Agora que os miúdos estão deitados, já posso descontrair um pouco. Esta última semana foi calma, até porque tenho tido a ajuda do Niall, mas hoje sozinha custou um pouco e eles estavam elétricos.
Tem sido bom ter o Niall em casa, apesar de ser um quanto estranho. É complicado estar junto do homem com quem partilhamos parte da nossa vida e ter que manter a distância. Até porque eu acho mesmo que é isso que ele quer, espaço.
É estranho, não que eu queira voltar para ele, mas ele disse que ia lutar por nós e não faz nada… Pessoalmente, eu pensei que ele vindo cá para casa que iria estar sempre a pressionar, me iria seduzir e como o Jack disse “Não vos dou dois dias até estarem nos braços um do outro”, pois bem, já passou mais de uma semana e nada aconteceu. O que é bom, eu acho.
Confesso que houve uma ou outra vez, em que o meu corpo aqueceu de tal maneira com a aproximação dele ou com aquelas conversas mais sensíveis, que me levaram mesmo a pensar que não conseguia sair dali senão junto a ele, mas nada aconteceu. Ele deixa-me da mesma maneira que se aproxima.
Já me questionei se esta é a maneira de ele me seduzir, pergunto-me se ele faz de propósito para me deixar louca, porque é nisso que eu me estou a tornar. Numa mulher louca.
Aquele homem seduz-me com o simples fato de respirar.
Mas eu e ele não importa, até porque o nós já não existe. Ele está aqui como pai dos meus filhos e ele tem sido o melhor pai que conheço.
Nunca vi tanto amor e tanta alegria nesta casa como nestes dias, parece que tudo voltou a ser como antes mas desta vez, melhor.
Todos os dias o Niall arranja algo novo para fazer com os filhos o que é maravilhoso para as crianças e encantador para mim. A dedicação dele deslumbra-me.
Hoje precisava dele por perto, foi um dia complicado mas ele não o sabe.
Não é que eu ache que não são assuntos dele, bem, não são. Mas não lhe contei pelo fato de não ter de o chatear com os meus assuntos. Ele já disse que acima de tudo somos amigos mas achei melhor ficar calada.
Como assim, hoje ele tinha um jantar de aniversário de um amigo e ele merece ir-se divertir um pouco.
Olhei pela quinta vez para o relógio e agora já passa da meia-noite. Não sei se estou aqui no sofá por falta de sono ou se estou à espera dele, até porque estou a olhar para a televisão e nem sei o que está a dar.
Não consigo entender os meus atos nos últimos dias, nem os meus pensamentos. Não me entendo, acho que me estou a tornar numa incógnita.
O que é uma incógnita também, é o meu futuro.
Ouvi a porta abrir e endireitei-me no sofá, é ele.
- Ainda acordada? – Ele observou-me surpreendido.
- Não tenho sono. – Em certa parte é verdade.
- Pensei que me estavas a fazer uma espera. – Ele riu. – Não te preocupes que o teu marido não vem bêbado. – Ele brincou, mas obviamente que ele já vem alegre.
Eu não disse nada fiquei só a finta-lo enquanto despia o seu casaco e descansava os seus sapatos. Ele é lindo mesmo todo bagunçado.
- O que se passa? – Ele aproximou-se do sofá.
- Nada. – Fiz um pequeno sorriso e acabei por desviar o meu olhar para a almofada que estava ao meu lado.
- Eu conheço-te. – Ele caminhou até mim, sentando-me ao meu lado. – Estás triste… Foi por eu ter saído?
- Não! – Cortei a sua fala. – Está tudo bem por teres ido sair. – Foquei o meu olhar nos meus dedos entrelaçados.
- Então fala comigo. – A sua mão alcançou as minhas e o seu polegar acariciou-as.
O meu olhar subiu até ao dele, vendo-o preocupado. Suspirei.
- A galeria foi vendida. – Dói dizer em voz alta.
