Irresistible 3 (Acabada)

# capitulo 1 #

O meu corpo é todo ele uma mistura de suor e dor. Isto é realmente pior do que eu pensava. Tento regular a minha respiração à medida que faço força, tal como me insinaram nas aulas pré-parto mas isto é mais intenso e difícil do que eu imaginava.

Eu sabia que o parto demoraria um certo tempo e que por as aguas arrebentarem que não quereria dizer que o João nascesse logo, mas tive de esperar a tarde e a noite toda para que pudesse vir para a sala de parto. A dilatação só ficou concluída eram 2h da manha de domingo e eu cada vez desesperava mais.

A cara de pânico do niall devido aos meus gritos é quase que engraçada. Ele tenta respirar comigo enquanto agarra a minha mão, pensando que isso ajuda porra alguma. Não sei como os seus dedos ainda estão inteiros, tenho completa noção que a minha força é bem elevada, o momento pede isso.

Niall: calma amor, respira. - ele repetia uma e outra vez, vendo-me deitada naquela cama com 3 médicas de volta da minha intimidade.

Ele está e esteve incondicionalmente ao meu lado mas aquele momento é de loucos, eu ali na maca de pernas abertas enquanto uma parteira me ajuda a dar a luz e ele só fala.

O João não era de todo um miúdo fácil, parecia que força nenhuma era suficiente. Eu estava a fazer das tripas, coração mas ele não tinha meios de sair.

A mão livre do niall passou a pela minha testa molhada de suor, numa de me tentar acalmar. Mas mesmo assim palavras rudes saiam da minha boca e ele ria nervosamente como resposta. Acho que ele entendeu que aquilo era tudo stress.

- és um idiota por me teres engravidado, nunca mais quero ter filhos! - eu falei bem rápido com os meus dentes serrados, enquanto fazia força pela milésima vez.

Niall: concentra-te e respira amor. - foi a sua resposta calma, mas eu sei que ele estava mais mexido do que realmente queria parecer. Ambos estávamos nervosos.

Xxx: todas dizem isso, mas é só do momento - falou uma enfermeira encarando o niall - elas acabam por voltar a esta sala. - ela fez meio que uma piada fazendo o niall sorrir.

Mary: querida já vejo a cabecinha do nosso bebé, respira e faz toda a tua força. - a parteira falou gentilmente como nas últimas horas.

Eu assenti, na verdade a força que me restava não era muita mas assim que encarei o olhar do niall e vi ele brilhante, como nunca esteve antes, ai toda a dor pareceu ter aliviado e junto com ela a má disposição. Agarrei a sua mão com uma força inexplicável e gritei enquanto puxava.

Um choro invadiu aquela sala e eu poderia dizer que este era o som mais lindo que eu alguma vez poderia ouvir.

Mary: temos aqui um grande rapaz. - eu encarei-a, vendo-a a segurar um pequeno corpo, todo repleto de sangue, em seus braços.

O niall olhava maravilhado para aquele pequeno ser que acabará de sair de dentro de mim. Um suspiro de alívio e felicidade foi descarregado dos meus pulmões, tentando regular o meu corpo que tremia um pouco, completamente cansado.

Mary: pai, quer cortar o cordão umbilical? - ela falou encarando o niall.

Ele assentiu com a sua cabeça, sorrindo. Depois de beijar a minha testa, caminhou até ela e vi-o a cortar o cordão a medo, com lagrimas com olhos e um sorriso nos lábios enquanto observava o nosso pequeno filho. Meus deus, eu sou mãe!

A parteira, por segundos, encarou-me e caminhou até mim com o meu filho embrulhado numa toalha.

- a mãe está pronta para pegar no seu belo rapaz? - ela perguntou sorrindo.

Eu estava mais do que pronta, eu só queria poder segurar o meu filho nos meus braços. Tentei criar tantas vezes esse momento na minha cabeça quando na realidade ele é muito mais forte e emocional do que poderia alguma vez ter pensado.