o amo, não o deveria aceitar não importe qual a sua forma?
Levei a minha mão até à sua cabeça e os meus dedos começaram a brincar carinhosamente com a mancha dos seus cabelos.
Como nos perdemos no tempo?
Fomos tão felizes, hoje eu sou feliz e tudo por o ter aqui em casa.
Ele é luz, ele é alegria, ele é amor, ele é a razão para esta família não desmoronar. Mas também já provei a dor da sua ausência.
Já não sei com o que consigo lidar. Só sei que agora, olhando para este homem, eu estou bem.

Oi oi queridas! Novo capitulo aqui!! 😉
O que acharam? O que acham da nova relação destes dois? Qual seja a intensão do Niall? Será que eles têm futuro??
ESPERO QUE ESTEJAM A GOSTAR, VOTEM E COMENTEM VÁ LÁ MENINAS!! TODAS AA OPINIÕES E CRITICAS SÃO BEM-VINDA!!!
Beijinhos minhas lindas 😘❤

Irresistible 3   (Acabada)Onde histórias criam vida. Descubra agora