- O quê? A quem? – Os olhos arregalaram-se de espanto.
- Não sei, foi o Jack que tratou de tudo. Ele veio cá hoje e eu assinei os papéis, agora só falta o comprador e está feito. – A minha voz era fraca e eu não já não o encarava, estou prestes a chorar.
- Barbie… – A sua mão agarrou a minha face e o meu coração aqueceu – Porque não lutaste pelo espaço? Podias ficar por conta própria.
- Não é tão fácil assim, Niall. Tinha que investir muito dinheiro e o Jack garante que o comprador quer fazer algo fixe com o espaço. – Não consegui controlar o meu choro, as minhas lagrimas caiam calmamente enquanto o seu polegar acarinhava a minha bochecha.
- Oh minha linda… – Ele não sabia o que dizer, eu também não precisava de palavras.
Num gesto rápido, ele aproximou o seu corpo do meu e depositou beijos rápidos por cada canto da minha cara molhada e de seguida levou a minha face até ao seu peito agarrando-me fortemente contra ele.
Fiquei surpreendia com aquele gesto de carinho e palavra nenhuma iria agradecer o bem que aquele apoio me estava a fazer. As minhas mãos agarraram a sua cintura e deixei-me estar.
É bom estar nos braços do Niall, é reconfortante.
O seu corpo está quente e consigo ouvir os batimentos acelerados do seu coração. Os seus lábios vão depositando alguns beijos na minha nuca e as suas mãos sobem e descem nas minhas costas.
Como fazemos tanto mal à nossa relação quando me sinto em casa nos braços dele? Precisei disto durante todo o dia, como ele não vê que eu ainda sou dele? Como pode pensar que eu seria capaz de estar com outra pessoa?
Não consigo sequer esconder o poder que ele tem em mim, parece só ele não perceber isso.
- Porque pensaste que eu seria capaz de me encontrar com outra pessoa quando estava a tentar de novo contigo? – A minha voz saiu tão baixa que espero que ele não tenha ouvido.
Ficou um silêncio estranho, ele tentou-me afastar mas eu agarrei a sua camisola nos meus punhos fechados. Não o consigo encarar depois de lhe ter perguntado isto.
- Não sei. – Ele suspirou e voltou a confortar-me nos seus braços.
- Foste muito injusto. – Continuei.
Não sei se estou preparada para esta conversa, mas uma vez que já a comecei não posso voltar atras.
- Eu sei… Mas também assinaste logo aqueles papéis. - A sua voz era calma.
- Eu estava disposta a lutar depois de tudo o que me fizeste sofrer. Não sou obrigada aguentar tudo, aquilo foi a gota de água. A paciência tem limites, Niall.
Ele ajeitou o seu corpo, encostando-se ao sofá e puxou-me para o seu colo. Encostei a minha cabeça na curva do seu pescoço e fechei os meus olhos inalando o seu perfume.
Vamos mesmo ter esta conversa.
- Eu sei, e tu aturaste demasiado. – Ele falou olhando para as minhas mãos que brincavam com um acessório do meu pijama.
- Ainda bem que sabes. E fiquei ainda mais irritada por teres fugido! – Admiti.
- E querias que fizesse o quê? Se eu ficasse iriamos foder ainda mais as coisas, (t.n). Precisávamos de estar longe um do outro.
- Eu sei… Depois entendi isso.
A verdade é que ele fez o melhor para os dois. A situação em que estávamos era sufocante e se continuássemos nela iriamo-nos matar.
- Fui para casa dos avos, precisava de pensar. Lá teria paz.
Eu nada disse, não sabia o que dizer. Pensei muitas vezes nesta conversa, no que lhe deveria dizer e as milhentas coisas que lhe deveria atirar à cara mas agora estou bem. Estou nos seus braços.
- Lá parecia que tinha entrado noutro mundo. Lembras-te de como era quando eramos crianças?
