Extra 15

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Desligo o carro depois de o estacionar dentro da garagem.
Liberto um suspiro que não sabia que estava preso nos meus pulmões e saio do carro, trancando-o.
Sinto-me cansada, estas noitadas a trabalhar matam-me! Espero que amanhã isto tudo fique resolvido ou não sei o que será da minha saúde mental. Felizmente a minha vida amorosa anda por melhores caminhos.
Depois do que aconteceu há duas noites eu e o Niall estamos melhor, ele tem vindo aqui a casa, temos estado em família mas vai dormir à casa da mãe.
Estou morta por entrar em casa e o ver. Hoje foi ele quem cuidou, e pelas horas, deu também o jantar aos nossos bebes.
O meu telemóvel tocou quando estava a subir as escadas para o andar principal e quando o alcancei era uma mensagem do Steve.
"Já cheguei a Londres. O hotel que me indicaste é fantástico."
Estou nervosa com o encontro que vou ter com ele amanhã. Será o tudo ou nada para a galeria.
"Fico feliz que tenhas gostado. Ele é realmente um dos melhores de Londres." Respondi e pousei o telemóvel na cómoda que se situa na entrada da sala.
O meu olhar foi direcionado para a única iluminação da sala que vinha da televisão. Caminhei até lá, vendo o corpo do Niall totalmente descontraído em cima do sofá e a sua respiração estava pesada.
Pobrezinho do meu amor, adormeceu. E pelo silêncio desta casa, os nossos filhos também já devem estar na cama.
Ajoelhei-me no chão, junto ao sofá, e fiquei a mirar aquele rosto angelical do homem que é o amor da minha vida. A sua barba estava por fazer, o que o deixa extremamente sexy. O contraste da sua pele clara com aqueles pelos escuros é a combinação perfeita.
Envolvo a sua face na minha mão, deixando pequenos carinhos da sua bochecha, e distribuo pequenos beijos pelos seus lábios.
Ele move-se, abrindo os seus olhos a custo e um sorriso preguiçoso saiu da sua boca.
- Cheguei, meu dorminhoco. - Sorri, enquanto o meu nariz roçava no dele.
- Que horas são? - A sua voz era tão rouca que senti o meu corpo se arrepiar.
Meu deus, espero que ele não tenha a noção do efeito que consegue ter em mim.
- Quase onze. - Respondi e os seus olhos abriram-se confusos.
- Onde andaste? - Ele perguntou calmamente.
- Na galeria, temos tido muito trabalho. - Falei enquanto me levantava e o Niall sentou-se também no sofá enquanto coçava os olhos.
- E comeste ao menos, amor?
- Umas bolachas só...
Ele lançou-me um olhar repreendedor e eu soltei um riso nervoso.
Despi o meu casaco e sentei-me no sofá para descalçar as minhas botas, sentindo um alívio imenso. Parece que este dia durou por uma semana.
- Eu vou buscar os teus chinelos. - Ele levantou-se do sofá e depois de beijar a minha testa, desapareceu na sala.
Alguns segundos depois lá estava ele com os meus chinelos nas mãos e com um sorriso que me confortava de tal maneira que o cansaço tornava-se o menor dos meus problemas.
- Vai tomar um banho amor. Eu preparo algo para comeres, que tal? - Ele sentou-se ao meu lado e os seus braços aconchegavam o meu corpo cansado.
A minha cabeça caiu no ombro dele e o meu nariz estava encostado ao seu pescoço. O seu perfume é vida para mim.
- Acho que aceito. - Ri e elevei a minha cabeça para o encarar.
Os seus olhos azuis focaram-se nos meus e eu fiquei hipnotizada.
- Eu amo-te tanto. - O seu sorriso fez-me sorrir.
- Também te amo muito. - Respondi beijando os seus lábios.
- Agora vai lá tomar um banho que eu cuido de ti. - Ele levantou-se com uma energia que não sei de onde veio.
- Está bem. - Concordei rindo. - E os nossos bebés?
- Estão a dormir. Hoje fui busca-los mais cedo e fomos ao Zoo. Devias de ver o Noah quando viu os Pandas, ficou maravilhado, só falava deles. - Os olhos dele estavam tão brilhantes que fez o meu coração palpitar mais rápido.
Sinto-me mal por não ter ido com eles, por estar a perder estas pequenas coisas mas ver que o Niall está a criar memórias com os nossos filhos enche-me o coração.
- Amanhã eles vão ter de me contar tudo! - Pisquei-lhe o olho.
- Eles irão contar. Agora vá, vai tomar banho. - Falou batendo com a sua mão no meu rabo e libertando um sorriso safado.
- Niall!
- Linda! - Ele riu antes de me virar costas e ir para a cozinha.
Eu subi para o andar de cima e antes do meu banho, passei pelo quarto dos meus filhos.
Ambos dormiam como anjinhos, o Noah estava todo destapado enquanto o seu ursinho já estava no chão. Sorri ao ver o seu cabelo despenteado e a sua boca meia aberta.
Apanhei o seu ursinho do chão e meti-o em seus braços, aconchegando-o novamente nos seus cobertores.
Sou uma mãe sortuda por ter estas duas crianças na minha vida.
Beijei a bochecha gorda do meu filho mais novo e logo me virei para o João. Ele dormia profundamente, não o querendo acordar beijei a sua testa e saí do quarto.
Sinto falta das nossas longas brincadeiras, espero que em breve consiga passar mais tempo em casa. Talvez ir de férias. É isso!
Depois de tudo isto passar irei marcar umas férias em família. Eu, os meus bebes e o homem da minha vida. Acho que isto deixara o Niall nas nuvens.
Ele tem mesmo cumprido a sua promessa e é notória a dedicação que ele tem em cuidar da família. Com ele por perto eu sinto-me mais protegida, mais em paz, mais descansada...
Ele muda os meus dias, dá-me força. Tê-lo hoje aqui em casa é mais importante para mim do que ele pode sequer imaginar.
Despi a minha roupa e entrei no duche, a água quente parece lavar a minha alma.
O Niall tem-se esforçado tanto e eu sinto tanto a falta dele nesta casa. Tenho pensado seriamente em esquecer tudo que de mau aconteceu entre nós e aceita-lo de volta a esta casa, às nossas vidas. Por completo!
Hoje voltei a pegar nos nossos papéis do divórcio e quase os rasguei. Eles não fazem sentido, nunca fizeram!
Depois de me secar vesti o meu pijama quentinho e depois de me pentear desci para o andar de baixo. A sala estava vazia então presumi que o Niall estivesse na cozinha.
Quando chego ele está de costas para a porta, de frente para o balcão da cozinha e sinceramente cheirava bem. Parece-me panquecas.
Aproximei-me dele e os meus braços agarram o seu tronco, agarrando o seu peito com as minhas mãos. Depositei vários beijos nas suas costas enquanto os meus olhos permaneciam fechados e um sorriso estava em meu rosto.
O peito do Niall vibrou num riso e ele levou a minha mão até aos seus lábios beijando-a.
- Cheira bem. - A minha barriga roncava.
- Fiz panquecas e chocolate quente. Espero que gostes. - Virou-se para mim por entre os meus braços e agora as minhas mãos deslizaram para cima do seu pescoço enquanto os dedos dele entrelaçaram-se perto do meu rabo.
- Adoro. - Sorri e aproximei a minha boca da dele.
Um beijo calmo foi surgindo e eu perdi a noção do espaço quando a boca dele deixou os meus lábios para beijar o meu pescoço.
Suspirei ao sentir o seu aperto e as pequenas mordidelas no meu pescoço. O meu corpo estava quente e o seu perfume inundou todo o ar nos meus pulmões.