- Lembro-me… Mas quando eramos crianças, bastava o sol lá fora e o resto resolvia-se, agora já não somos crianças. Somos pais.
Um suspiro saiu dos seus pulmões e ele apertou-me mais contra si.
Aquilo era uma sensação surpreendentemente boa e confortante.
- O pior erro de alguém é achar que só porque uma pessoa já é sua, não é preciso continuar a conquista-la todos os dias. – As suas palavras surpreenderam-me. – Eu errei tanto contigo, mesmo sem me aperceber eu estava-te a perder.
- Quando percebeste finalmente isso? - A minha voz suou bastante baixa.
- Sabes quando acordamos incompletos e tentamos entender o porquê mas afinal a resposta é algo tão simples?
Eu fiquei imóvel e calada, eu não estava a entender a que ponto ele queria chegar mas queria muito saber. Eu precisava de saber.
- Tu não estavas por perto… Por isso eu me sentia daquela maneira.
- Não estava por perto porque tu me levaste para longe de ti. – Elevei a minha cabeça para poder olha-lo nos olhos.
Ai pude ver que a sua face estava molhada, não notei que ele chorava. Engoli em seco não sabendo o que fazer, vê-lo desarmado fazia-me perder as forças. Apesar de elas já não serem muitas.
- Eu sei e estou arrependido disso. És tão linda e maravilhosa. – O seu olhar perfurava o meu de uma maneira tão intensa.
As minhas mãos foram até ao seu rosto e limpei as suas lágrimas. De seguida depositei um beijo na sua bochecha vendo ele a soltar um pequeno sorriso.
Voltei aninar a minha cabeça na curva do seu pescoço e virei mais o meu corpo pro dele. Os seus braços abraçaram-me de uma maneira mais completa e desta fez uma das minhas mãos agarrou a sua anca.
Sinto-me em casa.
Os seus lábios beijaram a minha testa uma e outra vez e o meu corpo começou a dar sinais de cansaço.
- Já sentiste aquela vontade de fechar os olhos e quando os abrisses tudo tivesse mudado? – Quebrei o nosso silêncio.
A sua mão viajou até à minha face acariciando-a. Encarei o seu olhar e ele tinha um sorriso lindo nos lábios.
- Temos muito tempo, ainda haverão muitos momentos pela frente. Momentos que irão mudar tudo, momentos que serão incríveis e que vão-te fazer esquecer todas as más horas, dias, anos...
As suas palavras fizeram-se sorrir. É verdade, ainda temos muito tempo.
Os seus lábios depositaram pequenos beijos pela minha face de uma maneira meiga e aos poucos parecia dissolver toda a dor que eu sentia.
Ele é capaz de me destruir mas também consegue juntar todos os pedaços.
Bochechei e ele soltou um pequeno riso.
- É melhor ires para a cama, bela adormecida. – O seu nariz roçou no meu.
- Estou bem aqui. – Aninhei-me de maneira confortável no peito dele e fechei os meus olhos.
Eu não queria sair dali, queria tudo menos deixar o calor do seu corpo.
- Eu também. – Ele sussurrou fazendo-me pequenas festinhas com os seus dedos.
Eu sorri e apaguei-me, tendo a noção que tinha voltado a meter a minha vida nas mãos dele.Oi oi lindas como vai isso?? Aqui têm novo capitulo 😁
O que acharam do capitulo? O que acharam da conversa do nosso casal preferido? Acham que o Niall a conseguirá demover da ideia do divórcio?
SE ESTIVEREM A GOSTAR VOTEM E COMENTEM!! QUERO MUITOS COMENTÁRIOS!! 😊
Beijinhos, love you all!! ❤❤
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Irresistible 3 (Acabada)
FanfictionEles perceberam que o maior amor sobrevive as piores condições porque o que eles são um para o outro é algo maior do que qualquer coisa já vista ou existida. Eles passaram por tudo, algo dito e coisas nem imaginarias mas agora eles têm uma chance. A...