As minhas mãos voltaram a agarrar a sua face puxando-o novamente para os meus lábios. Desta vez o beijo já era mais ofegante e eu puxava-o para mim com desespero do seu toque.
- Isso são tudo saudades? - Ele riu parando o nosso beijo.
- Oh. - Corei e baixei o meu olhar para o chupão que lhe fiz na outra noite no seu carro.
- Acho bem que tenhas saudades minhas. - Ele riu e os seus dedos tocaram no meu queixo para elevar o meu rosto. - Gosto muito de saber isso. Mas agora tens de comer, amor. - Ele depositou um beijo fofo no meu nariz.
Acho fofa toda esta preocupação e todo este carinho que ele deposita no seu empenho. Não consigo viver mais longe deste homem.
Ele está diferente.
Este é o meu Niall.
Olhei para trás do seu ombro e vi um prato cheio de panquecas.
- Aquilo é demasiado para mim. - Torci o nariz enquanto me afastei dele.
- Pensavas que ias comer sozinha? - Ele falou rindo e eu cai em gargalhadas.
- Claro. Sou casada com um comilão, quase que me esqueci. - Brinquei enquanto pegava no prato das panquecas e as levei para a mesa.
Ele ficou somente a olhar para mim com um sorriso que quase iluminava a maior das escuridões. Acho que ele ficou assim pelo facto de eu dizer que era casada com ele.
Fico feliz por o fazer feliz também, nem que seja com umas simples palavras. Não lhe estou a dar esperanças, eu quero-o de volta.
Não consigo esperar muito mais para que as coisas voltem à normalidade.
Já tínhamos a mesa toda posta, as panquecas, os chocolates quentes, o mel, o doce, o chocolate... tudo pronto para comermos.
Sentei-me à mesa com o Niall enquanto ele me contava como foi o Zoo com as crianças.
O meu telemóvel ouviu-se bastante longe e eu lembrei-me que estava a conversar com o Steve. Apesar de o conhecer há muitos anos, quero deixar boa impressão, precisamos dele na galeria.
- Deixa estar. - Ele travou-me quando me ia levantar. - Eu vou lá buscar.
Ofereci-lhe um sorriso aceitando a sua oferta.
Ele veio com o meu telemóvel na sua mão e quando se sentou, um longo suspiro saiu da sua boca.
- Passa-se algo? - Perguntei-lhe quando ele me deu o telemóvel.
- Não, estou só cansado. - Ele ofereceu-me um pequeno sorriso.
Acho que estes dias têm sido demasiado desgastantes para ambos. A ideia das férias torna-se cada vez mais tentadora na minha cabeça.
Seria a surpresa ideal para o Niall, para a nossa reconciliação.
Na tela do meu telemóvel vi uma mensagem do Steve e logo abri para ler o resto da mensagem.
"Amanhã encontramo-nos no hotel ou queres ir até outro sítio?"
Desde logo respondi, "É como quiseres. Amanhã jantamos onde quiseres."
Bloqueei o telemóvel e o meu olhar voltou para o Niall.
- Quem é a estas horas? - A sua voz era baixa e curiosa.
- Ninguém importante, amor. - A minha mão caminhou até à do Niall, que estava pousada sobre a mesa, e agarrei-a fazendo-lhe carinhos com o meu polegar.
Não lhe quero esconder nada, mas também não quero contar-lhe sobre as dificuldades que estou a ter com a galeria. Estar a falar com o Steve não é algo importante, bem, até é... Mas é importante para a galeria.
Isto é só trabalho e ele pode ficar com ciúmes.
Também, envolver o Niall na crise financeira do meu trabalho seria um erro. Ele quer sempre ajudar em tudo e eu quero tratar das minhas coisas sozinha. É mais por isso que não o quero envolver nisto.
- Amanhã podes ficar com os miúdos, novamente? - Perguntei-lhe dando um pequeno gole no meu chocolate quente. Não tão quente agora.
- Outra vez? - Ele elevou a sua sobrancelha.
- Eu tenho trabalho Niall...
- Não é que eu não queira estar com eles, mas não achas que andas a trabalhar demais? Não podes parar um dia sequer, (t.n)? - Ele parecia tenso.
- Estes dias de tanto trabalho irão acabar em breve, prometo. Só preciso de um pouco mais da tua ajuda, amor. - Pedi-lhe.
- Tudo bem. - Ele suspirou olhando para as nossas mãos juntas.
- Obrigada. - Elevei o meu corpo para conseguir depositar um beijo nos seus lábios.
- Acho que agora entendo o que sentias quando eu passava pouco tempo em casa. É tão stressante isto tudo e depois tenho saudades tuas. - Ele falou baixinho sem me encarar.
- Não queria tocar nesse assunto, mas sim é verdade. Eu já estive nesse lado e não é agradável. - Suspirei.
Ele nada disse e eu só queria acabar com o ambiente constrangedor que acabara de invadir o nosso espaço. Acho que lhe vou dizer para dormir hoje comigo, não importa o resto, eu quero seguir em frente com ele.
Levantei-me para meter a loiça na máquina e o Niall ficou imóvel a olhar-me.
O meu telemóvel voltou a vibrar e eu deixei-o estar em cima da mesa enquanto acabava isso.
Peguei nele quando o Niall se levantou da mesa e saiu para a sala.
"Podemos ir ao 'Home', é um restaurante que eu adoro. Conheces?"
Claro que conheço. Esse é o meu restaurante e do Niall.
Sempre que fazemos anos de casados ou o Niall me leva a jantares românticos é lá onde vamos. Lembrei-me agora que já há muito tempo que lá não entro...
O ambiente é calmo e com boa música, acho que é um bom sítio para falar de negócios. Apesar de nunca lá ter ido sem o Niall e ser um locar cheio de memórias com o meu loirinho, preciso do investimento do Steve e se ele quer lá ir, então é lá onde vamos.
"Conheço e fica então combinado. Encontramo-nos as 20h30 lá. Até manhã." Respondi-lhe e fui até à sala.
Para minha admiração quando lá cheguei o Niall já estava com os seus sapatos calçados e o seu casaco vestido.
- Já vais? - Perguntei-lhe confusa.
- Já é tarde. - Ele perguntou sem qualquer emoção.
Passa-se alguma coisa...
- Fiz algo de errado?
- Não sei, fizeste? - Ele encarou-me com a sobrancelha levantada.
- Não. Acho que não... mas estás estranho. - Aproximei-me dele.
- Estou só cansado. - Ele suspirou quando agarrei a sua cintura.
- Podias ficar a dormir aqui. Comigo. Na nossa cama. - Sugeri.
- É melhor não, amor. - Beijou a minha testa. - Descansa, sim?
Eu assenti com a minha cabeça. Nunca pensei que ele fosse recusar ficar comigo.
Por um lado, foi o que eu lhe pedi, calma. Mas por outro, ele não querer ficar faz-me sentir que algo se passa.
- Amo-te. - Digo quando ele me vira costas para ir embora.
- Eu também te amo. - Ele diz sorrindo e sai porta fora.
Perco-me a olhar para ele da janela da sala. Ele caminha vagarosamente, do nada vira-se para trás observando toda a nossa casa e fica parado perto do portão de saída.
Ele está estranho, eu sinto isso. Sei a milhares de quilómetros de distância quando o Niall não está bem e ele não está.
Logo ele entrou no carro e arrancou rapidamente fazendo um suspiro sair dos meus lábios.
Não sei que se passou, para ele estar assim mas irei descobrir. Pensei que estávamos num bom caminho.

Oi oi lindas!! E mais um capítulo!!
O que acharam do capitulo? O que acham da reacção do Niall? Previsões??
Deixem a vossa opinião queridas, quero muito saber o que estão achar...
Beijinhos ❤

Irresistible 3   (Acabada)Onde histórias criam vida. Descubra agora